12- Amor ferido

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Eu estava exausta. Foi muita aventura para um dia só. Se a um mês atrás me dissessem que eu iria passar por tudo isso, não acreditaria.

Fiquei deitada na cama, mas escutei meu  pai falando com Katânia. Fui de fininho até a porta e tentei abrir a porta que, por milagre, estava aberta. Me apoiei nela e fiquei brechando os dois.

— Não sei como vou contar para ela. — Meu pai falou.

— Você ainda não contou? — Katânia pergunto.

— Não. Quando fui no quarto dela, ela estava dormindo. E eu não quero acorda-lá com essa notícia.

"Acho que estão falando de mim" pensei.

— Você já ligou para o hospital? —Katânia perguntou.

Notícia? Hospital? Do que será que eles estão falando ?

— Liguei assim que cheguei. O filho do caseiro e meu pai estão bem. O problema todo... — Meu pai começou a chorar. — O problema todo é a minha mãe. — Falou entre as lágrimas que estavam rolando em seu rosto. Katânia o abraçou.

Mas o que aconteceu com vovó e vovô? Filho do caseiro? Mas é Cauã. Estou em estado de choque, mal consigo andar em direção ao meu pai, que levanta a cabeça surpreso ao me ver.

— Iara? Você escutou? — Ele perguntou preocupado.

— O que aconteceu ? — Perguntei.

— Fique calma, filha.

— Eu estou calma, só me diga o que aconteceu.

Katânia tentou me fazer sentar, mas eu não deixei.

— Me solte, eu estou bem. — Virei para meu pai. — Me diga logo, estou começado a ficar nevorsa.

— Sua avó e seu avô. — Ele começou. — Foram para a cidade com o filho do caseiro, é...

— Cauã. — Katânia disse.

— Isso. Eles foram de carro, e quando chegaram na rodovia que dá acesso a cidade, um carro desgovernado bateu neles, fazendo com que o carro em que eles estavam capotasse varias vezes, e agora eles estão no hospital. — Meu pai já estava com lágrimas nos olhos, novamente.

— E como eles estão? Estão bem, ne?! — Eu estou muito preocupada com eles, se acontecer algo com eles, nossa...

— Seu avô e o rapaz estão bem, mas sua avó está em coma.

O que? Minha vó está em coma? Minha visão ficou turva. Não posso desmaiar agora.

— Vamos para o hospital agora. — Falei quase caindo.

— Não podemos, filha, só no horário de visitas.

— Por quê não me avisou logo? Por quê você os deixou sozinhos? — Nesse momento eu já estava de joelhos no chão, chorando.

— Calma, Iara. Eles vão ficar bem. — Katânia falou.

— Sim, filha. Eles vão ficar be...

Eu não escutei mais nada. Minha visão escureceu de vez e eu desmaiei.

A Última Sereia  (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora