"E se você partir, leve um pouco de mim"
(Oficina G3)Caleb
— Meus alunos queridos, boa noite! — Olho para a turma e essa, extremamente sorridente, fita-me ansiosa para que eu a ensine, porém é a única turma que me dá mais trabalho para lecionar; ademais, alguns fazem questão de me verem no ano seguinte, o que me induz a imaginar como eles se comportavam no colegial.
— Boa noite! — exclamam, em uníssono.
— Bem a nossa aula de hoje será muito especial...
Após a aula...
— Caleb! Vai haver uma reunião com todos os professores amanhã às 04:30h p.m. Compareça. — Meu superior me avisa e eu assinto, respondendo-lhe conseguinte:
— Okay, Diretor Joseph. — profiro, à medida que me direciono ao armário a fim de guardar parte do material de aula.
— Hey, Nataly! Boa noite. Como vai sua turma? — pergunto a minha colega, que põe suas coisas dentro da bolsa, pronta para se retirar. Nataly é uma pessoa bastante reservada; e quanto a sua fisionomia, ela é uma mulata, esbelta, de cabelos medianos, além de possuir alta estatura; é consideravelmente uma modelo, só que da culinária, na minha opinião.
— Estão cada vez mais melhorando as habilidades. Acho que os meus ensinamentos valem algo. Eles realmente se dedicam e são bastante responsáveis. — responde, esboçando um leve sorriso.
— Que bom. — Sorrio de volta.
— E os seus, Caleb? — pergunta.
— Nem todos se dedicam. Alguns dão muito trabalho; mas dá para levar.
— Você já sabe que o diretor vai ter uma reunião conosco, amanhã à tarde? — pergunta.
— Sim, ele acabou de me comunicar. O que será, hein?
— Não sei. Vamos descobrir quando vimos — fala, receosa.
— Verdade.
— Já estou de saída. Tenho outra turma à minha espera — diz.
— Para mim também.
Dou um sorriso e esfrego a mão em minha cabeleira, ponderando sobre como farei para desarraigar do meu psiquê a Yasmim. Além disso, necessito conversar com Rebecca o quanto antes, visto que andou aborrecida, por minha causa, a semana inteira. Questiono-me sobre o que aconteceria se ela soubesse o porquê estou assim. Suspiro ao cogitar isso e, ainda estando eu em meus devaneios, não percebo quando o celular toca. Olho para ver quem é, e não está identificado.
— Alô?
— Alô. Amor! Sou eu, Rebecca. Tenho que conversar contigo sobre algo que surgiu.
— O quê, exatamente?
— Encontre-me em seu restaurante. Lá, eu te digo. Os créditos estão acabando. Beijos.
— Okay. De quem é esse núme... — respondo, e indago por ela está falando em outro celular; mas nem espera eu terminar de falar. Porém, mal penso nela e ela liga.
Após dar minhas últimas aulas, saio da escola e sigo para o restaurante. Em todo o caminho fico a questionar-me a respeito do que poderia ser, até porque dificilmente ela me telefona para falar sobre algo, assim do nada, e eu espero que não seja sobre mais viagens.
VOCÊ ESTÁ LENDO
COMO O OUTONO, COMO A PRIMAVERA
RomanceYasmim Lahanna é uma mulher batalhadora, apaixonada pela arte, mestra na computação, mas nunca viveu um amor de verdade até que, numa tarde de outono, conheceu Caleb, um gastrônomo e chef de cozinha bastante respeitado pelos que o circundam e dedica...