Quebrados / Trilogia Amores Livro I

John Doe

                           Sarah Torres.

Na manhã seguinte eu estava indo para o FBI e remoendo na minha  cabeça os acontecimentos dos dias anteriores.
Passei de quase não falar com Spencer para toca-lo em cada oportunidade possível, ele passou de quase não falar comigo para me ouvir cantar sempre que possível.
Eu ri com a ironia.
Alguém tinha contado a metade da UAC os acontecimentos da viagem, por que quando o elevador abriu as portas pelo menos uma dezena de pares de olhos estavam observando cada movimento meu.
Merda.
Respirei fundo e segui pra minha mesa, haviam pelo menos cinco perfis pra que eu terminasse e eu queria treinar com Morgan mais tarde.
-Bom dia pretty girl - Garcia exclamou sorridente.
-Você também?!- Pergunto baixo.
-Ao que parece em quinze minutos a UAC inteira estava ouvindo da boca do Morgan as notícias sobre nossos prodígios. - Ela disse apressadinha.
- Qual é o maldito problema daquele idiota? Ele deve estar sem sexo a pelo menos uma década. - Digo apertando a ponte do nariz.
-Na verdade eu não estou.- Eu o ouvi dizer atrás de mim.
-Garcia diga a esse pedaço inútil de tecido humano que eu não estou falando com eles até que minha raiva passe. - Digo.
-Ah... Querida isso é infantil. - ela me diz.
-Você sabia que eles armaram pra que Spence e eu ficássemos no mesmo quarto? Aposto que não, eu não tinha sequer minha mala por que a JJ se trancou com ela. - Digo e vejo Penélope ficar vermelha.
-Derek trovão chocolate Morgan, você fez isso? - Ela pergunta muito séria.
-Querida... Alguém tinha que fazer. -Ele diz levantando as mãos em um gesto de defesa.
Garcia balança a cabeça em negativa.
-Isso não se faz. - Ela diz simplesmente.  - Eu estou apoiando a greve de silêncio da Sarah, e a partir de agora nós só falamos o estritamente necessário.
-Mas eu... - A expressão no rosto da Garcia o silencia.
Ele se rende.
-Ok...
JJ e Spencer chegam juntos e nos veem parados naquele impasse.
-O que aconteceu aqui?- A loira pergunta 
-Elas estão em greve de silêncio conosco. - Morgan da de ombros.
-O que? Por que?- Spencer pergunta.
-Por causa do que eles fizeram com a gente, foi alta traição.- Digo a Spencer. -Garcia aderiu ao movimento por solidariedade conosco.
-E o Hotch? -Spencer me pergunta.
-Depende do meu humor quando vê-lo.- Digo dando de ombros.
Spencer respirou pesado.
- Sarah... Querida eu realmente acho que você deveria voltar a falar com eles, isso não é legal e pra falar a verdade é muito infantil. - Ele diz exasperado - Além disso... Bem... Além disso, se eles não tivesse aprontado isso eu nunca teria te ouvido cantar.
Spencer parece ter tirado um peso dos ombros depois dessa afirmação. E todos nós ficamos olhando pra ele sem saber o que dizer enquanto ele deu dois passos e colocou a mão naquele lugar onde o pescoço e o ombro se encontram, eu automaticamente me inclinei para seu toque.
Penélope suspirou atrás de nós. 
-Ah... O amor entre os gênios.
Nós rimos e eu peguei a mão livre dele.
-Olha, a garoto que não aperta mãos deixando uma mulher brincar com a sua... - Morgan diz.
-Sarah pode fazê-lo, na verdade eu nem sei por que eu deixo. - Spence dá os ombros.
-Spence eu dou fim na greve se você for almoçar comigo hoje. -Digo sorrindo.
-E-eu? Tudo bem.
-Então eu declaro essa greve encerrada! - Proclamo.
-Ótimo porque nós temos um caso pela frente. - Hotch aparece dizendo.
-Finalmente! Estava com saudade de você Morgan. - Garcia diz e JJ solta uma risada alta.
- Vamos trabalhar. - Hotch sorri.
E todos nós seguimos para a reunião.

                           ***

- A Polícia de Salt Lake City encontrou dois corpos em locais próximos e a forma como eles foram desovados sugere que tenham sido mortos pelo menos assassino.  "A coisa toda é que não conseguiram fazer autópsia nos corpos, por que segundo o perito local quando alguém toca nos corpos eles explodem. Os dois corpos foram assim, quando o legista chegou para atestar o óbito  fato o corpo explodiu em pedacinhos.
As bombas parecem estar colocadas na caixa torácica de forma que a explosão destrói todos os órgãos internos e os pedaços voam pelos ares. "
Fico chocada com o que ela diz, e fico pior ainda quando vejo as fotos.
A vitimologia sugere que os alvos são homens entre 35 e 50 anos, brancos, entre 1,70m e 1,85m.
Os pedaços dos corpos espalhados sobre o pobre legista que teve de ser fotografado para manter a evidência começaram a nublar a minha visão e eu sacudi a cabeça afastando a lembrança dos pedaços de Marco sobre mim.
-Então não sabemos como as vítimas são mortas? - Morgan pergunta.
-Não exatamente.
Spencer bufa e todas as cabeças viram-se pra ele em descrença.
-O que? - Eu chamo
-Nada desculpe. - Ele diz voltando os olhos para o relatório em nossas mãos.
Uma batida soa na porta da sala e logo um jovem aparece olhando para nós.
-Com licença, eu estou procurando a Doutora Sarah Milagro Torres. - Ele diz olhando pra JJ.
-Sou eu. - Me levanto - O que foi?
-Entrega pra você.- O rapaz disse e todos me olharam curiosos. -Assine o canhoto que eu já volto.
-Sarah você sabe que não pode receber pacotes pessoais aqui não é? - Hotchner perguntou.
-Eu sei... Eu não dei esse endereço a ninguém, nem estou esperando nada de ninguém. - Eu me defendi.
O rapaz voltou com um vasinho quadrado onde estavam vários lírios laranjas.
-Aqui, obrigado e tenha um bom dia.  - O rapaz pegou o canhoto de mim e foi embora.
-Spencer você é rápido garoto, já está mandando flores? - Rossi perturba o Doutor.
-Não sei quem mandou, mas não fui eu.-Ele diz e eu detecto uma nota de ciúmes na voz.
-Ih Spencer você está atrasado.- Morgan ri.
Eu pego o cartão preso no vaso.
 
  O que significam os Lírios?
  Milagro eu esperarei por você, assim como esperei por estes belos exemplares.
                             John Doe.