Quebrados / Trilogia Amores Livro I

Que lo nuestro se quede nuestro.

                                 Spencer Reid.

Eu estava saindo do banheiro quando ouvi cantar, a voz doce cantava com penar uma música que pela fluência parecia ser mais alegre.
Ela cantava como uma oração sussurada e eu fiquei algum tempo ouvindo atrás da porta, em parte para não incomoda-la, em parte por que me trouxe uma paz que eu não conhecia.
Abri devagar a porta por que não queria assusta-la nem nada do tipo, mas me surpreendi ao ver que Sarah estava deitada no sofá com a camisa que eu emprestei, os cabelos jogados em toda parte, os olhos fechados e um sorriso pequeno nos lábios.
Não sei quanto tempo fiquei parado olhando, antes que ela abrisse os olhos e me visse lá.
-Spence... Desculpe eu ... - Ela parecia nervosa por ser pega em algo tão simples como cantar.
-Está tudo bem. Você canta bem, e também fala espanhol. - Observo.
-Eu falo.- Ela diz se sentando com as pernas cruzadas uma sobre a outra.
-Isso é... É de se esperar, você tem essa descendência latina, e esse sobre nome... Sabia que cerca de ...
-Eu sei Spence.- Ela interrompe meu raciocínio.
Fico envergonhado, mas ela dispensa um sorriso na minha direção e eu logo estou bem de novo.
-Você dorme na cama, eu fico com o sofá. - Digo.
-Spencer nós dois cabemos muito bem naquela cama, é tão grande que eu acho que o Morgan e a Jj caberiam também. - Ela exagera e eu rio com isso.
-Deixamos o sofá pro Hotch? - Pergunto entrando na brincadeira.
Ela gargalha e eu percebo que é o som mais bonito desde... Desde Maeve.
Minha camisa fica grande nela como um vestido muito folgado, eu sorrio com isso.
Nós nos deitamos cada um para o seu lado, e eu realmente não quero dormir.
-Se importa se eu ler? - Pergunto.
- Na verdade não, eu não consigo parar de pensar. - Ela me diz, e eu entendo.
-Eu só trouxe "A coisa" - Digo não sabendo se ela vai gostar.
-Tudo bem.
Eu me levanto para pegar o livro, e depois volto e fico sentado na cama. Ela se ajeita ficando virada pra mim e me olha enquanto eu tento ler, eu juro que tento.
Mas não consigo controlar minha mente divaga e eu percebo que ela está esperando que eu leia.
-Spence...-Ela toca meu braço com a ponta dos dedos- Você está lendo pra si, e embora eu ache encantador e possa ficar horas te olhando eu realmente queria saber o que você está lendo.
Eu sorrio.
-Eu... Sarah eu... Eu realmente não estou conseguindo me concentrar o suficiente pra ler.
Ela parece ponderar.
-Coloque o livro ai, você precisa dormir mais do que eu.-Ela diz.
-Não, eu não preciso. Pode dormir eu apago o abajur.- Digo.
-Spencer Reid você vai deitar aqui e ficar calado. - Ela diz agora brava.
-Mas ...
-Sem discussão. -Me interrompe novamente.
Eu decido ceder e me deito virado pra ela.
-Posso? - Pergunta gesticulando pro meu cabelo.
Por que não? Apenas aceno que sim.
-O que você faz quando não consegue parar?- Pergunto curioso.
-Música. - Ela diz simplesmente.
Penso nela cantando no sofá.
-Cante pra mim. -Peço meio descrente de que ela vá aceitar.
Ela pensa um pouco, ainda mexendo nos meus cabelos...
E então começa a cantar, em espanhol:

Sólo tú y yo conocemos la historia
Porque tú y yo la escribimos
Y no permitas que nadie te venga a decir otra cosa
Porque aún existe la gente
Que odia a quien toca la gloria

Sólo tú y yo aceptamos el viaje
Desde que nos conocimos
Que venga el mundo a juzgar al que ama
A quién necesitaba
Y que no tiene remedio de ser
Lo que no se esperaba

Respira lento
Regresa el tiempo
Que yo de amarte
No me arrepiento
Lo que vivimos
Fúe tán sincero
Cuánto te quise
Cuánto te quiero
Cuánto te quiero

¿Y quién se queda lo que construimos?
Y lo que nos destruimos
Que venga aquel invisible valiente
A borrar tu pasado
Que venga y quite el calor de los besos
Que daban mis labios
Que desdibuje en tus sábanas blancas
Los días y noches
Y después vaya a comprarse una vida