Jogos abusivos

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Após me despedir de Yoongi, entro em casa, encontrando em Namjoon jogado no sofá, fecho a porta ir pra cozinha adiantar a janta

— O que estava fazendo lá fora? — pergunta

— Conversando com Yoongi

— Sobre o que?

Meu coração acelera com a possibilidade dele já saber o assunto que a gente falava. Me viro para sí, notando seu olhar sobre mim

— S-sobre o casamento dele…

— Está mentindo, Minhyuk. — afirma,  minha garganta seca com as palavras e parece que se fecha ao mesmo tempo. Talvez ele tenha escutado algo, mas a essa altura não importa

— Não — tento não gaguejar ou fraquejar —, faz tempo que não sei de Hoseok e, ele me disse que renovaram os votos de casamento.

— Hm… — Namjoon fica pensativo e isso me dá medo — vem aqui. — manda, em um tom de voz baixo. Abaixo a cabeça e caminho até sí, me aproximando do sofá. O moreno acaricia minha perna e me puxa para sí, me sento sobre seu corpo assim como ele deseja. Suas mãos percorrem minhas pernas e sobem por meu tronco superior, por baixo da blusa que uso, uma delas apenas fica em minha cintura enquanto a outra continua subindo devagar por minha pele até chegar em meu mamilo, Namjoon não deixa de me observar com a curiosidade estampada em seus olhos, assim como meu coração continua batendo descompensado apenas por esses toques repentinos.

— Está com medo? — murmura a pergunta. Balanço a cabeça, negando.

— Seu corpo me diz o contrário… — suavemente, sinto os toques delicados na região. Me sinto inútil apenas por desfrutar esses toques e não retribuir, acaricio timidamente o peitoral do homem deitado sob meu corpo, deixando clara minhas intenções, e como Namjoon não nega, eu continuo, sendo observada a todo momento. Talvez eu esteja receosa com essa ação repentina dele, eu nunca sei o que esperar de sí, Namjoon me confunde a tal ponto, que as vezes parece sermos completos estranhos apenas dividindo o mesmo teto, eu detesto vê-lo irritado, ainda mais quando eu sou a causa desse sentimento…

— No que tanto pensa? — volta à perguntar em seu tom de voz baixo e calmo

— Nada específico. E você?

— Em tudo o que me disse ontem... — diz sem rodeios, eu sei que qualquer coisa errada que eu disser, posso causar danos graves á mim mesma

— Eu não quis te aborrecer…

— Não aborreceu. — suspira — Amor?

— Hm?

— Eu quero você no quarto em cinco minutos… — ordena com o mesmo tom, mas é o que basta pro meu pobre órgão cardíaco quase parar — até lá, beba água, bastante água. Consegue fazer isso? Hm?

— Uhum… — respondo recuando

— Não entendi, amor. Você consegue fazer isso?

Sim, eu consigo.

— Boa garota. — Namjoon me suspende pela cintura, tirando o próprio corpo debaixo do meu e volta a me sentar no sofá, se levantando — Esteja pronta, eu não vou tolerar atrasos. — avisa enquanto caminha pro quarto.

Já faz um longo tempo que Namjoon não usa os "brinquedos" em mim, foi graças à eles que Yoongi descobriu as "fases" dele. No começo foi tranquilo, eu me assustei um pouco mas ele foi até carinhoso demais e fez tudo com cautela, o problema era quando Namjoon resolvia jogar drogado, rolava de tudo, até mesmo o que eu não concordava. Mas devido ao problema que nós tivemos que o pai dele, Namjoon resolveu parar de usar aquelas coisas em mim e as deixou guardadas, não pensei que as usaria novamente.

Me levanto do sofá e sigo pra cozinha, apenas para obedecer à ordem do moreno. Bebo bastante água até julgar ser o suficiente pra não passar mal durante os "jogos" dele. Tiro a blusa e os acessórios do meu corpo, deixando apenas a saia e o sutiã, assim como ele mandou. Sigo pro quarto no momento exato ao tempo que ele deu, entro no comodo e, repentinamente, sinto minha garganta seca ao rever tudo aquilo novamente. Namjoon veste apenas a calça jeans enquanto organiza os acessórios.

Deixo minhas coisas sobre a cadeira que tem no quarto e fico parada esperando que ele diga algo. Lembro vagamente da sensação que cada objeto dali me fazia sentir, causando um arrepio repentino em meu corpo. Nossos olhos se encontram no mesmo instante, Namjoon arqueia a sobrancelha em ordem e eu abaixo a cabeça, me ajoelhando e fechando os olhos.

Sinto ele vir em minha direção, passa a mão em meus cabelos, acariciando… até agarrar eles com força, puxa meus fios numa ordem para que eu me erga, e eu obedeço seus comando. Sou guiada até a cadeira que ele provavelmente pegou da cozinha, Namjoon me empurra para que eu suba nela, fico com os joelhos no assento, apoiando os braços nas costas, espero que ele inicie o processo de me amarrar… mas isso não demora a acontecer. O “jogo” não começa até que eu esteja completamente presa e sem chance de me mover, estou literalmente de quatro sobre a cadeira

— Onde está minha menina, Lee? Hm? — questiona, logo sinto as cerdas de algum brinquedo dele, acariciando minha pele

— Aqui… — mordo meu lábio inferior sentindo a ardência das cerdas agredindo minha pele. Isso dói!

— Onde está minha menina, Lee? — a voz dele se torna mais grossa a medida em que minha resposta o desagrada

— E-ela es-tá aqui, Mestre. — suavizo mais a voz, mas não é o suficiente. Eu só não posso gemer. Novamente, recebo outra porrada, não sei qual objeto ele usa em mim, mas dói e arde, talvez eu nunca tenha sentido tanta dor

— Você sabe que eu não me importo em deixar você de castigo aqui, até fazer cumprir sua meta. Menos ainda, de te deixar sangrando até você aprender

— Eu… — não consigo terminar de falar, recebo sequências de chibatadas contra minha pele e a única coisa que eu posso fazer, é me reprimir para não emitir som algum.

— Puta imunda — Namjoon surge a minha frente, depositando um tapa forte no meu rosto. Ele lateja. — Foco, sua inútil! Nem mulher você sabe ser, você não passa de um merda…

Tento me lembrar, em algum momento do passado, onde Namjoon me instruiu a ser exatamente como ele queria, em tempos que eu ainda morava com os meus pais. Viajo até aquela época, me recordando da garota meiga e inocente que eu era, uma época em que eu não sabia o que era um revólver, fuzil, nunca havia escutado som de tiro… quando eu ainda era virgem, tanto da vida quanto de corpo.

Hmmm, mestre, como posso satisfazê-lo? — minha voz sai suave, em um timbre fino, com um tom inocente. Inocente o suficiente para que Namjoon arfe ao ouvi-lo. Incorporo um personagem criado por ele, apenas para satisfazer seus desejos e vontades. Mas foi castigada por ter atendido seu desejo.

Save Me { Primeira Temporada / Reescrevendo }Onde histórias criam vida. Descubra agora