Não ouse me entender | lésbico

22. Deja vu

           

✧ Rose

Eu já estava ficando louca dentro daquela sala. Ethan estava vigiando a porta, enquanto pelo telefone, Connor explicava para Lucas como hackear um computador. Claro que Connor nos fez mil perguntas sobre porque estávamos querendo saber sobre isso, e o que iriamos hackear, mas jurei pra ele que não tínhamos tempo agora. Quando eu chegasse em casa trataria de explicar tudo o que estava acontecendo aqui. Estou mais tensa que o normal, minha sensação é que alguma coisa vai dar errado a qualquer momento.

— Consegui. — grita Lucas tirando o pendrive do computador — Já tenho tudo.

Ele me entrega o celular, mas nem me despeço do Connor, apenas desligo. Não temos tempo. Ethan levanta a mão para Lucas bater. Quando estávamos prestes a sair da sala do detetive Widdon, um policial entrou. Sinto meu corpo gelar na mesma hora. Ethan e eu trocamos olhares.  O policial fica nos olhando um pouco desconfiado.

— O Senhor está aqui para pegar nossos depoimentos? — pergunta Liam.

— Sim, Widdon me mandou pra cá.

— Nós desistimos. — avisa Ethan o interrompendo, ele se aproximou e fala baixo — O garoto ali teve uma ideia idiota. Você sabe como é a criançada hoje em dia, né?

— Filmes de super heróis. — Liam balança a cabeça negativamente — Mexe demais com a cabeça deles.

— Nós só trouxemos ele aqui para não ter que ficar escutando o dia inteiro que ninguém dá ouvidos pra ele.  — Ethan estica a mão para o policial — Mas, peço desculpas por fazermos você perder seu tempo, senhor.

O policial não diz nada. Apenas assente com a cabeça e sai. Assim que ele sai, Liam olha para trás fazendo um sinal de positivo com o dedo. Como se ele tivesse acabado de fazer a coisa mais legal do mundo. Lucas revira os olhos.

— Dá próxima vez que vocês disserem que alguma ideia minha foi idiota. Vocês estarão sozinho. — murmura Lucas pegando sua mochila.

— Ih, o garoto bolou.  — diz Liam em um tom de deboche. 

Esses dois parecem duas crianças. Ethan começa a rir, reprovando o comportamento dos dois. Saímos da delegacia e vamos direto para a casa do Liam, que é à mais ou menos umas duas quadras de distancia. Eu não faço a menor ideia onde ou com o que Liam trabalha, mas ele tem a vida muito boa. Seu apartamento é enorme. Totalmente planejado, desde a entrada até o teto da casa. Assim que chegamos, ele diz para ficarmos à vontade que ele voltaria com o notebook logo.

— Já estamos perto de encontra-las. — afirma Ethan se aproximando de mim.

— Só espero encontra-las logo. — digo respirando fundo — Tomara que tenha algo no depoimento dela que nos ajude.

— Imagino como sua mãe está. 

— Ela está tentando se manter forte, mas eu a conheço. Ela está péssima. Se algo acontecer com a Leona ou com a Sarah...

— Não pense nisso. — ele sorri — Vai dar tudo certo.

Retribuo o sorriso enquanto Ethan me puxa para um abraço. Liam aparece com o notebook e coloca ao lado de Lucas, que já está todo a vontade do sofá.

— Vamos lá! — grita Liam ansioso.

Lucas conecta o pendrive no computador e começa a mexer em alguns arquivos. Sentamos ao seu lado enquanto ele abre pasta por pasta. Havia milhares de coisas ali. Meu celular começa a tocar, olho para a tela e é o Connor. Eu não tenho tempo para conversinha agora. Ignoro a ligação, mas segundos depois ele está ligando novamente.