Atenção: O capítulo a seguir tem grandes emoções.
Prossiga por sua conta e risco.Sarah Torres
Eu sabia que ele viria por mim, eu sempre soube mas quando a ouvi dizer essas palavras não pude evitar de me desesperar.
Um som cortante se instalou nos meus pensamentos e eu ouvi o som nas minhas orelhas.
Era o maldito toque de celular.
-O que você quer de mim?
-Amor. Eu só quero a PORRA DO SEU AMOR. - Ele diz e eu percebo que talvez não saia daqui viva.
-Eu não vou te amar assim.- Digo deixando os ombros caírem em derrota.
-Você vai me amar.O alarme de incêndio começa a tocar
-Ele colocou fogo no prédio- JJ diz se levantando
-Vamos embora. -Spencer me puxa e Penélope se levanta.
Nós nos apressamos até a porta, quando a janela se estilhaça.
O gás tapa minha visão, a nuvem branca se espalha na minha frente, a porta não abre.
Eu tento, nós tentamos abrir mas ela não abre.
Eu me sinto tonta, Penélope tosse em algum lugar.
Me agarro ao braço de Spencer mas ele também está caindo.
Fecho os olhos por dois segundos.
Me sinto tão sonolenta...-Não matem ninguém
-E as loiras?
-Deixe-as, o chefe falou só a garota morena e o magrelo.
-Arthuro? - Pergunto com a visão falha, tudo escurece.
Abro os olhos novamente,minha cabeça gira e eu não consigo me concentrar em nada.
Minha cabeça está no colo de alguém.
-Spencer? - Pergunto com a voz falha, ainda meio grogue.
-Não meu amor. -A voz diz
-Arthuro? Por que?
-É incrível o que meia dúzia de ex dententos fazem por um trocado. -Ele diz pressionando um pano no meu nariz.
Cheira a doce.
Eu desmaio novamente.
Ouço gritos de dor quando acordo.
Tento puxar meus braços mas eles parecem presos as minhas costas.
Minha cabeça lateja tanto que eu mal consigo abrir os olhos, a visão desfocada me mostra um cômodo sem iluminação e duas figuras.
As imagens não tomam uma forma definida, então eu solto um gunhido de dor e cerro os olhos novamente.
Tento abrir os olhos de novo quando os gritos de dor recomeçam.
As formas vão tomando focalizando-se devagar, e eu vejo um homem de cabelos loiro areia em pé e uma cabeça abaixada.
Cabelos castanhos e longos caiam em cascatas, e eu reconheci a forma familiar de Spencer.
Um som de horror se fixou no fundo da minha garganta e eu quis morrer.
O alarido soou na sala e eu finalmente podia ver com clareza.
Arthuro tinha Spencer preso numa cadeira assim como eu.
A sala não se parecia em nada com as que se vê o tempo todo na tv.
Era verdade, a sala era escura porém é incrivelmente limpa, o piso branco brilhante tem respingos de sangue.
O lado forense em mim os identifica facilmente como respingos de alta velocidade, consistentes com uma lesão por impacto.
Arthuro agora olha na minha direção e eu vejo o rosto de Spencer se levantar devagar.
Parece um esforço hercúleo pra ele.
Arthuro anda na minha direção.
Minha cabeça dói um pouco.
-Você finalmente acordou meu amor. -O ser desprezível diz andando até mim.
Eu não mudo meus olhos de lugar, o homem que eu amo tem o rosto todo manchado de sangue.
Alguns arranhões cobrem a pele do lado esquerdo da face dele, e um hematoma enorme começa a se formar do lado direito da face dele.
O lábio superior está cortado e tem sangue saindo daquele nariz que eu costumava amar.
-S-Spencer - Eu tento chama-lo
O brilho dos olhos está apagado.
-Eu te tiro daquele inferno e você chama a ele? - Arhturo parece furioso, e quando me recuso a olha-lo ele pega meu queixo entre os dedos e levanta meu rosto a força.
-Eu falei com você. -Me diz
-Spencer...-Eu tento os olhos pro lugar onde meu amor está amarrado.
-ARTHURO!!! EU SOU ARTHURO!!! - Ele grita transtornado e eu sinto...
