26- Pelos olhos de Coral

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                 *Coral narrando*

— Coral, acorde! Precisamos sair daqui. — Uma voz doce e longe me chamar. Abro os olhos devagar e vejo a rainha me olhando fixamente e me sacudindo de leve. Arregalo os olhos pela tamanha surpresa e me levanto rapidamente.

— Senhora? Onde estamos? — Pergunto assutada.

Ao que me parece estamos nas masmorras do palácio, pois é muito frio e mal iluminado.

— Quetane nos trouxe até aqui. Já fiz de tudo para nos soltar, mas as magias delas são imunes ao meus poderes. Precisamos arranjar um jeito de sair daqui; estou muito preocupada com Iara e temo pela vida dela. — A rainha está preocupada, e eu também estou.

Iara desaparecida é motivo de muita preocupação. Ela era a última sereia; a última de nós, e a única que podia nos libertar. Se não fosse por ela, nós não estaríamos aqui.

— O que vamos fazer? Precisamos encontra-lá. Mas para isso temos que sair daqui. Não há nada que possamos fazer? — Perguntei.

— Não. Já usei todos os meus poderes e nenhum serviu para abrir. Só quem pode os abrir é Quetane ou Joana. Talvez nem Joana saiba. Minha irmã é muito desconfiada. Com certeza ela não confia tanto assim na própria filha. Mas me diga... Eu ouvi Iara chamando ela de Katania, de onde ela tirou esse nome?

— Ah, é porquê Quetane é a madrasta de Iara. Ela se casou com o pai dela e é chamada por eles de Katania. Por isso ela só à chama com esse nome. — Expliquei.

— Meu Deus! Matou a irmã e ainda por cima casou-se com o marido dela. Qual o objetivo de tudo isso?

— Acho que ela sabia que Iara podia nos libertar e quis ficar perto dela para impedi-la. — Pelo menos é o que eu acho. Não lembro de Iara falando sobre isso. Ela sempre fala de o quanto Quetane à prejudicou, mas nunca o porquê dela ter entrado na casa dela e casado com seu pai.

— Ela planejou tudo nos mínimos detalhes. Como pode ser tão perversa a ponto de chegar onde chegou. Eu não a conheço mais. Não é mais a irmã que eu conhecia. A ambição e o orgulho a dominaram.

— É verdade, senhora.

Ficamos um tempo em silêncio. A rainha está muito preocupada com Iara. Precisa fazer alguma coisa, mas o que ?

— Rainha? — Uma voz vinda dá grande ecoou pela cela. Olhamos e vimos que era Joana.

— O que está fazendo aqui? Já não basta o que sua mãe fez conosco? — A rainha falou.

— Calma! Estou aqui para ajudar vocês. — Ela falou.

— Mas você não estava do lado dá sua mãe ? — Perguntei.

— Era ,mas Iara me convenceu que eu estava fazendo a escolha errada e que minha mãe só queria me usar para conseguir seu objetivo e depois me largar novamente.

— E onde ela está? Fale logo! — Daya gritou.

— Na cela ao lado. Vou tirar vocês daí. Só esperem um pouco, preciso lembrar do nome do feitiço que mamãe usou para trancar a grande. — Joana se concentrou bastante, e depois de alguns segundos ela falou. — Assim como fizeste para fechar, vais abrir novamente, e sem demora alguma libera as tuas prisioneiras.

A grade se abrirá​ com um barulho de ferro velho. Saímos rapidamente dali.

— Agora nos leve até Iara. — Ordenou Daya.

Seguimos um pequeno corredor até chegar na cela onde Iara está.

— Vocês saíram, como? — Ela falou surpresa.

— Joana nos ajudou. — Falei

— Joana? Mas você disse que...

— Eu sei o que disse. Mas suas palavras foram muito convincentes.  — Joana sorriu. 

Ela falou novamente as palavras que nos soltaram, liberando Iara, que abraçou Joana, que lhe pediu desculpas por tudo que ela tinha feito em nome dá mãe​, não só para Iara como para mim e para Daya.

Ela nos guiou ate a saída e disse que ia falar para a mãe que está tudo bem, para nos termos mais tempo para saber como vencer Quetane.

Nos despedimos e ela foi embora, enquanto nos seguimos para o centro de pesquisa​s do reino. Lá vamos tentar pesquisar mais sobre o que podemos fazer para derrubar a magia poderosa que Quetane tem. Só resta esperarmos que dê tudo certo.

A Última Sereia  (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora