O príncipe da floresta

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Ele caminha calmamente, sua armadura brilhava com o sol, seu povo sorri para ele. O príncipe Tupã é respeitado por todos que moram em Kuhikugu.

"Príncipe Tupã." A jovem Iara sorri lindamente para o príncipe, um dos protetores da Terra. "Uma mensagem, assinada por Atlântida e pelo Olimpo." Ela entrega a mensagem com tristezas nos olhos. "Meu senhor vai, para o Palácio de Verão de Zeus?"

Tupã lê a carta, o Santuário da Terra era o 'Palácio de Verão' de Zeus, mas quem convocava a presença dos doze era Primus. "Pobre rapaz, depois que descobriu que era mortal nunca mais foi o mesmo." Principalmente depois que o casamento com Atena foi cancelado. Mês passado estávamos nesse mesmo santuário, reunidos por Zeus, para oficializar o casamento, então era falou sobre a verdadeira identidade de Primus.

Tupã ainda se lembrava da primeira vez que Zeus levou Primus e Atena para o santuário da Terra. Eles seriam os senhores dos quatros santuários, o mundo ia ser um só.

Foi pensando nisso que o príncipe Tupã partiu de Kuhikugu, sem suspeitar que nunca mais ia voltar. Pelo menos não nessa vida.

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Kuhikugu há muito séculos atrás era uma das maiores cidades da humanidade, localizada na região do alto Xingu, na Amazônia brasileira. Há milênios atrás era um dos principados da Terra, onde os pontos de energia se convergem da maneira correta, unindo os santuários.

Aldebaran não entende porque aquele lugar lhe trás uma sensação de saudade, já que nunca pisou ali. Por um segundo pensa ter ouvido alguém sussurrar um nome... Príncipe Tupã... Mas foi apenas um segundo, o mesmo segundo que levou a flecha percorrer o céu e atingir o solo em frente ao cavaleiro de touro.

O dia escurece e a lua domina o sol, Aldebaran sabe que está diante da deusa da caça. "E eu que pensei que ia encontrar algum caça de valor hoje." A deusa fala aparecendo, vestindo a sua linda Kamui da Lua. Seus cabelos negros presos magistralmente em uma trança, enquanto seu longo arco prateado toca suavemente o chão. "Tinha esquecido que você era o guardião desse portal Tupã."

Tupã? "A senhora me confunde com outro." O guerreiro responde. "Meu nome é Aldebaran de Touro." Outra vida, outro nome e isso não importam nem um pouco a Artemis.

A deusa apenas sorri e prepara outra flecha. Se Atalanta não tivesse sido ferida por Bella, não seria a deusa a sujar as mãos. Isso prova o quando esses mortais não são confiáveis. A flecha voa na direção do cavaleiro de ouro que se desvia, mas a energia que emana da flecha machuca a armadura de ouro. Por isso Aldebaran cai de joelhos e toca com a mão esquerda o risco feito na armadura. "Entendeu agora?" Artemis fala. "Não tem chances de vencer uma deusa, mortal. Desista, entregue Atena e o deixarei viver."

Aldebaran ri e levanta. "Desculpe, mas não." Ele caminhada devagar em direção a deusa, que prepara outra flecha e aponta diretamente para ele. "Calma, não vou atacar..." Ele fala abaixando o rosto e olhando diretamente a deusa. "Realmente linda! Só podia ser irmã de Atena"

A deusa da lua fica vermelha e expande seu cosmo fazendo o cavaleiro ir para do outro lado. Mas o guerreiro cai sobre os pés e senta. "Calma, calma, foi só um elogio, pensei que deuses gostassem disso..."

Aquilo de alguma forma irrita Artemis. "Levante-se e lute sério comigo! Acha que só porque sou uma mulher não sei lutar?"

Aldebaran ainda sorri, mas dessa vez seu olhar é triste. "Deve ser mais forte do que eu, é possivelmente deve vencer essa luta, mas." O cavaleiro para por um segundo, pensa nas palavras, para em seguida olhar profundamente para a deusa. "Mesmo que eu perca irei machuca-la, e isso deixaria Atena triste." Afinal Atena sempre era a que mais sofria nessas batalhas. "É a irmã dela, se ela sofre quando nós mortais nos machucamos, imagina como ela se sentiria se a irmã dela se machucasse."

Artemis baixa o arco e olha profundamente para o cavaleiro, uma nuvem de esperança cruza o olhar dela. "Atena, minha irmã caçula, ela se preocupa comigo? Conosco?" Mas a deusa sacode a cabeça, como se quisesse afastar a esperança. "Não, ela nos traiu, por causa de vocês!" Se não fossem esses malditos mortais Atena e Primus ainda estariam nos Olimpo.

