Uma doce loucura

52 5 19
                                    




A tarde estava linda. Não tinha nem muito sol, nem muito calor, muito menos estava frio, tudo estava ótimo.

Fiquei andando até que me deparei com lindas árvores, eram todas laranjas, avermelhadas, e demais tons quentes. Estávamos no outono, faltava pouco tempo para o natal também.

Eu achava que voltaríamos daqui a três semanas e poucos dias, mas os meninos tinham me dito que voltaríamos no dia 7 de janeiro.

Era algo para se pensar. Estava sentada debaixo de uma árvore gigantesca, enquanto via suas folhas caindo. Era algo muito lindo. Como uma pintura...me sentia em um quadro.

Sinto a paz, e o vento gentil soprando em meus cabelos soltos e pretos. De repente sinto um barulho e um cheiro...era cheiro...de sangue?!

Me aproximei. Saindo de minha zona de conforto, fui chegando mais perto. Me escondo atrás de uma árvore conseguindo visualizar uma criatura conhecida. Era alto e tinha cabelos ruivos acobreados e como sempre, estava de costas.

-Death. - Falei entre sussurros praticamente inaudíveis e em seguida dei um suspiro. Apesar de tudo continuei parada observando-o. Ele estava agachado e remexendo algo entre os arbustos, como se estivesse empurrando e ao mesmo tempo escondendo algo.

Logo, ele levanta. Vou um pouco mais para detrás da árvore, contendo me apenas em olhá-lo assustada. No momento em que se vira, tomo um susto, levando minhas mãos a boca, tentando reprimir assim meu espanto. Seus olhos azuis de um tom escuro que quase se assemelha a preto, estavam agora na cor de mel. Suas pupilas também estavam diferentes ao invés de duas linhas triangulares tinha apenas uma bolinha preta bastante pequena. Seu olhar também era vazio, muito diferente da pessoa gentil que eu tanto gostava e admirava.

Seus olhos não eram a única coisa espantosa. Escorria sangue de sua boca e de suas mãos, sua camisa branca e suas calças jeans também estavam sujas. Por que quando ocorria com outro predador era tão fácil de compreender...mas quando era ele era tão difícil de entender?

"Eu peguei ele se alimentando..."

Quando penso em ir embora devagar, ele levanta sua face sem mudar seu semblante inexpressivo, e começa a farejar o ar procurando por algo ou alguém. Ele vira sua face para minha direção. Desesperada e com medo, eu saio correndo sem olhar para trás e sem parar, até chegar em casa.

Me jogo na cama. Sento e encosto minha cabeça em meus joelhos. Continuou com a cabeça baixa, imersa em pensamentos que me assombravam desde que nasci, mas era sempre o mesmo pesadelo. O lugar onde nasci, a história do minha família, até mesmo a nova amizade que fiz agora...todos eles sempre me diziam a mesma coisa, que Death tinha me feito esquecer, mas...Depois disso me dei conta de algo importante: No fim estou apenas me iludindo.

Você, obviamente em algum momento da sua vida deve ter ouvido uma lenda, uma história de algum herói que dizem que existiu, só que ninguém tem provas "concretas" e diz que ele não existe. Esse é quase o meu caso, só que não é mentira, é real mesmo.

"Em um longo tempo atrás. Bem antes de mim, meus pais, ou até mesmo meus avós nascerem. Praticamente na idade da "escuridão". Após a morte dos humanos, o planeta estava um tremendo caos. As coisas estavam terríveis e sem nexo. A população aumentava como na velocidade em que o milho explode quando se faz pipoca, ou seja, era algo alarmante.

No meio de todo esse ridículo e indescritível caos, havia um animal em especial, que apesar de tudo, não tinha medo de nada...absolutamente nada. Era esperto, pois tinha aprendido algo com os carnívoros, aprendeu à observar.

Ele tinha família uma parceira e um filhote, apesar do caos e das mortes ao redor, ele não se deixava abater. Queria que sua parceira fosse forte, sua prole também, queria dar a eles paz, mostrar que aquilo não era o inferno. Talvez uma fase ruim...mas ia ficar tudo bem.

A Filha Do CaçadorOnde histórias criam vida. Descubra agora