Biblioteca

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A sala estava escura, minto, um vela iluminava a pequena sala na casa de libra. Shiryu estava pensativo, tentando encaixar as peças faltantes. As histórias que Esmeralda contava, os mitos na versão de Atlântida, fazia mais sentido, mas alguma coisa ainda faltava. A luz da vela tremeu por um segundo, o que chamou a atenção do dragão, afinal a pequena sala estava toda fechada.

Levantando da cadeira de onde ele estava e caminhou até a parede oposta a vela. Tocando a parede percebeu que estava ricamente entalhada, as figuras mostravam a animais lendários como o grifon, plantas extraordinárias, a mais bonita de todas era um arvore frondosa, com milhares de maçãs, apoiados ao caule duas crianças, um menino treinando com uma espada e uma menina lendo um pergaminho. Shiryu toca suavemente a as arvore, até que consegue pressionar uma das maçãs, fazendo com que a parede se abra em duas mostrando um caminho para descer.

"Escadas?" Shiryu pergunta para si, descendo.

As escadas desciam virtuosamente fundo, por um minuto o cavaleiro achou que não teriam fim, mas à medida que descia sentia o cheiro de livros. "Livros, papel..." Sim, e ao chegar ao final entendeu o porquê. Uma enorme biblioteca se espalhava por todo subsolo. Dragão imaginou o final da biblioteca, mas não conseguia, até onde imaginava, aquele lugar podia ocupar todo o subsolo do Santuário.

"Me perguntei quando tempo levaria para você descobrir esse lugar." A voz veio acompanhada de um vento quente e com ele a luz. Milhares de castiçais iluminavam o lugar, mas não era fogo que iluminava, era energia a mais pura cosmo-energia que já sentiu. "Eu já te ensinei uma vez, Shiryu, tudo tem cosmo-energia, só temos que saber como usar." Dohko, o mestre-ancião, o mestre de Shiryu.

"Mestre, me desculpe." O Dragão falou sem jeito. "Não queria perturbá-lo, pensei que estivesse junto com Atena."

Dohko balançou a cabeça, mas sorria. "Por ser o guardião da casa de libra, sinto quando alguém entra na biblioteca."

Dohko desceu os últimos lance de escadas e pediu para Shiryu o acompanhar até uma mesa antiga, pediu ao cavaleiro para sentar enquanto ele continuava em pé admirando todos os livros. "Somente os cavaleiros de libra conseguem entrar nessa sala, para outra pessoa entrar tem que ter a nossa permissão."

"Obrigado!" O jovem cavaleiro respondeu, pensando que foi seu mestre que deu a honra de entrar naquele lugar.

"Não lhe dei permissão, Shiryu, a casa deu, ela sabe que você é meu herdeiro."

Os dois ficam em silencio por um tempo até o velho mestre respirar fundo e coçar a cabeça, ele realmente achou que Shiryu já tinha entendido isso.

"Só consegui entrar nessa sala depois que meu pai morreu, mas você, você sempre aprendeu a coisas mais rápido que eu."

"Seu pai?"

Dohko abre um sorriso triste, há muito tempo não lembrava do pai e da mãe, e mais precisamente a forma como eles morreram. "Sim, meu pai, Shen Wo, cavaleiro de ouro de libra."

Sim, o velho cavaleiro explica, afinal não era proibido a um cavaleiro se casar ou de ter filhos, muito ao contrário, acreditava-se que um pai ou mãe poderosos podiam ter herdeiros fortes e cavaleiros melhores ainda.

"Meu pai já era cavaleiro de ouro quando casou com a minha mãe, eram amigos de infância." Dohko falava com alguma emoção. "Mas diferente do que todos esperavam, meu pai não queria que eu fosse um cavaleiro, me deixou aos cuidados de minha mãe e voltou ao Santuário. Possivelmente nunca teria me tornado um cavaleiro se minha mãe não tivesse sido assassinada por um anjo."

As memórias continuavam frescas na mente de Dohko, o cheiro da chuva, sua mãe cantando enquanto cozinhava, Dohko brincando com os presentes que seu pai enviava. Foi durante um relâmpago que o anjo entrou na sua casa, olhando com raiva para sua mãe, perguntando onde estava o cavaleiro de libra. Chao, não sabia o que estava acontecendo, a última vez que vira seu marido tinha sido no aniversário de Dohko, até o momento só tinha recebido cartas dele, falando que anjos rebeldes tinham atacado o santuário. Prometa-me que irá ficar segura nos Cincos Picos, você e nosso pequeno Dohko, quando tudo melhorar irei buscá-los. Foram as últimas palavras do pai, mas parecia que a guerra tinha chegado neles.

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