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Março, 2011.

BECAUSE I LISTEN TO MY HEARTBEAT ONE BY ONEEEE!

Fritava ao som de INFINITE e praticamente gritava em frente ao espelho com a ajuda da minha escova-microfone. Consequentemente tentava imitar a coreografia da música, o que não dava muito certo, mas a esperança é a ultima que morre.

     Havia acabado de colocar o uniforme e estava totalmente animada para o primeiro dia de aula, agora no segundo ano do ensino médio.

— Youngjae, é só você fazer o que sempre faz: sorrir! Seja gent-

— Falando sozinha de novo? — virei-me assustada para a porta, onde minha mãe estava apoiada.

— Não me assusta assim, mãe! — fui até ela saltitando e abri meu melhor sorriso, fazendo uma pose. — Como estou?

— Linda, como sempre. E esse cabelo escuro fica dez vezes melhor que o seu ruivo-rebelde-gotico.

Revirei meus olhos. Ela ama relembrar as fases da minha vida, principalmente as que eu não gosto.

— Estava na moda! E não estava tão ruim, okay? — peguei a mochila em cima da cama e distribui um beijo em sua bochecha, descendo as escadas rapidamente. — Vou indo, beijão!

— Se cuida, querida! E lembre-se que seu pai não vai te buscar.

— Sim, senhora!

Falando assim, até parece que foi a decisão mais fácil da vida deles. Teve praticamente uma semana pensando na possibilidade de me deixar ir e voltar para escola sozinha, um contrato assinado por mim prometendo total responsabilidade e sem atrasos. Francamente...

Minha escola ficava consideravelmente longe, então tinha que pegar metro e andar mais um pouco. Mas isso não me desanimava, eu até gostava da ideia de fazer algo sozinha. A última vez que isso aconteceu foi... Bem, dois anos atrás.

No caminho havia diversas pessoas com uniformes da minha escola, mas ninguém do mesmo ano que eu. Cerrei os olhos para enxergar melhor e praticamente soltei um grito de felicidade ao ver no uniforme de um garoto as mesmas faixas que as minhas. Ele era alto e tinha cabelos castanhos, mas não conseguia olhar seu rosto por ele estar em minha frente. Quando criei a famosa coragem para finalmente o ultrapassar e ver se era algum conhecido, senti meu corpo ser empurrado um pouco para frente e em seguida para trás. Um belo de um abraço.

YOUNGJAEEEEE! — impossível não reconhecer aquela voz.

Narumi Mei, minha melhor amiga japonesa que tem um coreano melhor que o meu. Isso porque ela veio para a Coreia muito cedo. E como sempre, ela consegue ser um poço de animação, talvez por isso nos damos tão bem.

— Você sabe que eu sou frágil! — bati de leve em seu braço e a abracei de lado.

— Frágil, aham. — ela revirou os olhos.

Olhei para trás e para frente. Nem sinal do aluno desconhecido.

— Se engolir um ovo inteiro, o pintinho pode nascer dentro de você? — Mei dizia enquanto trocávamos os sapatos, já na escola. Franzi o cenho ao encara-la, caindo na gargalhada. — Não ri, isso é um assunto sério.

— Ele não vai nascer dentro de você, Mei. — balancei a cabeça negativamente.

— Mas é quente aqui dentro, não tem motivos para ele não nascer.

— Você é impossível! — entrelacei meu braço ao dela e fomos até onde todos estavam: vendo em qual sala caíram.

Fomos tranquilas, afinal todo ano caímos na mesma sala, isso desde o 9º ano. Digamos que temos um jeitinho.

cattish ➳ kim taehyungOnde histórias criam vida. Descubra agora