10 - O misterioso Jake!

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O dia estava quente naquela manhã de segunda-feira, com poucas nuvens no céu enquanto o ar permanecia seco. Era a mistura do calor com o outono. Em breve viria o frio, o famoso frio do inverno. Frio esse que eu odiava.

Em meio a devaneios e hipóteses – e preocupado com o que as pessoas comentariam depois que persegui aquele motoqueiro –, cheguei ao campus movimentado da escola, me deparando com Natsuno, Joe e Jake na praça verde. Na verdade, cheguei na mesma hora que os três, cada um vindo de um caminho diferente devido às localizações de nossas casas.

Quando nos encontramos, percebi que os olhos do garoto loiro estavam vermelhos – não o vermelho dos vampiros, o que me aliviou bastante, apenas um vermelho normal, de choro – e logo eu me perguntei: Jake andara chorando?

- E aí, pessoal - os cumprimentei.

- E aí, Dio - falou Natsuno, sorridente como sempre.

- Como vai, amigão? - Joe quase esmagou a minha mão num aperto forte.

- Oi, galera – Jake forçou um sorriso. Tentou disfarçar, mas era evidente a tristeza em seus olhos. Ainda assim, aparentemente, ninguém mais percebeu.

Entramos na escola em meio à multidão de adolescentes e, como de costume, nos dirigimos à sala 2. Sophia e suas duas amigas estavam postadas diante da porta, e um alívio gigantesco tomou conta do meu corpo. Eu disse aos meus amigos:

- Vão indo na frente.

- Está bem - Natsuno me encarou com um tom zombeteiro no olhar. Os três garotos entraram na sala enquanto eu me aproximava das garotas: Sophia, Ana e Jéssica.

- Oi – falei. De imediato, as três me olharam com certa indiferença, o que me deixou intimidado. Será que estavam comentando sobre a minha fuga?, eu me perguntei.

- Ah, oi, Diogo - Sophia deu um sorriso. - Algum problema?

Eu não sabia o que falar. Na verdade, eu nem sabia por que estava ali.

- É, eu... - Senti que fiquei vermelho, enquanto Sophia olhava atenciosamente para mim, um tanto confusa. - Sophia, eu só queria dizer que... é... eu estava preocupado com... você.

- Só isso? - Ela riu sem jeito, mas um riso de quem gostou de ouvir o que ouviu. - Que fofo!

Isso me deixou sem jeito. Fofo? De onde ela tirou isso?

Fiquei muito envergonhado.

- É só isso mesmo? – Ana, sua amiga de cabelos curtos, indagou com uma certa seriedade. Confesso que fiquei sem saber o que dizer, ao mesmo tempo em que Sophia lançava à garota um olhar de espanto que logo alternou-se para raiva.

Eu me encorajei e respondi:

- Só.

A essa altura, o corredor se esvaziava, já que a maioria dos alunos já haviam entrado em suas respectivas salas.

- Tem certeza? – Ana persistiu.

- Ana! – Sophia protestou, e notei que Jéssica, a garota negra, ria de lado.

- O que foi? – Ana fez-se de inocente, rindo também. Eu estava sem graça. Aquelas garotas estavam zombando de mim.

- Bom... eu vou indo – falei, fazendo menção de ir embora. Sophia foi rápida em dizer:

Caçador Herdeiro (1) - Vento Sufocante | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora