A nova colega.

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Drean estava perplexo. Seu pai tinha morrido há tanto tempo... e agora estava ali. Ele sabia que não estava sonhando, pois conseguia ouvir o sons de seus batimento, conseguia sentir o cheiro do perfume de quando ele era criança. Quando os animais nascem eles meio que sentem o cheiro de seus parentes, e reconhecem o de seus pais quando filhotes. Aquele era esse mesmo cheiro.

- Pai... você...Como? - Era um mix de sentimentos. Ao mesmo tempo queria chorar, mas também queria sorrir, assim como queria gritar. E quanto a Rex e seus pais adotivos? Ele não sabia de mais nada. Aqueles sentimentos misturados... Merda! - Você está vivo... Então... a mamãe também?

Drean estava quase pulando em cima daquele homem que poderia, ou não, ser o seu pai. Ele estava tão feliz e tão confuso, parecia uma criança que tinha ganhado um presente. O homem não falava nada, nada mesmo. Apenas o encarava com o seu único "olho a vista".

Enquanto que Drean, tinha uma franja cobrindo seu olho esquerdo, o dele era o direito. Era como um espelho. O homem olhava no fundo de seus olhos, com o olhar mais gélido e sem vida possível, era frio como a própria neve. Quando um animal olha nos olhos de outro, pode significar várias coisas, mas não coisas positivas. "Caia fora pirralho." Era isso o que ele queria dizer para Drean com o olhar, pois ele não parecia saber falar.

Drean estava confuso. Ele não estava morto isso era obvio. Mas não aparentava estar bem, afinal, ele estava encarando o seu próprio filho como se quisesse esganá-lo.

"Que...merda..."

Sua mente estava confusa. O homem não lhe deu mais ouvidos,e antes de se quer Drean terminar de piscar, ele estava correndo floresta a dentro.

- Pai, espera! - O jovem tentava segui-lo na neve. Não conseguia. Ele tinha desaparecido entre as arvores e Drean tinha tropeçado na neve. Poucos segundos depois, Rex tinha saído da mesma direção gritando pelo nome de Drean.

Ele o levou para a escola. A diretora brigou com ele, disse que ele levaria suspensão. Drean nem ligou. Ele só queria ir para casa... Ver sua mãe e seu pai seria um alívio.

Rex não podia ir com seu irmão, por isso ficou na escola. Alguém tinha que anotar os conteúdos que ele perderia. Rex era um anjinho mesmo, dava até para ver sua auréola.

Drean ficou esperando no pátio. Ele queria ir com seu irmão para casa, e incrivelmente a diretora Ame tinha deixado. Drean tinha alguns problemas familiares, mas não da parte dos pais e sim de si próprio.

A aula tinha acabado. Os dois irmãos seguiram pela floresta congelada, em direção ao seu lar.

Quando chegaram sua mãe estava preocupadíssima, e seu pai tentava acalmá-la. Ela tinha recebido a ligação da diretora em relação ao que ele tinha feito, e estava tão nervosa que mesmo que tenha sido a tempos atrás, ela não havia soltado o celular.

-Drean! - Ela correu para abraçá-lo. Não se importava de ele ter sido suspenso, porque sabia que essas coisas não eram de seu feitio. Seu filho poderia ter morrido, pois se algum predador aparecesse não teria pena de atacar uma criança perdida. - Meu Deus! Você está bem? Eu deveria te bater por ter levado uma suspensão!!! Mas... eu não consigo pensar que poderia ter sido pior. Só o fato de você estar aqui já basta para nós.

Ela o abraçava forte, enquanto lagrimas corriam. Mãe é mãe, só muda o endereço. Pensou Drean enquanto sorria e a abraçava. Seu pai por outro lado, estava preocupado mas estava mais decepcionado do que qualquer outra coisa.

...

Após meio século de broncas, todos pareciam estar melhores. Drean tinha mais dois irmãos além de Rex, um deles tinha 20 e o outro tinha 10. Nenhum deles estavam em casa.

A Filha Do CaçadorOnde histórias criam vida. Descubra agora