"Me dê noites de solitude
Vinho tinto, apenas um copo ou dois.
Me dê alguma coisa divertida para fazer"
(Brooke Fraser)Caleb
Meus dias têm sido bastante exaustivos e infelizmente não tive tempo nem para fazer uma visita a meu pai. Além disso, sinto saudades de Rebecca, mas não posso fazer nada a não ser ficar com ela: a maravilhosa, ou seria péssima, saudade. Eu não deixaria todos os meus empreendimentos para ir a Dubai como Rebecca desejava que eu fizesse. Eu quero ficar com ela, mas aqui e não lá.
Faz duas semanas que fui com os colegas de ensino, da escola de culinária, para a viagem de negócios e foi esplêndido e mui cativante. Conhecemos pessoas um tanto incríveis e com trabalhos excelentes. Joseph ficou maravilhado com todo o relatório que fizemos e, claro, com a grande parceria que conseguimos fazer perdurar por muitos anos.
Essa semana, Joseph planejou dar uma folga a todos os funcionários da escola; uma pena que não possuo a folga que eu queria porque ainda sim tenho um restaurante para coordenar, mas caso eu não esteja muito ocupado irei ao passeio que ele decidiu fazer com todos nós, além de convidar uns amigos de uma outra empresa, mas não de culinária e sim de artes, que também é seu forte. Ele ainda não disse exatamente qual, mas outro dia o vi numas das páginas do jornal da cidade ao lado de Yasmim. Pondero, então, que seja ela e isso me angustia um pouco, pois, se for, o melhor que eu posso fazer é manter certa distância dela.
Também tenho conversado um pouco com Natan por esses dias. Não havia um diálogo que não acabassemos tocando no nome: Violetta. Eu permanecia na tentativa frustrada de contar minhas lamúrias e me tornava o conselheiro amoroso sendo que nem minha situação amorosa tem sido uma das melhores. Porém ele é um bom amigo e o que mais desejo ver é ele e minha irmã juntos de maneira definitiva. Apoio muito o namoro deles dois, se vier acontecer, porque do jeito que Violetta é rude e extremamente orgulhosa, convenhamos que é um esforço e tanto.
— Caleb?
— Fala, Joseph! Vamos ao passeio ou já desistiu? — pergunto, à medida que ponho o caderno de chamadas na gaveta.
Precisei vir na escola para trazer alguns papéis e colocar no caderno de notas o resultado das provas dos alunos.
— Claro que vamos! Já programei tudo. Não é só os alunos que podem passear, não. Nós também podemos — diz, abrindo um sorriso largo.
— Verdade. Acho que consigo ir. Estou avaliando deixar o vice-chefe tomando conta de tudo no Magnum's — cogito. E se pensar bem é o melhor que posso conseguir ainda que eu seja mui apegado à cozinha.
— Bom, bom. Fico feliz que você pretende ir — diz. — Vocês sabem que irei levar umas convidadas, certo?
— Sim.
— Conhece a galeria Lasmine?
— Conheço. — Acho que meus temores são corretos.
— Pois é, elas são de lá — fala.
— Legal. — Limito-me a responder.
Creio que ele não faz ideia de que nós já nos conhecemos mesmo que de vista, eu diria.
— Bem, agora estou de saída. Mais trabalho a fazer. — Suspira. — Tchau, Caleb. Ah! Vai ser sábado que vem — diz, referindo-se ao passeio e eu assinto.
Acho que dá para mim preparar mentalmente para vê-la em minha frente no sábado.
Após a sua saída, sou eu quem me preparo. Arrumo minha mochila e me ponho a ir porta afora.
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COMO O OUTONO, COMO A PRIMAVERA
RomanceYasmim Lahanna é uma mulher batalhadora, apaixonada pela arte, mestra na computação, mas nunca viveu um amor de verdade até que, numa tarde de outono, conheceu Caleb, um gastrônomo e chef de cozinha bastante respeitado pelos que o circundam e dedica...