Trabalho

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Após minha explosão, Namjoon não tentou me acalmar, me beijar ou nenhuma merda do tipo, só ficou na dele. Ele ficou no puff e eu fiquei na cama, cada um em sua bolha de pensamentos, senti que eu falei o que precisava falar, mas não tudo. Minhas palavras ainda estão no ar, preenchendo o silêncio de ambos. Alguma coisa tem que mudar, precisa mudar, eu só quero um sinal, uma demonstração de que ele ainda se importa. Eu quero ficar, mas se eu tiver que ficar, Namjoon vai ter que me mostrar mudanças, por nós.

Em pensar que eu larguei o Hyunwoo, por Namjoon.

Eu não me arrependo, claro que não… ou será que sim? Dane-se, agora é tarde. Algumas lágrimas transbordam dos meus olhos, tento fungar para controlar, mas quanto mais eu tento, pior fica. Que inferno, por que eu tenho que ser tão sensível?!

Sinto o colchão afundar atrás de mim e sou puxada pro corpo de trás, que me abraça. Tento me soltar dele e me afastar, mas não consigo, ele é mais forte do que eu. Se aproveita da minha fragilidade para ter pontos a seu favor. Sou obrigado a ficar de conchinha com ele e acabo dormindo, graças às minhas lágrimas.

                                 »SM«

O local em que eu amanheço está claro, claro demais para que eu possa abrir os olhos e não machucar minha córnea. Mas ainda assim, não consigo evitar reclamar pelo incomodo. Automaticamente, minha mente é preenchida por memórias, memórias de ontem à noite em que explodi com o Kim… mais essa.

E ainda dormimos de conchinha.

Não que fosse minha vontade, eu queria mesmo era estapear ele. Mas violência nunca será uma solução. Abro os olhos devagar, afirmando minha certeza de que estou só, no quarto. Minha mente relembra minhas palavras, sobre ele me deixar, e por uma fração de segundos, imagino realmente ter sido deixado pra trás. Ele me abandonou aqui?

Levanto da cama e caminho descalço até a porta do quarto, abro ela e volto a andar pelo corredor até achar a escada. Desço os degraus, me deparo com uma sala foda, mas sinto o cheiro de mantega no ovo, vindo da cozinha, me direciono para lá, tendo a visão, de Namjoon sem blusa, cozinhando. Se me falassem, eu não iria acreditar. Parece cena de filme, o que aconteceu com o meu marido? Não que eu esteja reclamando, longe disso, poderia ser assim para sempre.

E, um fato que me pegou de surpresa, é saber que ele sabe cozinhar. Por que fez aquela zona na cozinha, na quarta-feira?

— Não quer experimentar? — pergunta sem ao menos me olhar. Namjoon tem um ótimo reflexo

— Eu posso experimentar quando você terminar. Não sabia que você sabe cozinhar

— Aprendi na favela

— O que sabe fazer?

— O básico: miojo e ovo.

— Isso não é o básico, isso é a sobrevivência. — Namjoon sorri fechado e volta a ficar sério — Por que quando iniciamos uma conversa, você para ficar irritado? Não gosta quando conversamos? — me aproximo do balcão e me sento, de frente pra ele

— Não me irrito, não gosto de demonstrar emoções. E, sim, eu gosto quando conversamos, porque você acha que não?

— É sempre monossilábico, parece se irritar com as coisas que digo e sempre é ironico ou debochado.

— Talvez tenha tido uma impressão errada

— Acredito que não. Conheço você

— Mesmo? Qual é o meu prato preferido?

— Lasanha caseira. Você prefere a caseira por ser mais molhadinha, por ter mais massa e mais molho, e prefere comer a borda, que geralmente, vem um pouco mais dura quando a lasanha passa cinco minutos do ponto. — detalho. Namjoon me olha e ri. Ele desliga o fogo e serve o ovo mexido pra nós dois

Save Me { Primeira Temporada / Reescrevendo }Onde histórias criam vida. Descubra agora