SOFRIMENTO

2.1K 245 20
                                    


Depois de um tempo, Esdras retoma a sua consciência, ele abre os olhos e ver que está sobre um chão de madeira, com vários terrestres a sua volta. -O que eu estou fazendo aqui? O que vocês querem comigo?

-Nós iremos ganhar um bom dinheiro com você! -Falou o capitão. -Júlio, jogue esse verme do mar no porão. -Fala um homem alto, da pele branca, mas super queimado do sol, com uns cabelos negro, ele era robusto e tinha uma barba por fazer.
Júlio então pegou Esdras pela cauda e o arrastou até o porão.
Os piratas estavam se vangloriando pela fortuna que iriam ganhar.

-Capitão vamos levá-lo​ logo para a corte?  -Diz André.

-Claro que não! Por que a pressa? Não daremos esse tritão tão fácilmente para a corte. Primeiro, vamos "brincar" um pouco com ele. Você sabe o poder que esse homem peixe carrega? Isso pode ser ótimo para nossa embarcação. Busquem-no, esse navio precisa de uma limpeza. -O capitão da um sorriso sarcástico e manda Júlio buscá-lo, mas quando ele chega no porão ele se depara com aquele tritão com pernas.

-O que está acontecendo comigo? -Fala Esdras num tom assustado, vendo que no lugar da sua calda, apareceram duas coisas daquilo que os humanos chamavam de pernas.
Júlio então faz uma cara de dúvida.
-Não sei. Levante-se, o capitão está chamando você. -Fala isso e já vai virando em direção das escadas, mas volta a sua atenção ao tritão, pois ouve ele falar.

-Eu não sei me levantar. -Fala Esdras sem saber o que fazer.

-Aprenda, agora levanta. -Fala Júlio em um fim ríspido, sem se importa com o ser que precisava de ajuda a sua frente.

-Mas eu não sei! -Fala o pobre ser tentado levantar-se, sem conseguir.

-Eu vou chamar o capitão, você vai aprender em segundos.
Júlio sobe e explica toda a história para o capitão, que dar um sorriso malicioso.

-Irei lá embaixo, garanto que ele vai aprender a andar em direção às escadas. -Fala o malicioso capitão dando passos pesados em direção as escadas.

-Vamos, homem-peixe, ponha-se de pé! -Fala Johnatan, em tom de autoridade!

-Já disse que não sei andar.
Então, o capitão dar um tapa na cara de Esdras, levantando-o pelo braço com apenas uma mão. Esdras olha com desespero no fundo dos olhos de Johnatan, ficou abismado com tamanha força.

Os olhos do capitão foram de encontro com o ser marinho, por um momento pensou sentir algo em seu coração, mas afastou aqueles pensamentos e falou.

-Você vai aprender a andar agora! -E o empurra tão forte que Esdras bate a cabeça numa pilastra. A cabeça dele começa a sangrar, coloca uma das mãos sobre sua cabeça e ver aquele líquido vermelho escorrer por seu rosto. E ele começa a chorar, o capitão o olha para aquela situação incrédulo e fala.
-A mocinha está chorando? Isso dói, não é? Pois aprenda a mover essa perna p
Por que se não essa dor que você está sentindo agora não será nem metade da dor que você irá sentir. -E dar uma tapa em sua cabeça no lugar onde esta ferida e novamente o pega pelo braço e o arrasta pelas escadas. Chegando no convés do navio, o capitão o joga no chão.

-Eu ajudei um humano que estava aqui no navio e vocês ainda fazem isso comigo? -Fala isso entre soluços.

-Fique calado, a sua voz me irrita! -Fala isso pegando Esdras pelo pescoço e o enforcando. -E volta a dar um tapa na sua cara. Logo a tripulação se junta para ver aquela cena, o capitão olha para André e o chama.

-Arrume um trapo velho para ele, não sou obrigado a ficar olhando homens pelados em meu navio..