O vento vem antes do tapa que pica minha face.
A pele arde um pouco e minha cabeça confusa sacode sem direção.
-Arhturo...-Eu sussurro.
-Sim querida. -Ele diz passando a mão onde deu o tapa.
Me sinto enojada com o carinho.
-Por que? -Pergunto vagamente sem saber..
Spencer solta um lamúrio de dor e eu sinto o desespero.
-Você é o amor da minha vida, eu vou te amar até a morte. -Ele diz alisando meu cabelo - Você vai perceber que me ama.
-Eu amo ele.-Balanço o queixo em direção ao homem amarrado na cadeira.
-NÃO!!!! VOCÊ ME AMA!!!! -Ele parece transtornado.
Eu não sei o que fazer.
Ele percebe a minha loucura e saca uma arma.
Anda na direção de Spencer e dá várias coronhadas nele.
-VOCÊ AMA ESSE FRACO? -Ele grita - ELE NÃO PODE SEQUER TE DEFENDER.
Eu olhei para a arma apontada para a cabeça do amor da minha vida.
Eu ia morrer por fazer aquilo.
-Arhturo? - Chamei baixo.
-O que foi meu amor?- Ele disse batendo o cano da arma em Spencer -Você quer que eu o mate?
-Eu... - As palavras viram uma bucha na minha boca, mas eu me forço a coloca-las pra fora - Eu não me importo.
Eu uso toda a força que tenho pra não deixar as palavras quebrarem, pra manter meu tom de voz casual.
Isso chama a atenção dele.
-Você não se importa? -Pergunta levantando o rosto ensanguentado de Spencer pelos cabelos.
Eu me forço a o olhar diretamente pra ele, os olhos que eu tanto amo estão sem brilho.
O cabelo grudado no rosto, e sangue seco mancha a pele clara da sua face.
Ele não entende.
-Não, deixe-o ai. -Eu digo usando o tom de escárnio, náuseas tomam minha garganta -Ele é só um garoto magricela.
Me sinto suja e usada, a minha alma está sendo partida em pedaços.
Minhas lágrimas ameaçam tomar a minha visão, e meu corpo todo treme.
Arhturo finalmente começa a se afastar de Spencer.
-Você não disse que amava ele? - Ele pergunta tocando a lateral do meu rosto.
Eu fico a ponto de vomitar.
Não.
Você vai ser forte por Spencer.
-Eu... Eu achei que sim. -Digo hesitante.
-Achou? - Pergunta tocando meu cabelo.
-Ele é tão fraco... -Eu tomo coragem e olho os olhos daquele louco -Ele ... Ele não é como você.
Um olhar de satisfação passa pelos olhos de Arthuro, seguido por desconfiança.
-Você só diz isso pra que eu não o mate.
Eu não posso me desesperar, respiro fundo e inclino a cabeça na direção dele.
-Vá em frente, mate-o. Eu não me importo. - As palavras rasgam a minha garganta, e eu quase posso sentir o gosto de podridão que elas tem.
Arthuro acaricia minha pele mais uma vez.
-Você me ama? - Ele pergunta parecendo uma criança por alguns segundos.
-Com todas as minhas forças. - Eu digo e espero que Spencer se lembre. Desvio os olhos devagar pra ele, e um brilho fraco de entendimento cintila nos seus olhos.
A soma de todas as forças é igual a zero.
-Eu...Eu ...Eu... Eu posso tocar você? - Pergunto olhando nos olhos de Arthuro.
Ele parece surpreso com a pergunta.
Eu quero chorar, estou tremendo, e sei que o FBI vai vir a qualquer momento.
Preciso manter Spencer seguro.
-Eu acho melhor não querida. -Arhturo diz.
-Você não me ama mais? - Pergunto deixando as lágrimas presas caírem, agora elas servem pra algo.
Arthuro me olha em desespero.
-Não! Não chore meu amor, não chore. -Ele diz passando os polegares pelas lágrimas que correm minhas bochechas.
Eu choro por ver Spencer assim, mas eu preciso faze-lo acreditar que é pela possível rejeição dele.
-Vo você na não me ama ma mais. -Gaguejo.
