Capitulo 2

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Eu já estava em casa por volta das 19:00 horas da noite.. já havia tomado banho e colocado o meu camisetão de dormir — era masculino, comprei em uma loja em liquidação no centro — sempre preferi o conforto ao sensualismo.. ao contrário da minha irmã, a Dayane só vestia camisolas transparentes e pijamas que pareciam lingerie de tão curtos.. preparei um misto quente, um café e me sentei na mesa da cozinha.

Por volta das 21:00 horas escutei um barulho lá fora, era a Dayane eu tinha certeza.. porém ela não estava sozinha.
— Muito fora de hora, aliás — eu olho pra mim mesma e noto que não estou nada apresentável, decido subir correndo pro quarto.. mas não antes de escutar o que o cara da vez disse a Dayane : "é hoje que eu te pego safada !" 
E ela como sempre dando risada.. como pode sermos irmãs e ao mesmo tempo tão diferentes ? — me pergunto já debaixo das cobertas.
                   
                          ***

— Jessyyy você não faz idéia da noite espetácular que eu tive.. o Jean é um gostoso, pena que não vale nada. — Escuto tudo meio sem entender.. já estava dormindo quando ela entrou no quarto.. e até raciocinar eu fiquei desnorteada.

— Dayane que horas são? Você é louca ? — olho pro relógio e pergunto irritada — 4:00 horas da manhã Dayane? Você chega tarde.. fica até as 4:00 com um homem lá embaixo e simplismente sobe e me acorda ?

Dessa vez ela não da risada, o que achei muito estranho, pois ela sempre ri e debocha de tudo, mas ela apenas me olha e responde.

— Quando for você eu não vou reclamar.

— Nunca seria.. eu jamáis me deitaria com alguém que eu mal conheço. — Respondo um tanto fria, afinal ela me acordou e são 4:00 horas da manhã !
  
                    ****

Após a minha pequena discussão com a minha irmã, ela entrou no banheiro, tomou banho, se trocou e colocou uma das "Lingeries" dela e se deitou. Eu puxei assunto, sempre me sinto mal quando discutimos..

— Desculpa Day, eu estava com sono.. você me acordou e...

— Tudo bem, entendo.. sabe? nem foi tão bom assim, ele foi muito rude, me machucou, me tratou como objeto e nada mas.

Ela me corta, como se já estivesse martelando isso, querendo desabafar.

— Day.. porque você age assim? Eu sei que sente falta dos nossos pais, mas imagina o que o papai diria ao te ver se deitar com um e outro desse jeito.

Tento ser o mais compreensiva possível, mas sabia que ela iria ficar magoada, e ela chora.

— Jessy.. se não fosse por você eu já teria me suicidado, juro que as vezes sinto que não tenho forças pra continuar.. eu sinto muita falta deles. Ficar com muitos homens é minha maneira de esquecer.. sei lá, de pensar em outra coisa, um escape da minha realidade.

Nesse ponto do assunto minha irmã já esta chorando compulsivamente.. me levanto e a abraço.

— Calma Day.. vem cá, nós vamos superar, vamos vencer juntas, o acidente dos nossos pais foi um golpe duro pra gente... mas aconteceu, temos que seguir em frente, eles gostariam de nos ver felizes.—Eu digo da maneira mais reconfortante possível, apoiando sua cabeça na minha perna direita e tentando esconder as lágrimas que brotam nos meus olhos pra que ela não veja, pois estou aqui para ampará-la.
E assim a minha irmã chora copiosamente até pegar no sono.

O Amor Em Meio a DorOnde histórias criam vida. Descubra agora