Capitulo 14 : Enfim, liguei pra ele.

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Domingo : 21 de maio.

Hoje Fazem três dias que eu vi o corpo da Day morta, encontrar a minha irmã naquele estado, era a última coisa que eu esperava na minha vida, isso me abalou profundamente.

Durante esses dias, eu só consegui chorar, olhar as coisas dela, nossos retratos.. lembrar da sua risada. Mal comi, mal dormi, tive mais pesadelos e acordei gritando.. acho que eu já devo ter emagrecido uns 3 kilos.

Não conseguia tirar aquela última imagem dela da minha mente.

Segundo o médico legista, ela havia sido espancada e depois o assassino a teria degolado.. haviam sinais de violência sexual.. seus orgãos genitais estavam mutilados, com muito sangue já coagulado, devido a demora para encontrá-la.

Minha vida já não seria a mesma, eu estava sozinha no mundo, e perdida.. sem emprego, sem minha irmã, sem meus pais.. eu só tinha o Robson agora, e ele estava meio distânte de mim.

Hoje em especial, é um dos piores dias da minha vida.. seria aniversário da minha irmã, hoje ela faria 25 anos e não teve tempo de comemorar mais um ano de vida, alguém sem escrúpulos e sem coração, tirou essa alegria dela. Uma pessoa sem alma.. que merecia queimar no inferno até o fim dos seus dias.

Resolvi que hoje enfim.. ligaria pro Jeffrey, todos esses dias pensando nele, e hoje eu não estava afim de ficar sozinha, hoje não. Tentei ligar pro Robson mas ele não atendeu, ultimamente isso anda acontecendo com muita frequência.

Olhei no relógio e já eram 15:45 da tarde.. levantei, tomei banho, me troquei.. coloquei um vestido preto curto com leggin preta por baixo - Estava de luto - Peguei meu celular e disquei o número do Jeff, nem sabia o que diria.. apenas disquei.

Eu estava prestes a me arrepender de ter ligado, já ia desligar quando uma voz atendeu do outro lado.

- Alô ? Quem fala ? - Ele perguntou - provavelmente por causa do número desconhecido.

Respirei fundo e respondi.

- Oi Jeffrey. Sou eu a Jessy, lembra de mim ? Nos conhecemos na Delegacia, você me deu o seu cartão. - Respondi com a voz tremula, pois a voz dele havia me desconcertado.

- Oi Jessy, lembro sim, como eu poderia esquecer a linda morena dos olhos verdes tão tristes e preocupados ? - Ele me surpreendeu com essa resposta.

- Ah, que vergonha. Não sei porque eu te liguei.. me desculpa. - Eu não sabia o que dizer.

- Parece que você gosta muito de se desculpar não é mesmo ? Não é nenhum encomodo, eu te dei meu cartão porque queria que me ligasse.. não imaginei que iria, e você demorou vários dias né. Eu já tinha desistido de esperar. - Ele parecia sorrir do outro lado da linha.

- Aconteceram tantas coisas sabe ? Minha vida mudou repentinamente.. estou vivendo um abismo, só não queria ficar sozinha. - Acabei confessando.

- Quer sair um pouco ? Me dê seu endereço e eu passo aí para te pegar.

Eu senti medo por um momento, ele continuava sendo um estranho, mas rapidamente afastei o medo da minha mente, afinal.. eu não tinha mais nada a perder. Tudo que eu mais amava eu já havia perdido.

- Tudo bem, acho que preciso sair mesmo.. anota aí. - Aceitei o convite e passei meu endereço.

**************

Após mais ou menos uns 40 minutos, escutei a buzina de um carro no meu portão. Abri a cortina da janela para conferir se era ele.. vi um meriva preto, era o ultimo modelo lançado, estava parado em frente a minha casa, deveria ser.

Me olhei no espelho, passei os olhos pela minha roupa, passei a mão pelos meus cabelos que estavam soltos, e torci para que ele não notasse as minhas olheiras, pois não estava com cabeça para passar maquiagem.

Peguei minha bolsa, calcei os sapatos e sai.

Ao trancar o portão de casa, olhei para dentro do carro através da janela aberta.. e ele sorriu para mim apontando o banco do passageiro. Eu abri a porta entrei e sentei.

Estava muito nervosa, e com vergonha, e ele não parava de sorrir.. o que me deixou ainda mais envergonhada. Mas eu consegui disfarçar bem..

- Onde quer que eu te leve ? - Ele perguntou dando um beijo leve na minha bochecha que deveria estar corada.

- Para qualquer lugar, só preciso mesmo é sair um pouco daqui. - Respondi me recompondo.

- Então vamos. - Ele sorriu mais uma vez - seu sorriso era lindo - e então, deu partida no Meriva.



O Amor Em Meio a DorOnde histórias criam vida. Descubra agora