"Eu não posso te perder
Céus, eu preciso de você"
(NF)— Alô, alô! Rebecca!
Aflito, ponho a banhar-me abruptamente, mal enxugando-me em seguida, e, depois, enfiando uma veste qualquer. Tomo em mãos a chave do carro e da casa, como também o celular, e saio em disparada ao meu apartamento, pois sinto que ela deve estar lá. Meu pai ao me ver em passos largos até a porta, questiona onde eu irei dessa maneira e eu respondo da forma mais direta possível:
— Atrás de Rebecca, meu pai.
Quando chego e abro a porta, encontro-a desacordada com as malas postas ao seu lado. Insisto em despertá-la, porém em vão. Coloco-a em meus braços e a carrego até o quarto. Ao sentir a sua temperatura, receio estar um pouco febril. De imediato, faço uma compressa morna e ponho em sua testa, até que, no mesmo instante, ela acorda lentamente. As suas pálpebras abrem e fecham por duas vezes seguidas antes de realmente perceber que eu estou presente.
— Rebecca, amor. O que houve? — pergunto, preocupado, alisando a sua cabeleira.
— Caleb? — diz, quase num sussurro.
Por impulso, ela tenta se levantar; mas a impeço, pois vejo que ainda continua tonta, por sua expressão feita.
— Nem pense nisso! Você não está bem. Diga-me que houve? — indago, novamente.
— Eu... Só fiquei tonta e apaguei. — responde, suspirando vagarosamente. — minha cabeça dói — murmura. E creio que tenha sido por conta do desmaio. Ela não caiu em um lugar macio.
— Você está pálida. — Coloco a mão direita em seu rosto. — Se não melhorar, iremos a um médico amanhã. Irei marcar uma consulta, pela tarde, se conseguir.
— Onde você estava? — pergunta, não dando muita atenção ao que eu havia dito.
— Na casa de meu pai. Iria dormir lá — falo, naturalmente.
— Mesmo sabendo que eu iria chegar hoje? Me deixaria sozinha? — questiona com um semblante entristecido.
— Não... Eu pensei em dormir lá porque faz tempo que não vejo minha família — falo, tirando a toalha da fronte. — Você está com um pouco de febre. Vou pegar um remédio para que tomes — digo e ela não recusa.
Logo, vou à cozinha, abro um dos armários em que sobreponho alguns poucos remédios que julgo necessários, que não precisam de receitas médicas, e pego um comprimido antipirético.
Não demoro a retornar para o quarto, tendo comigo um copo com água fria sob medida e o comprimido em mão.
— Tome. — Entrego o remédio e o copo com água.
— Obrigada. — Entrega-me o copo e eu o coloco em cima da cômoda.
— Não sou sua família também, Caleb? — pergunta, após se recostar no travesseiro novamente.
— Por que falas de tal maneira? É claro que és minha família, também, porém a minha primeira família são eles; e não é hora para esse tipo de conversa; descanse e amanhã falaremos. — digo, tentando não ser rude.
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COMO O OUTONO, COMO A PRIMAVERA
RomanceYasmim Lahanna é uma mulher batalhadora, apaixonada pela arte, mestra na computação, mas nunca viveu um amor de verdade até que, numa tarde de outono, conheceu Caleb, um gastrônomo e chef de cozinha bastante respeitado pelos que o circundam e dedica...