— Como assim hoje é até as 19h?! — perguntava a Mei quando já estava prestes a trocar meu sapato para ir embora.
— Hoje vamos ter que ajudar com a reforma da escola, jumenta. Onde estava com a cabeça?
— Onde estava com a cabeça...
Flashback On
— Avisem seus pais que amanhã ficarão até mais tarde na escola.
O que será ele faz da vida? Mora aonde? Sozinho? Como se sustenta? Por que continua fazendo essas coisas? Como foi seu aniversário de 14 anos? Será que ele tá bem?
— Vão fazer.... — levantei minha cabeça, totalmente descabelada. — As garotas ajudarão... — abaixei novamente, querendo chorar.
Kim Taehyung, Kim Taehyung, Kim Taehyung, Kim Taehyung, Kim Taehyung, Kim Taehyung...
Flashback Off
Já passaram mais dois dias e adivinhem, sem progresso com Kim Taehyung! Isso estava me levando à loucura.
Bufei apreensiva e segui Mei, já que nem aonde começaríamos a ajudar eu sabia. Minha mãe me mataria, eu nem havia avisado ela sobre isso. Espero que Jimin tenha a sabedoria divina de supor que isso está acontecendo.
E após muito pintar, varrer, passar pano, a quadra estava novinha em folha. As meninas foram até o vestuário e eu as segui, retirando a roupa de educação física e colocando novamente o uniforme padrão. Sai em disparada logo após me trocar, já era tarde e rezava muito para que minha mãe tivesse ligado na escola para perguntar onde diabos estava sua filha. Pelo menos não teria que explicar tudo ao chegar em casa.
O caminho estava tranquilo, até que ficou mais vazio e eu notei sua presença. Bom, como Taehyung simplesmente fingia que não me conhecia, fiz o mesmo. Ele andava um pouco à minha frente com as mãos no bolso e fones de ouvido, se bobear, realmente não tinha me percebido. Seu cabelo balançava com a brisa daquela noite gelada e eu me senti uma besta por estar prestando atenção nisso, quando olhei para trás ao ouvir um assobio.
Dois garotos de uma escola que eu nem sabia qual era, provavelmente mais velhos, se aproximaram ao meu lado. Realmente ao meu lado. Retirei meus fones e passei a olhar um deles, que sorria de uma maneira nojenta.
— O que uma moça tão bonita faz sozinha?
— Está aceitando companhia? — o outro perguntou.
— Não, não estou. — sorri forçado e acelerei meus passos. Eles também aceleraram.
Estava consideravelmente longe do metrô ainda, em uma rua não tão agradável. Senti medo, na desvantagem.
— Ah, qual é... — um deles tocou em meu antebraço e puxei-o com toda força, parando de andar.
— Não me toca!
— Ui, ela é sensível. — o mais alto pegava uma mecha do meu cabelo e começava a brincar com a mesma.
Aquelas pessoas que passavam ali não faziam nada. Absolutamente nada! Iria começar a gritar, quando outro garoto se aproximou.
— Não tem graça brincar com garotas. — ele disse, colocando sua mão em meu ombro e puxando-me para perto de si. Quando estava ao seu lado, deu um passo à frente e ficou em minha frente. — Ela não disse que não quer ser tocada?
Taehyung coçava seu olho com a mão livre, e os garotos os olhavam com deboche. Logo em seguida soltaram uma gargalhada, e um dos dois deram um passo à frente, encarando Taehyung que fazia pouco da presença dos dois.
— Está querendo roubar nossa diversão, garoto órfão? — o mais baixo riu. Apertei a blusa de Taehyung, pedindo para que ele ignorasse mentalmente, mas o mesmo apenas me ignorou. Riu novamente, mesmo não tendo graça nenhuma.
— E se eu estiver? — Taehyung deu de ombros, olhando para os lados. — Pelo menos não tenho como ser punido por ninguém se a polícia nos pegar. Seu pai anda bem nos votos, Seokjin?
— Aqui tem coragem. — "Seokjin" disse, rindo. Ajeitou sua mochila no ombro e sorriu para o outro amigo. — Vamos indo, cara.
Apertei novamente Taehyung. Eu tinha medo de tudo que ele pudesse fazer por ser uma pessoa tão instável. Ele me olhou sobre o ombro e sorriu, tornando a olhar para o garoto.
— Ei, Hyung. — cutucou seu ombro com o indicador e sorriu com seu incrível sorriso quadrado. — Não toque nunca mais nela.
Um soco certeiro no rosto. Levei uma mão até a boca, surpresa, mas não tive muito tempo para ficar nervosa ou observar aquilo, já que Taehyung segurou minha outra mão, se pondo a correr numa velocidade assustadora. Tentava olhar para trás e correr ao mesmo tempo, mas ao ouvir a risada do garoto ao meu lado não tive dúvidas em o que prestar atenção. Quando percebi, estava rindo junto como se fosse a coisa mais engraçada do mundo.
Chegamos no metro rapidamente e entramos no primeiro que estava parado, sem ao menos olhar a estação que estava indo. Taehyung cedeu um lugar para mim e ficou parado ao meu lado. Ambos estávamos ofegantes e com um sorriso no rosto, sem motivo aparente, mas estavam ali.
— Ow. — ele apoiou em seus joelhos, passando a mão na testa em seguida. — Fazia tempos que eu queria fazer isso, acho que to te devendo uma.
Ele parecia uma pessoa completamente diferente. Uma que não me evitava, não fazia o que faz, uma totalmente parecida com o Taehyung de dois anos atrás.
— O que? Bater nos outros?
— Também. Hyung sempre me irritou. — era engraçado o jeito como ele o tratava com respeito mesmo após ter lhe dado um belo soco. — Mas eu queria rir.
— Sempre te vejo rindo. — o encarei por alguns segundos e ele abaixou o olhar até mim. Ficamos assim por alguns segundos, e ele sorriu.
Sabia.
— Pois é.
Ele não estava realmente rindo todas as vezes que sacaneava com alguém, como fizera comigo, com a aluna do 2-B, alguns professores. Risada de verdade é a que eu ouvi enquanto ele corria, e eu desejei aquele momento poder ter a chance de vê-la mais e mais vezes.
xxx
O JIN MELHORA, JURO.
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cattish ➳ kim taehyung
Fanficele perdeu seus pais. ela o salvou, indiretamente, mas o salvou. mas e se kim taehyung não quisesse ser salvo após tamanha crueldade feita com sua família? e se o fato de ter o salvado, na verdade, o matou? ➙ cattish significa traiçoeiro e é nois...