Ele coloca a arma na mesa afastada de nós, depois volta pra mim.
-Você tem que prometer que não vai tentar me machucar. - Diz pegando uma faca.
-Eu... Eu não vou... Eu não vou. -Digo fazendo sim com a cabeça.
Ele se ajoelha na frente da minha cadeira e corta as cordas que prendem meus braços, depois coloca a ponta da faca na minha barriga.
-Se você tentar me machucar eu vou enfiar ela em você, vai doer muito. Você me entendeu? - Pergunto
Eu fiz que sim mais uma vez.
Spencer observava tudo ainda amarrado.
Eu levanto as mãos muito devagar, e as coloco no rosto de Arthuro.
-Eu esperei tanto por isso. -Ele diz numa respiração.
Eu fecho meus olhos, e me transporto para o banheiro de Spencer.
No dia que eu dei banho nele.
Passo a ponta dos dedos no rosto dele me lembrando de Spencer, os contornos delicados da face dele.
A mandíbula levemente quadrada, os lábios macios, o nariz tão bem feito que feito que chega a ser delicado.
Os olhos verdes...
Eu viajo nas lembranças.
Com meus ouvidos apurados pra qualquer barulho que venha de fora.
-Eu te amo Sarah. - Arhturo diz.
-Eu também te amo, com todas as minhas forças. -Respondo.
Meu ouvido capta o som de passos.
Eu abro os olhos e encontro o rosto de Arthuro, imediatamente afasto as mãos.
Ele tira a faca da minha barriga.
-Eu vou abraçar você agora... Tá? -Pergunto fingindo hesitação.
Ele parece em conflito.
-Só um abraço. - Eu digo -Você não tocou em mim
Ele me olha com desejo.
Meu corpo estremece de nojo.
-Eu quero, mas não é seguro. Eu não confio em você. - Ele me diz.
Eu finjo me afastar dele ultrajada, cobrindo o rosto com as mãos.
Eu não posso deixa-lo nos pegar.
Nós três temos que sair vivos daqui.
Spencer, o baby Spencer e eu.
-Você não me ama mais... -Sussuro
Ele pega meus dedos e os afasta do meu rosto.
-Eu ainda amo você. Mas você... Você não me deixa confiar em você. -Ele diz e parece realmente insano. - Eu vou colocar a faca nas suas costas, e você pode me abraçar.
Eu respiro fundo e me preparo.
Travo a respiração quando passo os braços em torno dele.
-Não... Isso não tá certo. -Murmuro.
-O que foi meu amor?
-Isso não é abraçar.- Eu digo com os braços ainda em torno dele.
-Por que? -Ele pergunta afagando meu cabelo.
Eu sinto a faca cutucando minhas costas
-Eu estou muito longe de você... O tamanho está errado... Eu tinha que ser menor que você. -Digo me aninhando nele.
Eu tenho as pernas presas na cadeira, amarrada até as coxas.
-Eu não posso te soltar. -Ele me diz.
Eu dou vazão as minhas lagrimas de novo.
Encharcando a camisa dele com meu desespero.
-Você não me quer mais? - Sussurro baixo.
Ele larga a faca no chão e se afasta do meu abraço.
-Ei, não chora, não chora meu amor... Eu te quero sim. -Ele diz colocando as duas mãos no meu rosto.
Eu estou exausta, mas preciso ficar firme por nós.
Spencer depende de mim.
-Me beija? - Pergunto com o vômito tapando a garganta.
Pelo canto dos olhos vejo Spencer fechar os dele.
Arhturo me puxa devagar, ainda com as duas mãos no meu rosto.
Controlo a bile que ameaça acabar com o meu plano.
Arhturo pousa os lábios sobre os meus.
Eu não sinto nada, mas retribuo o beijo.
Com nojo, e minha vontade de morrer aumentando, mas eu precisava ficar viva.
Quando o beijo acaba e ele se afasta de mim eu me forço a sorrir como uma boba apaixonada.
Ele olha minha expressão.
-Você confia em mim agora? -Pergunto baixo.
Ele nada responde, mas se abaixa, pega a faca e corta as cordas que prendem minhas pernas.
Eu tremo um pouco pra ficar de pé, e ele me ajuda.
