Save Me { Primeira Temporada / Reescrevendo }

Aflição

Entramos na casa dele aos risos e tropeços, tudo porque não lembrei que a porta é de vidro e quis entrar direto, quase rachei a porra do vidro com a porrada que eu dei. Claro que Jooheon ficou super preocupado quando eu ameacei chorar de dor e quis até me levar ao médico, mas acabei caindo na gargalhada e ele não se aguentou rindo junto.

Faço uma pizza caseira com a ajuda dele pra jantarmos, damos os pedaços um na boca do outro as vezes e por último vamos pra cama. Esses tipos de passeios cansam muito, durmimos de conchinha novamente.

Acordo antes do esperado por um pesadelo extremamente desagradável, respiro fundo me sentando na cama, passo as mãos no rosto tentando acalmar minha aflição

-Minnie? - ouço Jooheon chamar rouco, olho pra ele - o que foi, princesa? - pergunta sentando-se na cama

-Eu não sei bem, eu estou com um mau pressentimento. - passo a mão no peito tentando aliviar a sensação agonizante

-Vem cá, não fica assim. - sou puxada pros seus braços e me acomodo neles inspirando seu perfume que consegue me acalmar, e assim, me fazer dormir novamente.

-Toma café pelo menos, Minhyuk - Jooheon bronqueia com minha insistência de não querer colocar nada no estômago, não vou aguentar o peso da comida - meu Deus, você é muito teimosa

-Eu tô aprendendo com você. - termino de vestir a saia e o tomara-que-caia, calço os saltos

-Onde posso te pegar amanhã?

-No mesmo lugar de sempre, só cuidado pra não ser visto. - nos olhamos e eu sorrio quebrando um pouco o clima tenso - obrigada pelo dia maravilhoso que me deu

-Já disse que faço qualquer coisa por você - nos abraçamos

-Falando nisso, tenho que ir no cartório.

-Quer que eu vá com você?

-Seria ótimo - deixo um beijinho em seu pescoço me afastando - vamos.

O legal de situações como estas, é que sempre descobrimos as influências de pessoas próximas, na área, Jooheon entende bem de ações como estas, foi ele quem contratou um advogado, pra lá de caro, diga-se de passagem. Embora eu tenha insistido bastante pra pagar o mais barato. Dou entrada na papelada e o menino me deixa no ponto próximo da minha casa. Nos beijamos em despedida e saio do carro esperando ele ir embora, volto pra casa à passos rápidos e entro na residência ouvindo o silêncio. Estou sozinha graças a Deus!
Entro pra um banho rápido e tento passar maquiagem em cima das marcas em meu pescoço, só tento mesmo, porque conseguir que é bom, nada. Visto uma calcinha rosa fina e um casaco grande pra esconder a peça íntima. Vou pra sala assistir um pouco de televisão e acabo cochilando...

Pulo do sofá ao ouvir a porta bater com força junto com meu coração que está aos pulos, Namjoon entra sem me olhar

-Deu bastante, Minhyuk?! - diz de repente sorrindo e indo pro quarto. Respiro fundo tentando acalmar meu coração e volto a deitar novamente.

Não muito tempo depois, levando pra fazer a janta, cozinho algo rápido porque até cozinhar nessa casa me deixa frustrada. Sou abraçada por trás o que me faz congelar da cabeça aos pés. Que porra está acontecendo? Namjoon passa o nariz em meu pescoço beijando minha pele, me afasto um pouco dele mas sou puxada novamente.

-Namjoon...

-Hã - me interrompe

-Nammie, me solta - corrijo

-Senti falta do seu perfume, Min 

-Nammie...

-Não sou mais o suficiente pra você? Por isso foi procurar na rua? Eu posso ser o que você quer, Minhyuk

-Namjoon, me solta. - morde meu lóbulo chupando ele

-Eu amo você, Minhyuk. Você não pode me negar, você é minha - me afasto dele a força - gostou de foder com ele?

-Namjoon vê se me esquece, para com essas perguntas ridículas

-Como consegue ser tão suja, Minhyuk? - olho pra ele

-Se sou tão suja, porque ainda insiste em me tocar? Porque ainda está aqui?

-Porque você é minha mulher, e eu vou te tocar quantas vezes eu quiser. Não esqueça que quem manda aqui sou eu, quem manda em você sou eu

-Não sou seu brinquedo sexual, Namjoon. Eu ainda sou sua esposa 

-O que você quer dizer com ainda?

-Dei entrada nos papéis do divórcio.

-VOCÊ O QUE, MINHYUK?!

Desço do ônibus olhando pro ponto onde Jooheon costuma ficar e pela primeira vez, não o vejo ali. Será que se atrasou ou teve algum imprevisto? Suspiro e me sento no lugar onde ele fica esperando por ele. Dá onze, meia-noite, uma hora e nada dele aparecer, vou pra firma batendo cartão de presença e entro, procuro por ele lá dentro sem encontrar, onde será que esse menino se meteu? Saio novamente do galpão, pergunto aos seguranças se o viram e recebo uma resposta negativa. Entro novamente e resolvo trabalhar um pouco, faz tempo que não faço nada aqui, vai servir pra passar o tempo.

Saio do galpão logo cedo e nada de Jooheon aparecer. Ando pela cidade e paro numa loja de celulares... porque não? Compro um parcelado porque dinheiro dos funcionários daquela empresa é uma mixaria mas dá pra viver. Configuro o aparelho e pego o cartão que Jooheon havia me dado quando nos conhecemos para qualquer tipo de emergência, ligo pro número mas só dá fora de área. Pelo amor que você tem por mim, aparece menino.

Volto pra casa ainda mais aflita, tento várias vezes ligar pra ele tendo o mesmo resultado. Passo as mãos no cabelos sem saber o que fazer, deixo o celular embaixo do travesseiro esperando o retorno de sua ligação. Sinto a cama afundar um pouco e abro os olhos vendo Namjoon subir encima de mim

-Dá um tempo, Namjoon!

-Não sou relógio pra dar tempo, eu tô sentindo sua falta, Min. - as mãos alheias apertam minha bunda, empurro os ombros dele tentando afastá-lo

-Que insistência insuportável, Namjoon!

-Você não reclamava de atenção? Sou todo seu agora 

-Agora que já fodeu com todas as putas que podia? Vai pro inferno, Namjoon!

-Mas você é a puta que eu amo - sorri levando um tapa no rosto, ele retribui com um tapa mais forte - não confunda desejo com paciência, Minhyuk.

-Não me confunda com aquelas vagabundas da rua que dão pra você sem reclamar, eu sou sua esposa e quero respeito

-Você não pode me cobrar nada, Minhyuk. Quando precisei de você, estava dando pra outro. Não venha reclamar

-Se eu dei pra outro algum motivo tem, não?

-Me dê um

-Se você soubesse fazer direito, eu não precisaria procurar quem fizesse, e ainda diz que eu não posso te cobrar? Da mesma forma que eu não consegui dar o que você queria, você também não me deu, então... se voce pôde procurar outra, eu também procurei. Os direitos são iguais - volto a fechar os olhos logo que termino de falar deixando Namjoon com seu peso na consciência. Eu só quero notícias de Jooheon, estou a mais de vinte e quatro horas sem notícias dele.
Onde você está, meu amor?