23. Colocando tudo a perder.

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Sarah

Estou com ódio do Sebastian. Quero mata-lo ali mesmo e não estou nem ligando para o que aconteceria depois disso. Eu quero fazer justiça com minhas próprias mãos, vê-lo sangrar até a morte, e depois de longos minutos sangrando em um dor agonizante, vê-lo morrer. Aqui. Na minha frente! Aponto a arma para ele e puxo o gatilho. Ele fecha os olhos no susto, mas não sai nada. Eu solto uma risada.

— Escapou da primeira. — falo rindo.

— Você está louca. — grita desesperado.

— Você ainda não me viu louca. — sento na cadeira em sua frente — Me diz porque você matou minha irmã?

— Eu não a matei, Claire. Você sabe disso.

— Eu não acredito em você.

— Olivia fez de tudo para salva-la, ela se afogou sozinha. E hoje faz 4 anos que ela morreu, até acendi uma vela hoje perto da porta.

— Não acredito em você. — repito gritando — Vocês me dão nojo, tanto você como Olivia. Ela sabia de tudo, sabia de tudo que você fazia e mesmo assim pra ela não era nada.

Sebastian ri.

— Olivia queria te entregar de volta para Leona, sabia? Um ano depois do acidente ela quis te entregar. Ela estava arrependida, disse que queria que você tivesse uma vida boa. — ele me encara com um sorriso no canto da boca — Quer me matar? Vai logo, aponta a arma para minha cabeça e atira. Porque quando ela falou que queria te entregar para a Leona, eu não deixei. Bati tanto nela que ela ficou dois dias na cama.

— Você é um desgraçado.

— Atira logo! — ordena ele aos gritos — Acaba com isso, Claire!

Aponto a arma para ele novamente e puxo o gatilho. Mas não sai nada. Ele começa a rir e a gritar novamente me mandando atirar.

— Você não consegue, não é mesmo? Você não teve coragem antes e não vai ter coragem agora. — provoca Sebastian — Você continua a mesma.

— Cala boca!

— Você não consegue! É uma covarde.

— Cala boca, Sebastian. — ordeno.

— Se quiser me fazer calar, então me mate logo.

Me aproximo dele, coloco a boca da arma na coxa dele e olhei dentro dos seus olhos.

— Essa é pela Leona e pela Thalia. — falo apertando os dentes de raiva.

Aperto o gatilho e o tiro sai acompanhado de um grito. Sebastian grita desesperadamente. Minhas mãos tremem de novo e a sensação de ódio continua consumindo cada centímetro do meu corpo. O sangue escorrendo por sua coxa e seu olhar agonizante é muito pouco pra mim ainda. Eu quero mais.


Leona

O barulho do tiro ecoa me dando um baita susto. Ela realmente fez. Ela o matou. Eu preciso de arranjar um jeito de pedir ajuda, logo. Fecho os olhos e é como se eu tivesse levado aquele tiro novamente. Isso não pode estar acontecendo. Minha filha matou uma pessoa. A adrenalina corre por todo o meu corpo. Começo a procurar por um telefone ou um celular, mas nada. É estranho estar naquela casa, é estranho saber que Sarah cresceu aqui e aconteceu todas essas coisas durante todos os anos enquanto eu estava aqui tão perto. Olho para fora da janela e o lugar onde estamos é bem isolado. Não tem nenhuma casa aqui por perto ou algum ponto de referencia.

Vou andando pelos corredores e chego em um quarto com duas camas de solteiro. Deve ser aqui que Sarah dormia com a outra garota, sua irmã. Respiro fundo e minha mente tenta criar automaticamente uma imagem de como deve ter sido todos esses anos. Saio rapidamente do quarto e entro no quarto ao lado. Em cima da comoda tem um celular, mas quando o pego, a bateria tinha acabado. Olho para a tomada e lá está o carregador. Fico sentada no chão esperando que o celular pelo menos acenda para eu poder ligar pra qualquer um. Depois de alguns minutos esperando, a tela de inicio aparece.

Não ouse me entender | lésbicoOnde histórias criam vida. Descubra agora