Primordiais

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Eles apenas observam seus senhores.

A Espada e o Cetro fazem milhares de estrelas surgirem e a luz das estrelas enfraquece o Vazio.

Os irmãos gêmeos Érebo e Nix admiram aquelas luzem que os iluminam. Nix afirma que enquanto estiver no céu, aquelas luzes irão iluminá-la... E assim as estrelas passaram a iluminar a noite, enquanto mais distante o Érebo, admira a irmã, a Escuridão profunda admira o brilho das estrelas.

Eros admira a força que cerca os dois, unidos não só pelo carinho que sentem um pelo outro, mas também pela força de vontade de querer proteger tudo a volta deles... E era isso que o Amor quer ser, essa força capaz de mudar o mundo.

Tártaro consegue ver quando juntos eles erguem a lança, juntos, unindo o poder dos dois. O brilho da arma fez Tártaro ver milhares de seres, que assim como os Primordiais, não tinham forma... Almas, lindas almas, foi assim que o Submundo prometeu proteger aquelas frágeis criaturas enquanto não tivessem corpo.

Os Primordiais observam a luta dos seus senhores sem poder fazer nada, apenas vigiando e vendo que os dois deuses estavam perdendo, até que Urano sorriu e beijou sua esposa... Eles teriam que lacrar o Vazio.

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O Vale do Esquecimento, o primeiro reino dos deuses foi ali.

E era ali que os Primordiais ainda viviam, por isso o tempo flui de forma diferente. Afinal o Érebo não deixa a luz do sol chegar àquele lugar, ele apenas permite que sua irmã Nix apareça e traga a luz das estrelas que tanto ama.

Apolo aumenta seu cosmo, ele é o deus sol, ele faria o sol brilhar naquele lugar.

"Não seja, tolo." Métis repreende. "Não pode competir com um Imaterial. Eles existem nessa Terra há muito mais tempo que você."

"Devemos então andar nessa escuridão?" Questiona Ares. "Mesmo elevando meu Cosmo não consigo ver nada a minha frente."

Mas não foi os deuses que conseguiram algo. "Por favor..." A voz de Shun é doce. "Precisamos salvar nossos amigos, precisamos passar."

Um cosmo doce e gentil aquece a todos naquele lugar e as estrelas começam a surgir no céu. "O que deuses e mortais fazem no Primeiro Reino?" Nix, mesmo sem corpo se faz presente.

Artemis eleva o cosmo. Se as estrelas apareceram a lua deve aparecer. "O que os Olimpianos desejam não deve importar a um ser sem forma." E mal acaba de falar essas palavras a deusa sente seu cosmo ser aprisionado dentro do próprio corpo. "O que esta acontecendo?"

"Eu sou puro cosmo, eu sou a pura noite, a noite que permite o brilho da lua, não o contrário." Nix responde, enfraquecendo ainda mais a deusa.

"Pare!" Grita Aldebaran. "Digo, perdoe-a." O cavaleiro se ajoelha, mesmo sem saber para quem se ajoelhar. "Os deuses nunca aprenderam a humildade."

O cosmo da Noite volta a ser doce. "Eles nunca aprenderam, mas os mortais já nascem com humildade, aprendem desde cedo a sobreviver nesse mundo de adversidades, enquanto os olimpianos apenas colhem os frutos de uma herança." O cosmo envolve docemente Touro. "Por isso adorei quando a Grande Força criou os mortais. Mas me diga, guerreiro da constelação de touro, o que fazem aqui esses guerreiro nobres juntos com esses seres imortais deploráveis."

Quem responde é o Mestre do Santuário. "Deusa Primordial, buscamos Atena."

"Quem?" Noite realmente não sabiam de quem falavam.

"Gaia..." Responde Saga com humildade. "Gaia e Urano, poderia nos ajudar?"

Nix permanece em silêncio por um tempo, como se estivesse pensando. "Depois de tanto tempo, meus senhores finalmente voltaram para casa, eu deveria estar alegre, mas..."

Outro cosmo se faz presente, outro cosmo puro e doce. "Não devemos falar nada, irmã mais velha." Eros, traz uma sensação de calor ao coração de todos. "O grande irmão falou que devemos proteger nossos senhores. Tártaro também acredita nisso."

Os antigos deuses se calam e parecem abandonar o local.

"Esperem, por favor." O orgulhoso Mascara da Morte implora. "Por favor, precisamos salvá-los, precisamos salvar a Terra!"

"Um motivo..." A voz não era nem de Nix nem de Eros, era muito mais profunda muito mais sábia. "Nos dê um motivo para deixar seres tão indignos como os deuses se aproximarem dos nossos senhores." Era Tártaro.

"Mesmo vocês, mortais, a quem admiramos e amamos, querem o mal a rainha e a rei." O último imaterial surge, trazendo consigo toda a escuridão, deixando todos cegos e sem esperança.

"Mal?" Fala Marin. "Mas queremos salvá-los!"

Os quatro falam juntos. "Estão querendo salvar a vocês, não a eles." E mesmo na escuridão eles sentem a presença dos quatro deuses primordiais em volta deles. "Eles tem que ser livres... Livres do Vazio..."

"Então o Vazio ganhará." Fala calmo Shaka. "O Vazio voltará a reinar e toda vida se extinguirá. Nós, vocês, os olimpianos e todo o Universo."

"Mas eles serão livres." Respondem novamente.

"E tudo que eles amaram não existirá mais." Dessa vez foi Ikki, falando tristemente. "Eu não conheci Gaia ou Urano, mas conheci Seiya e Saori e sei que eles fariam qualquer coisa para salvar esse mundo, mesmo sacrificar a própria vida!"

Sim, seus senhores amavam a tudo e a todos.

A escuridão some, no céu o sol brilha, fraco, pela primeira vez em séculos.

A presença de Ébero some, depois Tártaro, depois Eros. Apenas Nix permanece por um tempo a mais, observando o sol compartilhando espaço com as estrelas. "Eles amam tudo e todos, foi por isso que Urano se sacrificou para prender o Vazio e nós apenas observamos, sem fazer nada, éramos apenas seres imateriais. Mas vocês nobres guerreiros..." As estrelas e a escuridão sumiram quase completamente quando os presentes ouviram o sussurro da deusa. "A vocês, nobres guerreiros mortais, que aqui chegaram, deixamos Gaia e Urano a seus cuidados."

A Saga do CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora