Não vai sair.

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— Quem passou meu uniforme: você ou minha mãe?

— Eu. Por que? — olho para trás tendo visão do moreno uniformizado de vestes azul escura

— Queimou a blusa… — diz passando a mão por cima da marca na direção do peito

— O blusão já é marcado, isso não é marca do ferro

— Tem certeza?

— Namjoon, eu sei passar roupa, ainda mais as suas. Senta pra almoçar

— O que é a comida?

— Arroz com mortadela frita. — me viro pro fogão e agito a colocar a comida no prato

— Só tem isso?

— É comida, Namjoon, já tivemos dias em que não tínhamos nem isso pra comer. Está de ótimo tamanho.

— Vou tentar trazer alguma coisa pra gente comer mais tarde.

— Não precisa, tem sardinha no armário e o arroz dá pra mais tarde. — levo o prato para ele, colocando a sua frente na mesa. Namjoon olha a comida enojado — Não dá crise, por favor

— Quanto minha mãe te deu?

— 50

— E por que você não comprou coisas decente, Minhyuk?! — se irrita

— Comprei o arroz, pão, os enlatados. Dei o dinheiro de entrada que faltava pro aluguel, sua mãe ainda deu uma quantia a mais. O que sobrou, que era para comprar coisas decente, você pegou para comprar suas toxinas. A culpa não é minha. — calo ele, contra fatos não há argumentos e eu sei que ele se lembra, talvez não de tudo, mas de uma boa parte.

Namjoon suspira após levar uma colherada de arroz à boca, provando o alimento mastigando com a boca aberta. Não foi essa a educação que recebeu…

— Nós vamos conseguir sair dessa

— Eu sei que sim. Eu vou procurar trabalho para te ajudar

— Não, você não vai.

— Namjoon você não vai conseguir equilibrar tudo e...

— Eu já disse não. Se eu casei com você, eu vou te bancar, vou te dar uma vida boa. Só preciso de uns conhecimentos pra arranjar um trampo melhor. Se eu ainda estivesse na boca…

Você já estaria morto.

— Mas cheio de grana, poderia ter te dado uma boa vida, agora você poderia estar em uma mansão de frente pra praia e com a tripla numeração bancária

— Meu Deus, para! Eu não me importo com nada disso, o que iria adiantar ter um número na frente de infinitos zero, se eu não tivesse você? Pra viver uma vida boa sem você, prefiro continuar nessa merda, pelo menos tenho você comigo. Mesmo fazendo tantas coisas erradas

— Eu só quero te dar a vida que você merece, amor. Você merece muito mais do que essa limitação — indica nossa casa com a mão

— A vida que eu quero ter é com você ao meu lado, se não for pra viver bem assim, eu não quero.

— Eu amo mulher teimosa — sorri de lado me fazendo rir

— Termina de almoçar logo, quero lavar o prato e terminar de arrumar aqui. — me abaixo para arrumar as panelas embaixo da pia, um local cheio de baratinhas pequenas e com marcas de infiltrações. Reparo que o cano está solto e recuo

— O cano tá solto e a agua está se infiltrando na parede

— Falou isso com o cara?

— Estou falando com o meu marido. — olho pra ele por cima do ombro, devolvendo o mesmo olhar

Save Me { Primeira Temporada / Reescrevendo }Onde histórias criam vida. Descubra agora