André faz sinal de sim com a cabeça e logo sai a procura de um trapo para vestir o homem peixe.

Enquanto o pobre tritão ficou no chão, apavorado, com todos aqueles olhares a sua volta.
O capitão não pôde deixar de notar as curvas do ser a sua frente, viu que sua bunda eram fartas, logo em algo dentro da sua calça começou a despertar, sentindo o que acabará de acontecer, afastou aqueles pensamentos impuros, ainda mais com um homem, pensou em estar sentindo aquilo, pelo tempo que estava na navegação, por causa da vida corrida de um pirata, todos os saqueamentos, perseguição da marinha, e das trocas de tiros com outras embarcações de piratas, passará um tempo sem deitar-se com mulher alguma.

Alguns minutos depois André aparece com uma calça velha -Capitão só achei essa aqui.

-Está ótima! Vista-se. Não queria ver, mais nenhum minuto aquele homem pelado a sua frente.

-Como se veste isso? -Fala Esdras olhando para aquele pedaço de pano que estava pegando.

-Você está cego? Não está vendo como nós estamos vestidos? Olhe como nós estamos vestidos e se vista.
Alguns longos minutos Esdras consegue se vestir, então johnatan prende uma longa corrente nos seus pés.

-Passe pano no convés. -Diz, dando-lhe um esfregão. Aquela embarcação estava imunda, e cada parte daquele navio cheirava a podridão, bebedeira todas as noite, resto de comidas espalhadas pelo chão, aquela embarcação a tempo não sabia o que era limpeza.

Esdras, sem saber para que servia aquilo, pergunta.
-Não sei usar isso, para que serve? -Mal sabia ficar de pé, como iria poder usar aquele objeto, que nunca tinha vista a sua frente.

O capitão o olha com cara feia e fala
-Isso serve para você enfiar no ânus! -A tripulação toda começa a rir e Esdras faz uma cara de que não entendeu o que ele falou.

-E o que é ânus? -Fala Esdras inocentemente.

-É uma coisa que eu irei comer se você não fechar essa sua boca. Trabalhe homem. -Fala Johnatan autoritário.

-Ensine-o a usar o esfregão, e o ajude a levantar, não quero um estorvo aleijado na minha embarcação.

Júlio concorda e vai ajudar o tritão a levantar-se, Esdras aos poucos vai caminhando, mas o mar esta violento, fazendo assim Esdras tropeçar e bater no capitão o levando ao chão.

Johnatan fica furioso com o que acabará de acontecer, ele levanta- se rapidamente e defere um soco bem na barriga de Esdras. Fazendo assim o homem peixe cair sem ar no chão em posição fetal, Esdras a todo o custo desesperado tentava puxar o ar para de volta ao pulmão.

-Como ousa tocar em mim e derrubar-me? Perdeu a noção do perigo. -Fala Esdras se abaixando e ficando bem perto do rosto de Esdras

O tritão podia ver toda raiva naquele olhar. -Não...foi..minha... intenção, desculpa. -Fala Esdras pausadamente tentando recuperar o ar.

-Eu não me importo, se isso voltar a acontecer, não tem corte certa, eu mato você aqui mesmo, da pior forma possível.

Esdras arregala os olhos, ele está desesperado, aquele dia sem dúvida é o pior dia da vida dele. -Não vai se repetir. -Fala ele baixando o olhar, aqueles olhos castanhos do pirata lhe davam medo, o rosto do temido capitão estava tão vermelho que parecia que poderia explodir a qualquer momento.

-Acho bom mesmo, fala o capitão levantando- se e ajeitando a sua roupa.

Logo Júlio vai para perto do tritão e o ajuda a levantar novamente, depois de algum tempo, o ser marinho andava como ninguém, nem parecia que viveu toda a sua vida dentro do oceano.

ENTRE DOIS MUNDOS Livro1Onde histórias criam vida. Descubra agora