Quebrados / Trilogia Amores Livro I

Mío Milagro...

Eu estava parada lá, ninguém olhou pra mim realmente mas eu estava azul de vergonha ou talvez fossem os all stars azuis, eu não sabia bem até que ele brotou do meu lado.
–  Senhorita Torres? –  Perguntou o homem de terno azul marinho.
– Sim? –  Respondi.
– Sou Aaron Hotchner, vamos eu tenho que apresentar você a equipe. –  Ele dá um aceno e eu o sigo prontamente, apenas para encontrar todos os membros reunidos na sala.
O homem parece ter sido informado sobre mim e culpo Matthew por isso.
Todos estão sentados lá, esperando o agente Hotchner falar.
– Bem essa é Sarah Torres, ela foi transferida da NSA. –  Ele diz – Ela agora faz parte da nossa equipe.
Todos os pares de olhos ficam no meu rosto.
– Bem vocês já sabem meu nome, meu trabalho foi na NSA. Eu trabalhava principalmente fazendo perfis em situações que o público não pode conhecer.
– Nós sabemos!–   Uma loira meio gordinha acena em minha direção –  Eu sou Penélope Garcia, o oráculo de Quântico.
Eu sorri imediatamente, pela simpatia da mulher extremamente colorida.
– Bem sou Sarah Torres, mas você pode me chamar de Milagro. –  Estico a mão para ela.
Ela me aperta num abraço e eu acabo retribuindo.
– Eu sou Jennifer Jareau mas você pode me chamar de JJ.–  Uma mulher loira se levanta em minha direção.
Dou-lhe a mão.
– Morgan, Derek Morgan. –  Um moreno alto e com um corpo incrível me cumprimenta.
– OK... Bond. –  Pisco e Penélope ri.
Nesse momento ele entra na sala, com uma pasta de papéis e um copo de café.
– Oh me desculpem eu acabei me atrasando e ... –  Ele para de falar me olhando.
– Doutor Reid? –  Falo sorrindo.
– Ah sim, Olá. –Ele olha tímido
– Vocês já se conheceram? –  Morgan pergunta.
– Eu tive um pequeno acidente no mercado ontem e o doutor me ajudou.–  Explico resumidamente.
– Ah... Sim... Entendo. –Ele pisca pra mim
– Vocês já começaram? –Pergunta o Doutor Reid
– Não, eles estão montando meu perfil antes. – Dou de ombros
– Na verdade nós queremos saber por que você foi arrancada da NSA, seus arquivos estão lacrados. – Penélope diz curiosa.
– Bem... Eu... – Vergonha me deixa corada. –  Eu agredi o alvo que devia proteger.
– Você não trabalhava com perfis? –  JJ pergunta.
–  Eu estava fazendo um perfil simples, era um suposto perseguidor meu trabalho é atuar na proteção do senador, fazer perfil e assim deixar que a NSA encontrasse o UnSub. Isso correu bem, mas o Senador entendeu mal as atribuições do meu cargo e eu acabei tendo que explicar de uma maneira não convencional –  Flexionei os dedos em punho.
Morgan foi o primeiro a entender, e logo todos estavam sorrindo.
Exceto Spencer e Hotch.
– Não entendi.–  O doutor disse sério.
– Ela bateu nele.–  Garcia explicou ainda se divertindo. 
Spencer olhou pra  mim e abriu um sorriso pequeno.
Hotch ficou sério.
– Isso não é engraçado. –  Ele disse.
– Eu não quis que fosse, apena não deixei que a situação se repetisse...
– Repetisse? –  A palavra capturou a atenção de Spencer.
– Eu já tive problemas com homens mais velhos acreditarem que tem algum poder sobre mim.
JJ levantou as sobrancelhas.
– Registros infantis? –  Garcia perguntou.
– Você vai olhar cada pedacinho de informação disponível não vai?
– Ela vai. –  Morgan respondeu no lugar.
Me limitei a sorrir.
– Bem vocês sabem os detalhes sobre a minha formação acadêmica, sabem onde trabalhei, quantos anos fiquei e qualquer tipo de informação pessoal que não estava lacrada pela NSA.
– É o prodígio da agência, com quantos anos se formou?
–  Com 12 anos eu me formei no ensino médio, eu tenho 3 phds e algumas graduações avulsas, tenho certeza de que estou apta para qualquer teste em que vocês me coloquem antes de trabalhar em campo.
Hotch me olhou de cima a baixo.
– Morgan vai te dar o treinamento físico, e Reid vai te ajudar com os assuntos acadêmicos.
Mais uma vez me limitei a sorrir.
– Até passar em todos os testes você não pode ir a campo.
Eu murcho um pouco.
– Vai sentir falta da ação milagro? – Morgan pisca
– Tenho certeza que você vai garantir que eu tenha ação o bastante. – Mordo de volta e vejo a Garcia se divertindo com a cena.
– Você vai sentir a ação em cada pedacinho do seu corpo docinho.
– Ah, com certeza vai. –  Penélope diz.
Reid faz um barulho estranho, e imediatamente captura a minha atenção.
Ele tem uma expressão estranha no rosto, se eu o conhecesse bem diria que era ciúmes.
– Bem apresentações feitas vamos ao trabalho.
   
