O Amor Em Meio a Dor

Capitulo 7 : O Pesadelo

Já passavam das 22:00 horas, eu havia passado metade da minha noite sentada no sofá chorando, se me levantei três vezes foi muito.. não jantei, não comi mais nada. Estava com frio, com fome, porém nada me importava.

O telefone tocou.. era o Robson.

- Alô ? Jessy ? Como você tá ? Minha mãe me informou. Me desculpa não ter aparecido antes, estava resolvendo uns problemas... agora que fiquei sabendo, me perdoa.

Ele realmente parecia preocupado..

- Está bem, afinal não importa mais.. já faz quase 24 horas do desaparecimento dela.. a policia vai nos ajudar a encontrá-la.

Eu já chorei tanto que nem tenho mais lágrimas, minha voz está saindo arrastada, é... eu estou exausta.

- Você não me parece nada bem, é compreensível. Quer que eu vá prai ? - Ele se oferece.

Eu pensei bem.. não sei se estou com vontade de ter companhia, no momento sou uma péssima companhia aliás.. mas resolvo concordar.

- Vem, pode vim.. estou exausta, talvez seja bom não passar por essa tortura sozinha.

- Está bem.. chego em alguns minutos. - E ele desliga.

*****

Havia passado uns 20 minutos antes da batida na porta me assustar..

- Oi Jessy, você está mais calma? Você está pessima ! - Ele disse, me cumprimentando e entrando.

- Você me assustou, estava tão absorta em meus pensamentos que até esqueci que você vinha.

- Me desculpa não ter vindo antes.. serio mesmo, eu sinto muito. - Ele se desculpa me abraçando, eu cheguei a querer perguntar onde ele estava, mas achei essa pergunta muito fora de hora.. eu precisava saber era onde a Dayane estava.

- Tudo bem, vamos sentar. Você já comeu ? Está com fome?- Perguntei.

- Não obrigada, venha. - Ele responde me chamando pra sentar ao lado dele no sofá.

Ficamos sentados por varias horas.. a TV ligada esperando começar o noticiário da madrugada - Sim, cheguei a esperar que falassem algo no noticiário -, estávamos calados, não tinhamos o que falar.

O noticiário começa, eu estava apreensiva.. porém, nada foi dito, nenhuma pista. Falou sobre a previsão do tempo, - Iria amanhecer chuvoso e muito frio - Falou sobre ecônomia, relatou alguns crimes, - Esses dos quais eu rezava pra não ter acontecido igual com a minha irmã - Enfim.. resolvi desligar a TV.
Olhei pro relogio já eram quase 4 da manhã... 3:51 pra ser mais exata.

- Rob, é melhor você ir pra casa. Dá uma notícia pra Dona Emilia, aliás, a falta da noticia. - Digo quebrando o silêncio.

- Tem certeza Jessy ? Eu não me importo de ficar aqui e esperar amanhecer. - Ele responde com apreensão.

- Não, é sério.. eu vou dormir. Quero que amanheça logo.. não vai adiantar ficarmos aqui. Pode ir. - Respondi convicta.

- Ok, vou lá então. Boa madrugada, na medida do possível.. qualquer coisa me liga, a qualquer hora. - Ele me abraça e vai embora.

*****

Após me trocar e tomar um copo de chá de hortelã bem quente, fui pra minha cama e fiquei esperando... nem sei quanto tempo eu fiquei ali deitada.. pensando e pensando. Até pegar no sono....

Eu sonhei que estava em um corredor escuro.. corria procurando por uma saída enquanto ouvia os grito de desespero da minha irmã..

SOCORRO ! SOCORRO !

Eu corria desesperada e não consiguia encontrá-la.. havia muitas portas nesse corredor.. dentro dessas portas haviam varias mensagens escritas com sangue, mensagens como :

Desista, Ela Nunca voltará, Até nunca mais, Não procure mais, Nunca a achará..

E por mais que eu corria, por mais que eu abrisse as portas, eu nunca conseguia alcansá-la. E o grito ia ficando cada vez mais alto, Mais desesperado e mais longe.

SOCORRO ! SOCORRO ! SOCORROOOOO !!!!

Foi quando no final do corredor, eu vi a sombra de um homem, e ele estava segurando algo em suas mãos.. apertei um pouco os olhos e consegui identificar o que era; Em uma das mãos, ele tinha um facão.. e na outra, ele segurava uma cabeça de mulher, e dela escorria sangue !

Foi quando eu acordei num sobressalto, completamente perdida e apavorada, gritando como eu nunca havia gritado em toda a minha vida.