O príncipe do Egito

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Ausar estava ajoelhado ao lado do pequeno berço, ainda maravilhado pelo pequeno ser que ali dormia. Sua respiraçãozinha, seus pezinhos e mãozinhas que se mexiam, os pequenos barulhos que fazia.

E agora pediam para se separa do seu maior tesouro.

"Meu amor?" Ele sente o abraço de sua amada Auset, a mulher estrangeira que conquistou seu povo e ele. "Está na hora de irmos." Será que ela não sente o coração partido por abandonarem o filho amado deles?

O príncipe olha a esposa nos olhos e respira fundo, se ela ao menos pensasse na possibilidade de ficar. "Por favor, diga que reconsidera."

Mas a mulher apenas levanta, levando o seu filho com ela, nem amamentar pela ultima vez ela poderia. "Meu lugar é no campo de batalha, sou general de toda Atlântida, meu povo precisa de mim."

"Nosso filho precisa de você." E eu preciso que você viva, por nós dois.

Ela se aproxima e o beija suavemente nos lábios. "Eu queria que você ficasse, nosso filho vai precisar muito mais de você." O príncipe então abraça as duas pessoas que mais ama no mundo. "É pelo nosso filho que lutamos, para que ele possa viver numa era de paz."

Sim, por ele. "Horus, papai vai ali matar uns caras maus e já volta."

Mas era mentira, nenhum dos dois voltaria a Abidos, e Horus cresceria em um mundo modificado pela guerra.

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Abidos ainda é uma cidade sagrada, cercada pelos templos dos faraós e dos deuses do antigo Egito, por isso Aioria de Leão deve ter todo o cuidado naquele lugar.

Caminhando sozinho, pois preferiu deixar o exercito numa distancia segura, ele tenta imaginar o porquê daquele lugar parecer tão familiar. Nunca estive no Egito. Sim, já esteve, numa outra vida, mas voltamos ao presente. O cavaleiro caminha, sentindo a brisa do deserto tocar suavemente o seu rosto, em algum lugar próximo um beduíno faz suas orações.

Ele caminha para o sul, as ruínas do antigo templo de Osíris encontravam-se abaixo do solo, hoje muitas escavações procuram respostas sobre o passado da terra, se eles soubessem que aquele lugar já foi o lar de um príncipe, o lar de Aioria e de sua esposa... Marin. O cavaleiro pensa antes de pular no que sobrou do antigo templo.

Mal seus pés tocam o chão e o cavaleiro se desvia de uma espada. O guerreiro que atacou estava com uma armadura simples, não uma kamei ou uma asa. Sua cabeça e rosto coberto com um capacete de guerra. Ele não fala apenas ataca novamente com a espada, várias e várias vezes, enquanto o cavaleiro de ouro apenas se desvia, sem presa.

"Lute!" Grune o guerreiro misterioso.

Mas Aioria só sorri e continua se desviando. Agil, mas sem habilidade, luta quando na verdade tinha que ser protegida. Mais um golpe de espada, só que dessa vez a espada se choca contra uma parede antiga, que se esfarela. O perfume de flores não devia se misturar ao barro da guerra, irônico, até onde eu sei ela se afunda no Guerra todos os dias.

O jovem espadachim continua a golpear e golpear, sem estratégia, sem tática, é pura emoção E apesar de imortal, o cansaço atinge, a espada começa a pesar e a armadura, apesar de simples, prejudica os movimentos mais simples. Apoia a espada na terra e a respiração se aprofunda, rapidamente levanta os olhos. Olhos violetas. "Lute!" A voz é suave dessa vez, quase doce, mas a súplica é a mesma de momentos atrás.

Achei que ia ser ardilosa, que ia tentar me seduzir, mas por que ela quer tanto lutar? O cavaleiro pensa e balança a cabeça negativamente. "Não devia estar lutando, não tem anjos para isso?"

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