A flecha voa, Aldebaran só tem tempo de jogar o corpo para trás e vê a flecha voando rente ao seu rosto. O sangue brota e a dor se espalha.

Vou ter que lutar. Aldebaran se levanta e cruza os braços. O grande chifre dependia que ele se movesse na velocidade da luz, fazendo que seu inimigo não visse o contra ataque, mas ele estava lutando com uma deusa. O décimo sentindo, como alcança-lo?

Artemis ri e dispara a flecha, por alguns segundo o cavaleiro de ouro some e reaparece. "Acha que o sétimo sentido vai funcionar contra mim?" Outra flecha é disparada e mais uma vez Aldebaran consegue se esquivar, para logo se atingido no ombro direito. "Seus movimentos são câmera lenta para mim, ajoelhe-se e implore perdão pelo pecado de desafiar uma deusa."

O cavaleiro de ouro respira fundo, a dor da flecha é alucinante. Mas mesmo assim ele volta à posição de grande chifre, concentra todo seu cosmo e libera. "Grande chifre".

Artemis pula tão agilmente que quando Aldebaran percebe ela já esta na frente dele. "Eclipse." O brilho da lua parece sumir e todo ambiente fica escuro, o cavaleiro só sente todo seu corpo atingido por um poder descomunal, seu corpo é empurrado a quilômetros de distancias e ele sabe que atingiu milhares de árvores no caminho. "Mortais..." Ele nem devia ter tentado, irmã.

Aldebaran sente seu corpo perder as energias, sente seu cosmo abandonar seu corpo. Agora o exercito de Artemis irá atravessar o portal e se dirigir ao santuário, eu falhei, estou morrendo novamente.

Príncipe Tupã?A voz doce de Iara o alcança. O senhor finalmente voltou? Não ele não é Tupã, é Aldebaran, não é príncipe, é um cavaleiro. O senhor costumava dizer que sempre protegeria Kuhikugu, porque esse lugar é sagrado, esse lugar permite que encontremos o próprio Caos.

O Caos nada mais é que a eternidade, e esse lugar é banhado pela força da eternidade. Por favor, meu cosmo, queime ao limite.

Artemis sentiu o cosmo do guerreiro aumentar, assim como sentiu a energia do portal se dirigir para ele.

"Grande chifre!" O golpe é tão rápido que atinge a deusa em cheio.

Se ela não tivesse usando sua kamui. "Maldito!" A deusa olha da onde o golpe veio, mas só encontra o silencio das árvores. "Vai se esconder agora? Devo lembra-lo que sou a deusa da caça?" E então ela fica em silencio, esperando qualquer... O barulho de um galho sendo pisado faz com que ela atira a flecha na mesma direção. O som de armadura e pele transpassadas chega ao ouvido dela. "Você pode até beirar ao décimo sentido, mas seu corpo não vai aguentar. Vamos lá, me atinja novamente e novamente e novamente. Isso será sua morte."

Um riso e mais uma flecha disparada. "Morra como homem, me encare." Aldebaran obedece e aparece machucado e sangrando nos lugares onde as flechas da deusa o atingiram. "Duas nos braços, uma na perna, logo vai estar morto."

Mas o cavaleiro não responde, apenas sorri e reassume a postura do Grande Chifre. Artemis ri, melhor acabar logo com isso. "Eclipse."

"Grande Chifre!" O golpe do cavaleiro se expande de tal forma que se sobrepõe ao cosmo da deusa, derrubando-a. Mas o corpo do cavaleiro sente o impacto do eclipse e de usar o décimo sentido. Apenas um mortal.

Ele levanta a cabeça e vê a deusa na frente dela. A kamui aguentou todo o impacto. Vou morrer. A deusa levanta o arco e Aldebaran percebe que o arco possui fio. Vai cortar minha cabeça, desculpem amigos, eu falhei.

Mas um cosmo explodindo atinge aos dois. Apesar dos machucados Aldebaram consegue proteger a deusa com seu corpo. "Tolo, eu ficaria bem!"

"Eu disse, Atena ficaria triste se você se ferisse." O cavaleiro responde, quase desmaiado. "Esse cosmo, veio do santuário..."

"Levante, cavaleiro de Atena." A própria deusa fala se levantando. "Algo aconteceu no santuário de minha irmã, vamos temos que chegar lá rapidamente."

"Não vai me matar?"

"Atena ficaria triste se você morresse."

O cavaleiro ri, mas por pouco tempo. Seiya, por favor, proteja Atena, estamos chegando.

E

A Saga do CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora