"Todas as coisas me levam para a esperança agora"
(Addison Road)Caleb
Após deixar o hospital com os resultados dos exames em mãos, que não deram nada, a não ser uma pequena lesão no cérebro que na verdade foi do primeiro acidente que eu tive, no qual afetou as minhas memórias, direciono-me para a delegacia. No caminho, sinto exaustão e fome, mas preciso acelerar as coisas para começar a reconstrução do meu restaurante, então não posso deixar nada para depois. Talvez de tanto trabalhar e pouco descansar que meu corpo não está acostumado a aquietar-se mais, ou realmente tenho estado afadigado por todo este tempo. Mas enfim, ao aproximar-me, vejo um restaurante espanhol, o que faz a minha fome aumentar.
Depois, retorno a mirar a delegacia e adentro as portas. Na recepção, peço que a recepcionista avise ao xerife sobre a minha presença. Ela usa o telefone para comunicá-lo e não demora muito para que ele apareça.— senhor, Caleb. — Estende a mão para mim e eu a aperto em cumprimento.
— Xerife.
— Trouxe toda documentação?
— Sim, aqui está. — Mostro-lhe os papéis.
— Ótimo. Vou pedir para que seja registrado e também para que traga o laudo à minha mesa. Espere aqui por um instante.— diz, coçando o bigode, e sai com os papéis em mãos. Eu somente assinto com a cabeça.
Sentado defronte a mesa do xerife, observo a sala, que continha alguns quadros com medalhas e fotografias do conjunto policial. Uma mesa mais no canto esquerdo com um computador, e deduzo que seja de um escrivão. Na mesa do xerife, essa amadeirada, continha a plaquinha de identificação, um computador, um pote com canetas diversas e alguns papéis com nomes de detentos. Ainda observante, ele entra trazendo consigo todo o laudo da perícia.
— Eles não precisaram de muita coisa para dar todo o parecer. A causa principal foi o gás que explodiu, o motivo: a válvula mal posicionada fazendo com que escapasse o ar e, por haver fogo nas proximidades, além de certo confinamento, levou a explosão.
Poucas janelas estavam abertas no momento em que aconteceu a explosão, o que é contraindicado. Onde há várias pessoas trabalhando é sempre bom que o ar circule bem. Seus documentos estavam em dia, realmente, porém, para o seu azar, no dia do incidente esta parte ficou fora dos conformes. E, de acordo com o laudo, para haver uma explosão daquele porte seria necessário uma broca maior até para que atingisse tamanha abrangência. Então foi relatado a probabilidade de haver mais de um com a válvula dessa maneira, e provavelmente eles ainda eram novos. Durante a instalação ou os responsáveis não perceberam, o que é pouco provável, pois utiliza-se até mesmo uma bucha com sabão para identificar escapamento, ou realmente quiseram-no sabotar, meu caro. Por esse motivo, também foi usado as câmeras de segurança para descobrir qualquer suspeita e foi visto algo bastante interessante como um rapaz desconhecido de boné com um capuz por cima, entrando logo após a saída dos rapazes e minutos depois ele sai correndo — explica e eu observo as imagens. — Acredita-se que defeituou propositalmente.— Mas eu não tenho nenhum inimigo, não que eu saiba — digo, sem entender porque fariam algo desse tipo.
— Seu restaurante é um dos mais prestigiados na cidade. O rapaz da foto não foi identificado ainda, mas estaremos investigando minuciosamente. Até inveja da concorrência ou ato terrorista, meu caro, pode levar a isso. Suposição minha, porém trabalhamos com provas e fatos. — Recosta-se na cadeira e me encara esperando que eu diga mais alguma coisa.
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COMO O OUTONO, COMO A PRIMAVERA
RomanceYasmim Lahanna é uma mulher batalhadora, apaixonada pela arte, mestra na computação, mas nunca viveu um amor de verdade até que, numa tarde de outono, conheceu Caleb, um gastrônomo e chef de cozinha bastante respeitado pelos que o circundam e dedica...