Reinados

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Reinado de Urano.

Gaia olhava triste a lança que ela e seu marido Urano criaram como prova do seu amor.

"Senhora minha mãe, me chamou?" Um jovem de pele alva e olhos verdes, para atrás de sua mãe.

"Sim, meu querido Cronos." A deusa mãe de todos pega a arma que representa a união do céu e da terra. "Essa é a única arma capaz de libertar os seus irmãos."

Ao segurar a arma o objeto se transforma em uma foice com um brilho dourado, ele sente o poder do universo em suas mãos, seu sangue começa a ferver, seu cosmo reage totalmente a arma como se sua alma dançasse com o espírito da foice. Por um segundo ele sentiu que fosse perder sua sanidade, sua paz, sua força e sua vontade.

Por um milésimo de segundo ele se une a eternidade, se une ao próprio Caos.

"Volte, meu filho!" A voz de Gaia traz Cronos de volta a realidade.

O deus do tempo cai de joelhos e respira fortemente, sem dar meia palavra ele levanta e caminha para sala de trono e, apesar de saber que é necessário acabar com o reinado atual, Cronos sente o peso da responsabilidade, mas apesar disso não se lembra de nenhum momento em que seu pai foi gentil com ele, com seus irmãos e principalmente com sua mãe. Urano não tem um pingo de humanidade.

As lembranças de sua infância passam como um flash pelos olhos do jovem. Principalmente o dia que viu a senhora sua mãe ferida aos pés de seu pai. Nesse dia Gaia estava ensinando a seus filhos como rezar ao Caos, quando Urano, vestido de um ciúme doentio, queria fazer valer por seus direito de marido. Gaia ainda tentou se defender usando sua espada, mas a força de Urano foi maior e, como uma tempestade em alto mar, derrubou a primeira rainha no chão. Cronos, ainda pequeno, o mais jovem de seus irmãos, tentou impedir que o pai possuísse a mãe, mas só conseguiu se jogado contra uma parede enquanto seus irmãos fugiam e se escondiam. Foi assim que a raiva de um filho por um pai começou.

Mas talvez essa raiva acabasse hoje. Tudo que tenho que fazer é destroná-lo e tudo vai ser diferente. Tudo que ele tem que fazer e mudar o destino do mundo. Meu irmão Oceanus vai ser um rei melhor, vou fazer tudo para ajudá-lo.

Cronos abre a porta da sala do trono e a úlltima coisa que ele percebe é o vazio nos olhos do pai. Você vai ser o primeiro e único deus-sangrento da nossa dinastia meu pai.

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Reinado de Cronos

Cada vez que o rei desce ao calabouço seu coração se parte.

Cronos ficou conhecido por ser um deus benevolente em relação a uns e impiedoso em relação a outros, mas nunca injusto, nunca. A não ser com os próprios filhos. Eu não queria ser rei, eu só queria livrar o mundo do Tirano e acabei me tornando um. Pai, isso faz parte da sua maldição?

Mas Urano já morrera há séculos, deixando o trono dos deuses para seu filho caçula. Durante anos o reinado de Cronos fora feliz, até que sua amada esposa Reia ficou grávida pela primeira vez e ele se lembrar da maldição de Urano.

Uma longa história que não vale a pena ser lembrada nesse momento, afinal hoje era aniversário de sua bela Hera, sua filha mais velha, que um dia se casaria com Hades e juntos seriam os novos reis dos deuses. Não, isso não iria acontecer, Hera nunca vestiria a coroa de rainha e Hades nunca seria um rei. Preciso salvar meus filhos, eles não mancharão suas mãos com sangue e nunca se transformarão nele.

Mais uma vez a maldição de Urano, a promessa do pai, ecoava em sua mente.

Ele avança, calabouço abaixo. Os guardas fazem referencias nas sombras, já que a luz do sol nunca atingirá aquele lugar. Finalmente ele chega a porta de ouro, pede para os guardas se afastarem e quando sozinho encosta sua foice, abrindo o caminho. A luz cegaria qualquer um por alguns momentos, mas não o rei dos Titãs, ele adentra a sala com um triste sorriso, as celas de seus filhos estão iluminadas por castiçais de cristal, o chão de mármore continua polidamente branco. São meus filhos, meus príncipes, meus herdeiros, deveriam estar vivendo no meu castelo, me alegrando com seus risos, me perguntando sobre a vida. Mas estão presos e nunca saíram daqui...

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