Coxinha [H.S]

Magrela

|Bea

Eu não sei explicar, só sei que os dias foram passando — três dias para ser mais exata...— e eu e Harry quase não nos falávamos, e não é pelo fato de discussões, ele só não parava em casa.
- Do trabalho pra casa e de casa para o trabalho, dorme, acorda, trabalho, come, trabalho...c.h.a.t.o! - Resmungo entediada, jogada na cama e jogando uma meia em formato de bolinha para cima, sem parar.

Ouço a porta principal abrir e saio correndo até as escadas, vendo Harry entrar em casa com uma garota morena dos cabelos lisos e pele clara, muito alta e extremamente magra, como uma modelo. Me agacho ali, sentada em um degrau observando aquela baixaria.

Ouço eles falarem relativamente baixo e semicerro os olhos sentindo cheiro de puta. Desco mais um degrau e consigo ouvir um pouco da conversa deles:

- Acho que posso ir na sua casa amanhã, mais ou menos 01:30 da manhã, bom para você? - Ele sorria como se houvesse ganho na loteria...se é que não havia ganho, na loteria do cabaré.

- Claro, vou adorar ter você só pra mim por uma noite...aliás, eu mereço, não mereço Hazzy? - Quando aquele projétil de piranha que respira fora d'água disse o apelido que eu, EU dei pra ele, não me aguentei e soltei um palavrão baixo e acabei caindo o primeiro lance da escada.

Nem preciso comentar a cara de aterrorizado que Harry ficou, seus olhos quase saltavam da cara, e só aí consegui perceber que a mão dele estava encima da dela. Fechei os olhos e contei até três...1...2...eu vou esfregar a cara dela no asfalto quente!

Me levanto e só lanço um olhar para ele — aquele olhar que mãe 'dá ao filho quando ele apronta, "quando chegarmos em casa, a gente conversa", e subi as escadas pisando forte, entro no quarto e bato a porta fazendo questão que eles ouçam.

***

Depois de algumas horas — duas para ser exata (eu nem estava com raiva...) —, ele entra no quarto e cruza os braços na altura do peito me fitando, continuo olhando a tela do celular, sem dar importância alguma para a presença dele. Com a notificação piscando, entro no campo de mensagens e vejo o que ele mandou:

Babaca: Precisava daquilo?

Babaca: Para de frescura e me responde.

Babaca: Precisava daquele show todo? Ela era nossa visita Beatriz!

Eu: Ata.

Babaca: Ata? ATA? Qual é o seu problema??

Eu: Já tivemos essa discussão antes, por que não invertemos os papéis dessa vez?

- Qual é o seu problema? - Bloqueio o celular olhando na cara dele.

- O MEU PROBLEMA?? VOCÊ FICA COM ESSE SEU ATAQUE DE CIÚMES, ELA ERA NOSSA VISITA E VOCÊ AGIU COMO UMA GAROTINHA MIMAD...- Enquanto ele gritava comigo, apenas coloquei os fones de ouvido e voltei a mexer no celular. - OLHA PRA MIM ENQUANTO EU ESTIVER FALANDO COM VOCÊ!

Curti a foto da Bárbara Palvin no meu instagram e olhei meu feed, atualizando minha foto de perfil.

- Beatriz...

- Acabou? Porque eu não sou obrigada a ouvir esses seus gritinhos desnecessários, sendo que eu não aumentei a voz com você. Espero que fale no mesmo tom comigo, não sou qualquer uma, então tenha respeito em primeiro lugar. - Rebato com a voz calma, não ia gritar, não ia xingar, a essa altura, ele merecia apenas meu silêncio.

Seus olhos suavizaram a cor e seus músculos se relaxaram, ele se deitou na cama, do meu lado e eu me levantei indo até a porta, sendo impedida por sua voz:

- Onde vai?

O olhei desafiadora e ergui a cabeça.

- Não interessa a você.

- Não íamos "conversar"? - Enfatiza o "íamos" e reviro os olhos.

- Conversa amanhã, a uma e meia da madrugada com aquela magrela. - Dito isso, sai do quarto e me deitei no sofá da sala, eu queria que ele fosse a merda.

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Hey babies,
To de férias, até o próximo capítulo!

All the love

Xoxo,
Gabbie