Quando eu passo os braços em volta dele ele me abraça com a faca ainda nas mãos.
-Pelo amor de Deus, solta isso. -Eu digo a ele.
Ele ri, mas coloca a faca na mesa, sem me soltar.
Eu tenho pouco tempo pra fazer minha jogada. Ele se afasta de mim.
-O que vamos fazer com ele? - Me pergunta.
-Quem se importa? -Digo com uma ironia forçada.
Arthuro caminha devagar até Spencer deixando a faca na mesa e levando a arma.
-Suas ultimas palavras moleque? -Ele pergunta.
Spencer se esforça pra levantar a cabeça.
O rosto ensanguentado encara seu captor enquanto eu pego a faca devagar e caminho na ponta dos pés para trás de Arthuro.
-A soma de todas as forças é igual a zero. -Spencer diz com a voz quase falhando.
Arhturo puxa a trava da arma.
Eu levanto a faca e a enfio no meio das costas dele, até o punho e a puxo de volta.
A arma cai no chão.
Arthuro se vira ferido e tenta vir na minha direção.
Algo acontece comigo, e eu o ataco.
A sensação da faca entrando nos tecidos...
Meus punhos cerrados no cabo e o corpo que desaba sem vida no chão.
Há sangue por toda parte.
Nas minhas roupas, nos meus braços no meu cabelo.
Eu continuo esfaqueando, mesmo depois que o corpo dele cai morto.
Meus punhos estão encharcados.
Um estrondo soa longe, mas eu não me importo.
Flashs de luzes ferem minha visão, e iluminam os filetes de sangue espalhados no lugar.
-Largue a faca Sarah. -Eu conheço a voz que diz.
De repente tem muita gente aqui.
Mas eu preciso continuar, ou ele vai levantar e nos pegar.
-Sarah eu preciso que você largue a faca. -Outra pessoa diz.
-Ele vai pegar Spencer...-Eu digo perdida
-Sarah, é o Marco. Eu preciso que você pare de estacar esse babaca. -Uma outra voz se identifica.
Eu só vejo o vermelho.
-S...Sa...Sarah ... Sarah querida... Eu ... Preciso... Pare...- Diz uma voz fraca.
Fico lá grudada na faca enfiada no peito daquele doente cruel.
Eu finalmente olho pra longe do corpo, a equipe está quase toda aqui.
Marco, Matthew, Rossi, Morgan e Hotch.
Eu tento largar a faca.
-Sarah por favor solte a faca. -Hotch diz
-Eu...Eu estou tentando. -Olho pra um lado e pro outro - Spencer? SPENCER?
-Nós já o levamos. -Morgan diz.
Eu tento soltar as mãos da faca.
Ela não saí.
-Solte a faca Sarah. -Dave pede.
-Não consigo.-Digo sincera.
-Ela está em choque. -Ele fala a alguém.
-Sara eu vou tocar você, por favor não use a faca. -Hotch diz.
Uma mão toca meu ombro e me afasta do corpo daquele porco maldito...
-Casa... -Eu digo.
Hotch abre meus dedos e a faca cai no chão.
-Vamos, eu vou te levar pra casa...
-Spencer...? -Pergunto
-Ele vai estar lá também.
-Ao que parece ele sempre está. -Marco diz.
Hotch me pega nos braços e eu sinto a adrenalina de esvair do meu corpo.
Começo a tremer, e escondo no rosto no peito do homem que é quase um pai pra mim.
-Vamos, nós vamos cuidar de você. -Matthew diz passando a mão no meu cabelo.
Eu me sinto segura.
Me levam a uma ambulância, algo pica meu braço e eu desmaio.*************************
CHEGUEI.
COM TIROS HOJE.
E ai como 6 tão?
Todo mundo vivo?
Falem comigo nos comentários
Beijo da tia 👄😍
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Quebrados / Trilogia Amores Livro I
FanfictionEles são duas almas torturadas. Sarah Torres foi destruída quando viu o homem que amava literalmente explodir aos pedaços em sua frente, agora perde o emprego que lutou a vida toda pra conseguir, e teve que deixar seus amigos. O Doutor Spencer Reid...