Legado de Sangue - Retaliação - Livro 2

Capítulo 10

"Cada tijolo e cada pedra

Do mundo que nós fizemos será desfeito se eu

Se eu não puder te sentir aqui comigo

No meu sono eu chamo seu nome

Mas quando acordo eu preciso tocar seu rosto

Porque eu

Porque eu preciso te sentir aqui comigo

Você pode parar a dor

Porque você é a única que eu preciso...".

Fire and Fury – Skillet.

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Carter Montgomery

Kyle praguejou pelo que parecia a milésima vez ao olhar para os retrovisores. Os infelizes não tinham ficado satisfeitos em apenas tentar nos matar no estacionamento, eles agora estavam nos perseguindo e pareciam não cansar. Isso tudo era uma grande merda! Era para essa missão ter sido simples, entrar, conversar e sair sem problemas, mas ao que parecia tudo tinha desandado.

—Ahn... Pessoal, acho que temos mais problemas. – falou Samira do banco de trás.

Seus olhos azuis estavam um pouco arregalados e ela olhava para frente fixamente. Alguns quilômetros à frente na estrada havia algo que parecia com um bloqueio, dois utilitários pretos estavam parados atravessados na pista e homens armados estavam de pé fora deles, nos esperando. E as coisas não paravam de melhorar.

—Inferno! – grunhiu Kyle socando o volante.

Seus olhos estavam escuros e fixos na estrada, ela apertava o volante com tanta força que os nós dos dedos estavam brancos e eu a conhecia bem o bastante para saber que estava planejando alguma coisa, ou pelo menos tentando. Estávamos encurralados. Não havia como passar pelo bloqueio a nossa frente e nem mesmo como nos livrar dos dois carros que nos seguiam, a estrada tinha apenas duas vias retas ladeadas por florestas e iluminadas pela luz do luar. A não ser que ela tivesse um lançador de misseis na mala do carro, o que não me parecia tão improvável, estávamos presos aqui. Kyle desviou a atenção da direção por um breve momento e seu olhar encontrou o meu, e mesmo que por um breve momento eu pude perceber um lampejo de medo neles, mas então, tão rápido quanto apareceu, o medo sumiu e uma luz pareceu se acender em seu rosto. Ela olhou para frente e depois conferiu o retrovisor, lançou um olhar rápido para Samira e depois para mim enquanto um sorriso sem humor repuxava seus lábios. Algo me dizia que ela tinha terminado de bolar seu plano e não iriamos gostar nadinha do que ela tinha planejado.

—Tenho um plano. – falou.

—Isso envolve um lançador de misseis no porta-malas do seu carro que vamos usar para livrar a estrada? – perguntei com certa esperança.

Ela revirou os olhos.

—Não. Até porque eu não tenho um lançador de misseis, pelo menos não aqui. – arqueei a sobrancelha em questionamento, mas ela apenas deu de ombros. – Tenho uma ideia de como podemos nos livrar deles, mas não acho que vocês vão gostar muito.

—Não que tenhamos muitas opções no momento. – manifestou-se Samira impaciente. – Fale de uma vez!

—Carter, quero que você passe para o branco de trás. – mandou.