                                                                      ***

Eu estava atrasado para a reunião, todos já estavam na sala e eu entrei meio apressado.
A conversa entre eles fluiu como se ela trabalhasse aqui a anos.
Mas o que chamou minha atenção foi o apelido Milagro.
Eu prestei atenção a cada palavra que saia da boca dela, e aqueles cabelos castanhos amarrados como um nó me distraiam da leitura.
Ela vestia calças jeans justas, e uma blusa com gola V que oferecia uma boa visão dos seios.
Derek olhava pra lá a cada 15 segundos, e eu estava ficando desconfortável com aquela cena.
Ela tinha um colar de prata fino do pescoço, com um pingente que eu nunca iria imaginar.
Era o Anel de Sauron.
Eu sorri internamente.
E bem nesse momento Derek bem... Derek resolve ser o Derek.
– Vai sentir falta da ação milagro?
– Tenho certeza que você vai garantir que eu tenha ação o bastante.
– Você vai sentir a ação em cada pedacinho do seu corpo chica.
Eu fiquei irritado de uma maneira incomum, Morgan é meu amigo e eu não tenho razão aparente para ter raiva dele.
Foi quando eu vi no rosto dela aquele sorrisinho.

Ela deve ter gostado bastante dele, mas também que mulher não gosta? Dificilmente uma mulher como ela não se interessaria.
Observo bem o seu porte atlético, ela faz algo pra se manter em forma. Usa um all star parecido com os meus e bem ela tem pernas realmente compridas.
JJ me pega olhando e sorri.
Assim que o Hotch da nossa reunião como terminada eu os vejo sufoca-la com perguntas.
Ela é realmente impressionante.
Deslizando fácil entre os assuntos eu os observo conversar não prestando atenção em nada realmente até a pergunta.
– Por que Milagro?
"– Eu ganhei este apelido após a primeira missão com a agência. Era para ser um trabalho simples de campo, nós montamos do perfil do suspeito de roubar uma maleta recheada com códigos militares. Nenhum de nós consegue explicar muito bem o que aconteceu, seguíamos o Unsub de perto na mata fechada e uma enorme armadilha de ursos disparou, nós ouvimos o som não muito longe.
A equipe pegou o suspeito e quando nos retirávamos em direção a viatura notamos que Matthew não estava junto conosco. Eu e Jocelyn entramos no estado de busca, e procuramos por toda parte. Os demais foram levar o Unsub de volta para a delegacia.
Não tinha sinal de celular, Matthew estava sumido e todos tinham ido. Nós ouvimos os sons de dor, e lá estava ele... Coitado. Era horrível, em alguns pontos conseguíamos ver o osso. O meu herói estava apavorado, ele queria a todo custo puxar a perna. Nós não conhecíamos a gravidade do ferimento, não podíamos move-lo. A delegacia estava a pelo menos 12 minutos de carro, e uma de nós tinha que ir buscar ajuda. Jocelyn e eu entramos num acordo, ela iria por que era melhor motorista e eu tentaria acalma-lo por que eu não estava fazendo o caminho de perde-lo.  Ela foi e eu fiquei tentando distrai-lo, em um dado momento ele disse:
– É preciso um milagre pra que eu sobreviva a isso sem perder a perna.
– Fique paradinho aí e nós vamos garantir você perdendo de mim na corrida de novo. Querido eu sou seu milagre..."
– Ah meu Deus!!! –  Garcia exclamou com um olhar admirado.
– E ele sobreviveu? –  JJ parecia interessada.
– Ele chegou no hospital me chamando de milagro e acabou que alguém gostou demais desse apelido. A palavra que a enfermeira usou para descrever a situação foi milagre, hoje ele tem uma cicatriz enorme na perna e manca um pouco. – Ela diz sorridente.
Percebo que toda vez que ela fala desse homem toca o anel pendurado no pescoço e já não gosto mais tanto assim da referência.