22-Floresta de algas

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A floresta é um tanto escura, mesmo fazendo muitos sol lá fora. E quanto mais entramos dentro dela, mais frio fica.

Ainda estou pegada a mão de Coral. Ela pediu que ficássemos caladas para ela poder escutar qualquer barulho. As vezes olho para ela e vejo que mal pisca o olho. Qualquer movimento ela estará atenta.

— Espere! Acho que ouvi alguma coisa. — Ela parou e me colocou atrás dela. — Titões! Rápido, por ali! — Ela me jogou para dentro das algas numa parte bem escura. Meio segundo depois, três titões passaram olhando para todos os lados, provavelmente a nossa procura. 

— Essa foi por pouco. — Falei.

— Continuemos em silêncio, assim podemos evitar imprevistos como esse.  — Ela começou a me puxar para sair de dentro das algas.

Aqui dentro a gente perde a noção do tempo. Não sei a quantas horas estamos aqui, só sei que já passou um bom tempo.

Como será Daya ? Será que ela se parece com a minha mãe? Por que Katânia definitivamente não se parece em nada, tanto fisicamente como moralmente.

Mas espera ai, cadê Coral?  Estou tão perdida em meus pensamentos que não sei se eu que sai de perto dela ou se foi ao contrario. Melhor voltar do caminho que vim talvez encontre ela. Ou ela está à minha frente ? Vou voltar, se não encontrar vou seguir em frente. E pior que não posso nem chamar por ela, se os titões voltarem eles vão me pegar.

Voltando pelo caminho que vim, percebo que á algo diferente. Acho que essas algas estavam em pé e agora estão incolhidas. Perai! Aquilo é uma mão ? E aquilo é uma calda? Meu Deus, é Coral. Ela está sendo engolida pelas algas.

— Aguenta firme aí, vou tentar de puxar. — Falei indo em direção a ela.

Pego no seu braço e tento puxar, mas as algas se fecham mais ainda e estão sufocando-a. Pensa, faz alguma coisa. Falei para mim mesma, mas o que posso fazer? Talvez...Sim isso pode da certo! Vou até ela de novo, mas invés de puxa-la, vou tirar as algas de cima dela. Uma por uma vou tirando até que consigo uma brecha por onde ela pode passar e a puxo. Ela me envolve num abraço apertado.

— Obrigado! — Disse.

— Como isso foi acontecer? — Perguntei.

— Não sei bem. Só que estava nadando quando as algas me puxaram. Mas como você não viu se eu estava na sua frente?

— Eu estava...Distraída pensando em muitas coisas. — Dei um sorriso amarelado a ela.

— Tudo bem. Mas agora fique mais atenta a tudo.

Acenti e voltamos para o caminho, mas nos deparamos com dois titões.

— Onde as mocinhas pensam que vão? — Perguntou o mais alto.

— Para um canto onde não interessa vocês. — Ela disse tentando puxar alguma coisa atrás das suas costas. — Ah, não. Iara, rápido pegue. — Ela apontou para o cristal verde que estava no fundo do rio. Sem ele, não há como vencemos os titões.

Nado mais rápido que posso, mas um deles me segue enquanto o outro agarra Coral. Finalmente pego o cristal e aponto para ele, que começa a se contorcer de dor. Quando ele caí no chão, subo para entregar o cristal a Coral que conseguiu se livrar do titão, mas agora ele está perseguido-a.

— Pegue! — Gritei, jogando o cristal para ela, que de imediato parou e apontou o cristal para o titão, que desmaiou quase na mesma hora.

— Quanta emoção em menos de dez minutos. — Falou rindo nevorsamente.

— Você está bem? — Perguntei.

— Estou ótima. Agora vamos, já perdemos tempo demais.

Seguimos em diante e quase uma hora depois finalmente chegamos a caverna. Reconhecemos por que lembramos da imagem que vimos com as trigêmeos em nova York.

A caverna parece ser algum esqueleto de um animal gigante, pois a estrada é cheia de ossos grandes e esquisitos.

— Chegamos. — Coral falou.

— Estou tão nervosa. Mal posso esperar para libertar Daya e descobrimos como destruir katania, isto é, sem machucar o bebê, claro.

— Bebê? Mas do que você está falando? — Perguntou confusa.

— Ah é. Esqueci de te falar. Katania, está grávida.

— Mas não é possível. Katania já tem uma filha. Sereias só podem ter um filho. Somente a rainha pode ter mais de um, mas qualquer outra sereia, independente da sua posição, só pode ter um filho. Não tem como ela está grávida.

— Eu lembro que no pergaminho tinha que ela havia tido uma filha, mas quem é ela?

— Sou eu, priminha. — Uma voz estranhamente conhecida surgiu atrás de mim.  Me virei para ver quem era.

— Joana?!

A Última Sereia  (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora