Amor e ódio - Capítulo 7

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"Não é status, nem bom papo
Homem de verdade é forjado de bom caráter"
(Marcela Taís)

Violetta

Estou sentada no sofá lendo um livro quando a campainha tini; portanto, levanto-me e vou até a porta, abrindo-a para ver quem é, e me deparo com Natan encostado no umbral da mesma.

Nós nos conhecemos há alguns anos por intermédio do meu irmão Caleb. Sinceramente, não sei o que passei a sentir por ele, como ou quando; mas, prefiro dizer a mim mesma que não, já que relacionamentos nunca foi o meu forte. Ele é aquele homem sem jeito as vezes; é inteligentíssimo, douto no espanhol e no francês; consegue ser gracioso e as vezes tenso. Meu irmão, mais precisamente meu pai, apresentou-o a mim quando eu tinha 18 anos. Desde então, somos os amigos mais briguentos e inconclusivos.

— Natan? O que você faz aqui? Não devia estar trabalhando? — pergunto, estranhando sua visita, pois normalmente ele não vem aqui para me ver e sim para falar com meu irmão quando também está aqui, já que reside no apartamento.

— Oi, para você também! Não está feliz em me ver? Hoje é folga  — responde, arqueando a sobrancelha.

— Não é isso. É que você não tem motivos para vir aqui e meu irmão nem dormiu esses dias aqui, então ele nem está; já deve estar no trabalho faz tempo.

— Mas eu tenho um motivo: Você.

— Sem essa — desdenho. — Vai entrar ou não? — profiro, mais rígida.

— Não precisa essa grosseria Violetta!

— Desculpe — respondo, suavizando a voz.

— Jonathan está em casa? — questiona.

— Não, ele deu uma saída. Volta daqui a pouco. — Fecho a porta por detrás de mim.

— Ah! — Suspira. — Milagre estar a sós com você. Pelo menos podemos conversar um pouco sobre nós.

— Não temos nada para conversar quanto a isso — profiro, segura de mim. Não desejo colocar em jogo a amizade que construímos.

— Você sabe tanto quanto eu que temos; e como temos — profere, achegando-se a mim, mas a cada passo que ele dá a frente eu recuo. — Olhe em meus olhos e me diga que não sente nada por mim além da amizade. — E eu respiro fundo, mas não consigo dizer o que tanto gostaria a fim de encerrar este momento pesaroso.

E então ele me beija. Por um momento busco resistir, mas ele me segura a fim de que eu não faça nenhuma gracinha. Logo não resisto mais e me entrego a seu beijo caloroso, permitindo um conjunto de sensações e sentimentos aflorarem; sua mão segura na minha enquanto a outra segura o meu rosto com tanta delicadeza. Porém, à medida que nos beijamos, quase já perdendo o fôlego, ouço a porta se abrir revelando meu pai, sendo obrigada a me afastar rapidamente, ainda ofegante assim como Natan, o que não passou despercebido por ele mesmo que eu tenha me concertado no mesmo instante.

Tusso, envergonhada, porquanto acabei de agir imprudentemente por deixar levar-me pela ocasião do momento. 

— Pai! O senhor chegou? — questiono, timidamente, permitindo transparecer a vergonha.

— Sim, obviamente — responde, percebendo o que aconteceu, esboçando um olhar assustador, mantendo as expressões faciais rígidas em demasiado e sua voz engrossou duas vezes mais com um tom bastante sério.

— Oi, senhor Jonathan, como vai o senhor? — indaga, Natan, constrangido, passando a mão na nuca.

— Não fale comigo agora, Natan — retruca, seriamente.

COMO O OUTONO, COMO A PRIMAVERAOnde histórias criam vida. Descubra agora