Uma lembrança... Porcelana

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-Você sabe que não pode com isso para sempre... - Disse o homem em uma capa preta e um perfume forte masculino. Sua pele clara, cuja aparência desta mais parecia com a de um cadáver, em contraste com o tempo nublado só o deixavam mais pálido.

-O QUE VOCÊ QUER, CHUI?! - Bradou ela, se botando na frente dos arbustos que escondiam seu filho. Em desespero lagrimas rolavam, mas ela continuava de pé. A mulher tremia em sua frente. -AFASTE-SE DE NÓS, ANTES QUE EU TE DEIXE CEGO DESTA VEZ!

Ele ria de forma nervosa, e ao mesmo tempo louca. Era uma risada de desespero... A criança nos arbustos chorava assustada.

Fazia meses que aquele homem, estava atrás dele e da sua mãe. Ele não seria alguém tão assustador para alguém como ela, se não fosse o fato de ele ter matado seu marido...

A mulher tentava pegar uma faca em sua perna para mata-lo, no entanto ele foi mais rápido ao pegar seu pulso. Ele o levanta no ar e em seguida, puxa ela para mais perto de si cruzando seus olhares e deixando com que a mulher assustada, agora estivesse confusa e irada ao mesmo tempo.

-Li... - Ele sussurra em seu ouvido, fazendo com que ela tenha calafrios. Seu bafo quente, e ao mesmo tempo diferente de anos atrás... Não era podre como o de outros carnívoros, era até que agradável e um pouco parecido com.... o... dele? ... - Eu tenho que falar com você, estou falando sério. - Ele olha em seus olhos cor de mel, e suplica mais uma vez... - Por favor, eu... gosto tanto de você...

Ela faz uma cara de nojo e o empurra, forte o suficiente para ele a soltar, mas de forma fraca o suficiente para ele quase nem se mover.

-Eu, nunca, acreditaria, em, alguém, como, você! - Ela o olha com ódio, o linchando com seus olhos alaranjados, que mais pareciam soltar foco em sua direção. - E mesmo se isso fosse verdade, nada me faria ir com você!

-20... Me dê uma chance, por favor. Eu posso te explicar o que aconteceu... - Ela ri em deboche.

-Explicar? Ex-pli-car? - Ela ri mais uma vez virando um pouco a cara, como se fingisse ser uma dissimulada. - EXPLICAR O QUE? - Lagrimas caem de sua face. - Você me atormenta desde que eu tinha 17 anos... Implicava comigo, e sempre me dava trabalho. Nos únicos momentos da minha vida em que eu fui feliz... Você fez com que eles escorressem por minhas mãos, como se fossem areia... - Ela chorava mais. - Você tentou me matar, matou meu marido. E agora fica vigiando a mim e meu filho todos os dias, e a todo momento...

- Eu...

-O que então você pode me explicar, Chui? - Ela começa nervosa. - Vai me negar que o cadáver em suas mãos, estava segurando a cruz de pedra esverdeada?

-Não, mas...

-Vai negar que estava coberta de sangue, assim como o pescoço do cadáver?

-Não...

Mesmo não tendo como comprovar de quem era o cadáver, ela "sabia" que era o dele. As coisas teriam sido muito mais fáceis de serem explicadas, se ele não tivesse se livrado do corpo, ou de suas próprias roupas...

"Idiota"

Reclamava ele, agredindo a sua pessoa, de forma verbal, em sua mente.

O pobre leopardo não sabe mais o que fazer em relação a isso... Ele nunca foi bom com mentiras, e isso já havia se tornado uma bola de neve maior do que as que cobriam os montanhas onde ele morava.

- Eu tenho que falar com vocês dois, por isso a tal "perseguição" - Ela o olhava incrédulo. "O que ele iria querer com uma criança de 2 anos? Mas o que diabos?" Ela se interrogava sem sucesso. - Preciso que você confie em mim, e que você e seu filho venham comigo.

A Filha Do CaçadorOnde histórias criam vida. Descubra agora