Aproximações

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Desperto num pulo e quase me arrependo de ter sentado rápido na cama, solto um grito de dor, Namjoon seu filho da p...

-Algum problema? - ele sai do banheiro com uma toalha branca na cintura e outra enxugando os cabelos

-Não consigo sentar, Namjoon. - resmungo com dor e me cobrindo pra que não me veja nua

-Não sente, fica em casa hoje. O único lugar que precisa sentar é em mim

-Não vou comentar - tento me levantar

-Sério Minhyuk, fique em casa hoje.

-Não posso, hoje é dia das mercadorias chegarem. - lembro de Jooheon e a ansiedade sobe para vê-lo

-Foda esse teu trabalho, hein

-Mas é essa "foda" que sustenta nós dois - manco até o banheiro mas sou posto contra a parede o que faz doer ainda mais - Namjoon, se quiser me deixar na cadeira de rodas é só avisar

-Foi mal - me solta.

Tomo um banho, me arrumo e faço a janta, não como muito por realmente querer ir pro trabalho logo, lavo a louça e vamos pro ponto. Respiro fundo quando me puxa pra um beijo demorado e me afasto entrando no ônibus quando ouço o motorista.

Não sei de onde surgiu essa ansiedade repentina em vê-lo mas espero que passe rápido antes que os ciúmes de Namjoon comece novamente, até o porque ele não sabe que trabalho com outro homem no mesmo setor, ele acha que trabalho sozinho como no turno da manhã, o dia que ele souber... fodido estou.

Mal piso fora do ônibus e já vejo aquelas duas covinhas entre o sorriso fofo nos lábios alheio, além dos dois risquinhos que seu olhos se transformam quando sorri. Me aproximo retribuindo o sorriso e o cumprimento

-O que faz aqui?

-Vim te pegar pra gente ir junto, fiquei com preguiça de ficar sozinho - rio alto

-Eu nunca vi alguém ficar com preguiça de ficar sozinho - rimos

-Prazer, Jooheon

-Seu bobo. Vamos? - ele assente

-Você vem de muito longe? - pergunta caminhando ao meu lado

-Ao todo são duas horas de viagem

-Wow, é um longo caminho. E você mora com seus pais? - sorrio achando fofo sua pergunta

-Não, eu sai de casa logo que me casei com dezoito anos

-Você é casado? - ele sorri - não aparenta, mas casou novo

-Novo demais. - observo - mas e você?

-Ah, eu não. Sai de um relacionamento com um cara há uns meses e... foi bem turbulento - diz atraindo minha atenção

-Eu entendo.

-Entende? - ele me olha

-Sim, casamento é um passo enorme na vida de duas pessoas, mas você não precisa dar esse passo para ter turbulências num relacionamento. Só que... algumas são leves e outras nem tanto

-Você também enfrenta isso, não é?

-Já é normal, quando você ama alguém, faz de tudo por essa pessoa

-Minhyuk, tem coisas que nem mesmo o amor suporta. Acredite, eu já passei por isso. Resta você tentar perceber se isso é realmente amor ou rotina - atravessamos a rua e entramos na firma passando o cartão magnético de presença na máquina

-Como assim?

-Muitas pessoas confundem amor com rotina, aquela rotina de ter todos os dias aquele alguém ali do lado, não importa as brigas, ciúmes, traições, mas só o fato de ter que viver sem aquela pessoa já causa um desconforto. Eu estava preso à essa rotina, não conseguia me enxergar sem ele e... olha como estou - sorri - Melhor sem ele do que sofrendo com - sorrio junto ficando pensativo enquanto caminhamos em silêncio até nosso setor.

As mercadorias chegam e começamos as checagens, empilho as caixas ligando a máquina e começo a selar.




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Em uma noite qualquer, Jooheon começa a brincar comigo, algo que não sou acostumado a fazer, mas como estamos praticamente sozinhos dentro dessa firma, dou de ombros e corro dele quando ameaça me pegar. Já faz algumas semanas desde que nos conhecemos e nossa amizade tem ficado cada vez mais forte, tão forte que noite passada saímos um pouco mais cedo do trabalho e fomos tomar sorvete enquanto fofocamos sobre os funcionários e como o chefe havia reagido com o funcionário que está em meu antigo turno, rimos bastante das sugestões que demos e por último, ele me levou pro ponto de ônibus.

Rio ao ouvir sua ameaça de que vai me pegar e me escondo atrás de uma estante de caixas de papelão, verifico se ele está vindo e dou de cara com ele, grito rindo e saio correndo sendo seguido, volto a me esconder e o vejo me procurar, rio com a cena pulando pro meio do corredor, ele ri vindo me abraçar. Uma coisa que eu não contava e que me pega totalmente de surpresa é que o perfume de Jooheon é extremamente gostoso, tanto que chega acelerar meu coração, percebo que também inspira meu perfume passando o nariz em meu pescoço, fecho os olhos com a sensação. Mordo o lábio internamente com o arrepio que seu ato me causa e lembro de Namjoon, respiro fundo numa tentativa falha de tentar me afastar. Falha porque a sensação que seu abraço me causa é quase que arrebatadora para meu coração, falando nele, o órgão resolve ganhar voz e velocidade batendo mais rápido que a velocidade da luz.

-Acho melhor voltarmos ao trabalho - falo ainda abraçado a ele

-Eu também acho - recebo um beijo na cabeça e retribuo dando em seu pescoço, ele ri atraindo minha atenção

-Que foi?

-Fez cócegas - rimos.

A noite seguiu nesse clima de risos e brincadeiras... e trabalho.


Save Me { Primeira Temporada / Reescrevendo }Onde histórias criam vida. Descubra agora