"Porque o mundo é só uma caixa
E estamos usando máscaras negrasEntão agite nossos espíritos
E você saberá que estaremos mortos
Para que possamos retomar o mundo do ataque cardíaco
Um maníaco de cada vez..."The Phoenix – Fall Out Boy.
Eu não sabia dizer no que prestava atenção, no show fantástico a minha frente ou na ruiva que vibrava ao meu lado. Carter gargalhava e pulava no mesmo embalo que a música e eu ia na sua onda enquanto escutava Samira cantar uma música atrás da outra junto com a banda. Erámos empurrados de um lado para o outro, mas isso não me incomodava, estávamos nos divertindo. Meu mal humor tinha ido embora e vendo o brilho nos olhos da minha melhor amiga e o sorriso contagiante que não deixava nos lábios de Carter, não tinha como não ficar animada.
O show estava lotado, o barulho era ensurdecedor e havia tantas luzes coloridas, pessoas dançando e gritando que eu não tinha ideia de para onde olhar. Mesmo que eu estivesse me divertindo não podia deixar de prestar atenção em tudo e todos que estavam ao meu redor, com medo de nosso disfarce ter sido comprometido em algum momento. Eu não estava nem um pouco a fim de ser pega de surpresa, ainda mais em um lugar onde qualquer um podia ser o inimigo e a visibilidade de linha de tiro era nula, devido ao grande muro de pessoas que nos cercavam. Jason costumava rir da minha cara por ser paranoica com multidões, até o dia que levou um tiro no meio de uma. Não posso dizer que isso me deixou mais aliviada no meio de uma massa de pessoas.
—Volta pra cá, bonequinha. – falou Carter no meu ouvido. – Se divertir faz bem pra saúde.
—Eu estava apenas checando. – falei.
Ele segurou na minha cintura e me virou, fazendo com que eu ficasse de frente para ele. Prendi meus olhos nos seus e levei meus braços ao redor do seu pescoço enquanto ele deslizava as mãos até os meus quadris e me puxava um pouco mais para si, colando os nossos corpos e aumentando ainda mais o sorriso torto que se desenhava em seus lábios.
—Relaxe um pouco, você está irreconhecível assim. – falou com a boca em meu ouvido. – Eles não vão achar você.
—E você me acharia se me visse de longe? – perguntei.
Se era para entrar na onda da noite divertida, eu poderia flertar com o meu "namorado" e curtir o problema que enfrentaria mais tarde. Carter sorriu de lado e os pelos da minha nuca se arrepiaram quando ele baixou os lábios novamente até meu ouvido.
—Não teria como eu não te reconhecer. – falou. – Conheço bem esse belo e perigoso corpo.
—Está abusado demais, não é? – perguntei contento meu sorriso.
—Apenas falando uma verdade, bonequinha.
Para comprovar suas palavras, ele segurou meu cabelo pela trança, fazendo minha cabeça se inclinar para trás e mordeu o lóbulo da minha orelha, levando arrepios para o meu corpo inteiro. O infeliz sabia do que estava falando e isso era claro pelo brilho travesso em seus olhos.
—Odeio você! – resmunguei o fazendo sorrir mais.
—Mesmo que não admita eu sei que me ama. – falou me dando uma piscadela.
Revirei os olhos e desfiz meu sorriso brincando com os cabelos da sua nuca.
—Eles não podem reconhecer você aqui? – perguntei. – Seu disfarce não esconde muita coisa.
—Não, eles não podem. – falou sem hesitar.
—E porquê?
—Porque eu sou um nome sem rosto. – falou. – E eles não podem reconhecer o que não conhecem.
Isso explicava algumas coisas, não muitas, mas o porquê de a maioria dos caras que vinham atrás de nós parecerem não o reconhecer. Sua identidade era um de seus vários segredos, era parte do escudo que o cercava.
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Legado de Sangue - Retaliação - Livro 2
RomantikObra registrada, plágio é crime! Uma falha pode ser o seu fim. Kylie Moore jogou alto, mostrando a todos que não é uma oponente qualquer. Porém, como forma de retaliação, seu melhor amigo foi assassinado e agora mais do que nunca ela quer reduzir a...