42 - Partindo ao Monte Zentaishi!

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Eu definitivamente não sabia qual seria a diferença depois que me tornasse um Caçador de Vampiros, mas não tinha dúvidas de que muitas coisas iriam mudar.

Natsuno e eu ainda éramos aprendizes, o que indicava que não podíamos nos arriscar tanto como deveríamos. E como o Riku já era um caçador oficial, isso meio que o deixava um nível acima do nosso. Claro que isso aconteceu devido ao Medeiros caçar desde criança, juntamente de seu pai, mas isso não poderia me impedir de lhe alcançar. Não era querendo ser egoísta ou algo do tipo, isso era de mim mesmo. Eu pensava sempre em dar o meu melhor, seja em qualquer situação – e o fato de ainda ser um Aprendiz de Caçador me atrapalhava, e muito. Tudo porque quase havíamos morrido uma única vez.

Mês passado, nós três havíamos invadido um hospital abandonado repleto de vampiros assassinos. No começo até estávamos indo bem, nos infiltrando no lugar através dos canais de esgoto da cidade. Mas as coisas começaram a ficar sérias quando encontramos os primeiros vampiros evoluídos.

Vamos lá, vou tentar explicar sobre eles.

Até onde pude perceber, existiam quatro diferentes tipos de vampiros, dentre eles: os zumbis, os comuns, os evoluídos e os demoníacos – não falarei sobre esses últimos, já que nunca cruzei com um antes.

Os zumbis, como o nome já diz, são mesmo zumbis, aqueles estranhos que vemos em jogos ou séries de mortos-vivos. Pessoas revividas, por vampiros maldosos, sem sequer um pingo de consciência ou memória. Esses são os mais fracos – e os mais nojentos também. Nós três já enfrentamos um rebanho deles certo dia, e não foi tão difícil derrotá-los.

A segunda espécie chama-se "vampiros comuns". Homens (geralmente) fortes e corpulentos, que foram contaminados pela mordida de outros vampiros e agora agiam por instinto, mesmo que ainda se lembrassem de seu passado. Eles até que não são tão complicados de vencer, uma vez que não têm tanta agilidade quanto os evoluídos – e é essa espécie que eu mais odeiava.

Segundo o Natsuno, os evoluídos são uma versão mais velha dos comuns. O primeiro vampiro que enfrentei era um evoluído, e até que não foi tão difícil de derrotá-lo naquele estacionamento, no entanto, acredite, vários deles num só lugar é assustador. E foi assim que fomos cercados, algumas semanas atrás, no terraço daquele hospital. Riku, Natsuno e eu até tentamos fugir, todavia não esperávamos que os vampiros nos encurralariam a vários metros do chão, tampouco imaginávamos ser salvos por um Sacerdote Divino – seres que eu ainda desconhecia, mas que nitidamente possuíam um poder extraordinário. Aquele homem de túnica e capuz preto simplesmente carbonizou duas dúzias de vampiros com apenas um flash de luz. E tudo num segundo! Eu até o agradeceria, caso não fôssemos advertidos a não caçar mais. Eu sabia que havíamos exagerado pelo fato de termos ultrapassado os limites estabelecidos para caçarmos, mas poxa, precisávamos acabar com o máximo de vampiros possíveis, uma vez que faziam vítimas pela escuridão da cidade. Além disso, eram necessários cem potes de vidro cristalino cheios para podermos deixar de ser Aprendizes de Caçador, coisa que só conseguimos através de outras situações: uma missão no Shopping Center do Leste, na qual tivemos que trazer uma bomba-viral para Hebert Kogori, além dos vampiros que matei para proteger a Sofia e o vampiro traiçoeiro que matei no dia em que encontramos aquele caçador florestal, o Ferdinando.

Por fim, tínhamos os cem potes guardados, e me perguntei se já éramos caçadores oficiais. Mas a resposta só veio na quarta-feira após o jogo contra a sala do Yago, quando Natsuno nos disse, na escola:

- Teremos que partir ao Monte Zentaishi.

Estávamos no intervalo, rodeados por inúmeros alunos do primeiro ano que ainda nos olhavam com ar de admiração, após conseguirmos empatar com uma sala que, até então, era a favorita a ganhar o Campeonato Intersalas Martins.

Caçador Herdeiro (1) - Vento Sufocante | COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora