A última carta.

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Para Maeve Donovan, em algum lugar bom.

Maeve, eu não sei como começar essa carta...
Acho que devíamos começar pelo começo: Eu quase morri quando você morreu.
Sério mesmo, eu fiquei realmente muito mal, e era como se tudo tivesse esmaecido.
A Sarah diria que tudo perdeu a cor, falando na Sarah... Ela é a pessoa que puxou do buraco.
Ou nem tanto.
Quando perdi você era como cair num poço escuro, eu estava tão machucado e longe da luz.
Eu escalei devagar as paredes desse poço, construindo degraus do barro, com as minhas próprias mãos.
Eu estava cansado.
Quando Sarah apareceu era como se uma enorme escada fosse posta na minha frente.
Eu escalei degrau por degrau dela.
Você ficaria orgulhosa de mim Maeve.
Não posso dizer que não penso em você mas na minha cabeça você é uma tia ou prima distante, é  engraçado ver a pequena Maeve aprendendo a comer enquanto o Gideon corre pela casa.
Faz tanto tempo agora...
Eu gosto de vê-los aqui, o pequeno garotinho que nós adotamos já tem 5 anos e a nossa Maeve tem pouco mais de um.
Sabia que Sarah escolheu esse nome porque sonhei com você na noite em que ela descobriu que estava grávida? Ela disse que era um sinal do céu, que a pequena Maeve era sua reencarnação.
Há momentos em que eu quase acredito nisso, quando a pequena sorri eu penso que ela se parece com você.
Gosto de pensar assim, gosto de pensar que você vive nela e que ela será uma continuação do que você foi.
Gosto de pensar que ela será boa como você foi, gentil como você era.
Obrigada por fazer parte da nossa vida Maeve, eu lamento que você tenha ido tão cedo.

Com amor,  Doutor Spencer Reid.

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