--//Bruno\\--
O Bernardo saiu correndo, completamente em lágrimas todo transtornado em direção ao carro dele. Assim que cheguei ao portão já só vi ele saindo a alta velocidade. Apesar da raiva não podia deixar ele ir assim, então peguei no meu carro e segui atrás dele. Peguei meu celular e liguei para ele, na qual atendeu.
- Bê: ainda não me disseste tudo. Foi.
- Bruno: Bê...por favor para o carro, vamos conversar com calma. – pedia desesperado.
- Bê: não era fora da tua vida, que tu me querias. Então é isso que eu estou fazendo, sumindo da tua vida.
- Bruno: não é nada disso... - dito isto ouso do outro lado da linha um estouro e a ligação caiu. – Bêêê...- grito desesperado e assustado.
Sigo a marcha até alcançar ele. Quando finalmente o alcanço, contacto aquilo que mais temia. O Bê tinha tido um acidente, o carro dele tinha embatido contra um murro.
Páro o carro e corro desesperado até ele, arranco a porta do lado dele literalmente. Vendo-o todo ensanguentado, seguro-lhe o rosto e chamo por ele.
- Bruno: Bê...Bê...estou aqui...vai ficar tudo bem. Olha para mim...não me deixes.
Entretanto chegam os postos de socorro. Bê ainda olha para mim e diz:
-Bê: me perdoa...desculpa. – fala com vós fraca.
Entretanto os bombeiros me afastam dele, para que lhe possam prestar socorro. Ainda consigo vê-lo perder os sentidos e a reação.
Vendo tudo aquilo, de repente me sinto sem chão, caindo num buraco sem fundo e com uma dor enorme no coração, pois posso perder o Bê para sempre, do pior jeito. Por fim fica tudo negro.
Acordo já no hospital, não sei quanto tempo tive desacordado, mas vejo Ana ao meu lado.
- Ana: finalmente acordaste. – disse com uma cara triste.
- Bruno: quanto tempo tive desacordado? – pergunto nervoso.
- Ana: Por um dia.
Logo me lembro do Bê e pergunto a ela por ele.
- Bruno: o Bê? – pergunto alterado, com medo da resposta.
- Ana: o Bê está aqui. Têm no ligado ás máquinas, mas ele não está respirando por ele, e por isso iram desligar-lhe as máquinas que o mantêm vivo. – disse não contendo mais as lágrimas.
Não aguentei ouvir aquilo sem fazer nada. Em pleno desespero arranquei tudo o que estava ligado a mim e saí correndo, procurando pelo quarto do Bê, na qual já Ana me tinha falado.
Chegando lá, vi os pais dele mais o irmão, Carlos. Nem liguei para eles e entrei pelo quarto a dentro, dizendo que ninguém ia desligar as máquinas.
- Bruno: vocês não tem esse direito, não podem fazer isso, sem lhe darem tempo sequer para recuperar. – falei exaltado – Não vou deixar ninguém chegar perto. – disse em tom de ameaça, virando-me para os médicos.
Os pais do Bê, mais o irmão, vendo o meu desespero estancado no rosto em lágrimas, pedem aos médicos para me deixarem estar. Mas o seu Afonso, pai do Bê, me dá um ultimato.
- Seu Afonso: tens mais um dia...um dia para te despedires dele. – diz num tom sério.
Durante esse dia não saí do lado do Bê, pedindo em lágrimas, para ele lutar, não desistir de nós. Pois se ele morrer, eu vou junto. Não vou conseguir viver sem ele.
- Bruno: Bê por favor luta...não desiste...volta para mim. – disse de joelhos no chão segurando a sua mão, desesperado por um sinal.
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Noites de Pesadelo
RandomNoites de pesadelo, conta a história de Bruno um português hétero e Bernardo um brasileiro homossexual, e como a grande amizade que eles tem se pode transformar em noites de pesadelo. Um drama que vai por á prova essa amizade ou era revelar o grande...