Capitulo 15

38 1 0
                                    

Chegamos a um restaurante, ele se chamava Sabor da Praça, ficava em frente a uma pracinha com xafariz, cheia de iluminação e crianças com seus pais.. havia também um pedalinho num lago. Eu não conhecia ali. Era lindo !

- E então, gostou do lugar ? - Ele me perguntou, me arrancando do meu devaneio.

- Sim, é lindo. - Respondi, olhando em volta.

Esse restaurante, era todo revestiso em madeira, as paredes brancas, com persianas cor de creme nas janelas, as mesas e cadeiras eram de madeira das boas, eram bem pesadas. Todo o ambiente em volta, o tornava um lugar aconchegante, simples e refinado ao mesmo tempo.

Uma garçonete loira de olhos claros se aproximou de nós, ela tinha uma caderneta de pedidos nas mãos.

- Boa noite, o que vão comer ? Boa noite Jeff, - ela sorriu, o cumprimentando - e então ?

- Boa noite Brenda, eu e minha convidada ainda iremos decidir. Logo a chamamos. - E ele sorriu de volta.

Assim que ela se retirou, eu não pude conter minha curiosidade e perguntei :

- Você a conhece ? - Perguntei.

- Sim - ele respondeu sorrindo pra mim, sorrir era sua especialidade - Eu venho sempre aqui, é meu local preferido.

- Ah sim. - Não estava convencida que ele apenas a conhecia porque vinha sempre aqui, da forma como ela o olhou, parecia querer devorá-lo. Mas isso não era da minha conta.

- E então ? Prefere pedir primeiro, ou me contar o que esses olhos tristes tem ? - Ele perguntou, me tirando de meu momento "transe".

Eu fiquei um pouco desnorteada, pisquei algumas vezes até compreender.

- Eu vou contar, vamos comer primeiro ? Se não se importar.

- Tudo bem, vou pedir Camarão assado com arroz branco e fritas. E você, já decidiu? - Ele quis saber.

- Strogonoff de camarão. - Respondi

Após ele estender um braço, a garçonete loira veio cheia de sorrisos anotar nossos pedidos, optamos por tomar uma caipirinha pra acompanhar - ele de limão, eu de morango - então ela anotou e se retirou.

1 Hora depois...

Após comermos - eu me ofereci para dividir a conta, porém ele não aceitou - nós caminhamos em volta da praça e logo após fomos andar no pedalinho, eu olhava tudo em minha volta, admirava os casais com seus filhos, todos sorriam.. lembrei da minha infância, quando a minha família ainda era viva. Tentei Segurar as lágrimas que insistiam em cair.

- E então meus olhos tristes, vai me contar o que aconteceu com você ? - Ele disse de repente, se virando para mim e segurando o meu queixo com as mãos.

Não sei porquê, mas eu gostava quando ele me chamava assim. Não que eu gostasse desse apelido, preferia que ele tivesse me conhecido quando eu ainda era feliz; mas algo no tom de voz dele me encantava, ele demonstrava ternura.

- Minha irmã, acaba de ser assassinada, não faz nem uma semana. - Respondi, olhando dentro dos olhos dele.

Por um momento.. ele não respondeu. Ficou me olhando fixamente, ele pareceu sentir a minha dor.. eu pude perceber em seu olhar.

- Nossa - Ele suspirou - eu nunca poderia imaginar, que enquanto eu estava tendo um dos melhores dias da minha vida, a pessoa responsável por esse momento estava destruída.

Eu acabei deixando as lágrimas rolarem, não pude mais segurar, ele estava tão perto, sentir seu alito quente me fez estremecer.. por um momento esqueci que estávamos em um lugar público.

A minha vontade era de dar lugar a todos os sentimentos que eu vinha contendo, desde que o conheci, foram muitos sonhos nas madrugadas, eu só queria me entregar de corpo e alma.

Mas eu apenas encostei minha cabeça em seu ombro e fiquei ali chorando, assim como fantasiei aquele dia na delegacia.

E então ele me abraçou e ficamos ali, abraçados e calados.. parecia que aquele abraço nunca teria fim, e eu realmente não queria que tivesse, estava tão reconfortada aninhada em seus braços.

O Amor Em Meio a DorOnde histórias criam vida. Descubra agora