30- Batalha final

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Chegamos na frente do castelo e Katânia já estava lá a nossa espera; ao lado dela estava Joana, olhei para ela desconfiada e ela piscou o olho para mim, acho que pra dizer "estou do seu lado." Abaixamos a cabeça como sinal de redenção, para que Katânia não desconfiasse de nada.

— Finalmente! As convidadas de honra chegaram. Não é maravilhoso, filha? — Katânia falou olhando firme para Joana, que abaixou a cabeça.

— É sim, mamãe. — Ela respondeu.

Alguns titões vinheram atrás de nós, nos empurrando para ficarmos bem perto de Katânia.

— Você venceu, irmã. Já não há mais nada que possamos fazer. — Daya falou com a voz baixa.

— E você só vem perceber isso agora? Fala sério, irmãzinha. Mamãe escolheu muito mal quando decidiu que você assumiria o trono. — Katânia arqueou a sobrancelha e começou a olhar firme para mim.

Ela fez um sinal com as mãos para os titões, que me empurraram mais para frente, me deixando cara a cara com ela.

— Você está cada dia mais parecida com Margareth. — Ela falava enquanto nadava ao meu redor. — Uma pena ela não estar mais aqui para ver você crescer.

— Não está mais porquê você a matou. — Falei num tom alto, quase gritando. Não quero me exaltar, não agora, não tão cedo.

— Sim. Eu fiz isso. E se podesse faria denovo, e denovo.  — Ela falou rindo.

Meu sangue começou a ferver. Ela claramente está me provocando. Não posso deixar que ela simplesmente vença. Eu já estava pronto para ataca-la, mas Daya me impediu.

— Não faça isso, Iara. É isso que ela quer; que você perca a cabeça, e vá para cima dela. É o que ela precisa pra te matar.

— Acho melhor você escutar uma tia. Há qualquer momento eu posso te matar. — Ela me encarou, levantou as mãos e uma faísca de eletricidade saiu das mãos delas.

Ela está me mostrando o seu poder. Ela pode muito bem me dá um choque mortal a qualquer instante.

— Preste muita atenção no que eu vou te falar agora, Quetâne. — Daya falou olhando para ela. Chegou a hora, é agora!  — Durma e não acordará até...— A risada de Katânia desconcentrou Daya,que parou de falar.

— Você acha mesmo que pode tirar meus poderes? Eu estou muito mais adiantada que você. — Katânia falou com ódio, levantando as mãos para Daya e jogou uma rajada de raios em cima dela, mas acabou pegando num titão, que se contorceu de dor até morrer. — Droga! — Ela gritou.

Dessa vez ela jogos os raios em cima de Coral, mas eu fui mais rápida e com meus poderes eu á protegi. Katânia olhou para mim confusa.

— Mas como você fez isso? — Perguntou indignada. — É claro... Sua mae lhe deu o poder da proteção. Por isso nunca nada que eu fiz te atingiu.

— Ela foi muito mais esperta que você. Ela sabia dos seus planos, sabia que você não iria matar somente a ela. — Falei com orgulho.

Ela se revoltou e tentou mais uma vez jogar os raios em cima de Daya, mas eu a protegi. Indignada por não conseguir atingir nenhuma de nós com seus raios, ela partir para a luta corporal com Daya.

As duas trocaram vários socos, tapas e puxões de cabelo. Eu, coral, e Joana ficamos sem saber o que fazer ou o que falar. Ficamos completamente sem ação. Até que Katânia deu o golpe certeiro. Ela socou bem forte o rosto de Daya que caiu desmaiada. Eu e coral nadamos rápido para chegar logo perto de Daya e a proteger.

— Tia, por favor acorde. Precisamos de você. — Falei dando tapinhas de leve no rosto dela.

— Acorde, rainha. A vossa realeza vai ficar bem. Vai ficar tudo bem, senhora. — Coral falou desesperada.

Eu nem liguei para Katânia. Naquele momento eu só pensava em manter Daya bem. Mas Katânia aproveitou a minha distração.

— Iara, cuidado! — Joana gritou.

Me virei e vi que Katânia estava se preparando para jogar seus raios em mim. Antes que eu pudesse me proteger, Joana se jogou na minha frente, e os raios de Katânia a atingiram em cheio.

Eu não consegui fazer nada. Quando tentei protege-la já era tarde. Joana já estava flutuando em direção ao chão. A luz dos raios foi tão intensa que Katânia não tinha percebido que tinha atacado a própria filha. E quando viu ela gritou. Gritou muito. E nadou depresa para pegar Joana antes que seu corpo atingisse o chão.

Uma enorme tristeza tomou conta de mim. Joana se sacrificou para me salvar. Ela estava realmente ao nosso lado e eu não pude nem agradecer.

Olhei para Coral, que estava chocada ao ver aquela cena. Katânia começou a gritar novamente, sentada no chão, abraçando o corpo da filha.

— Porquê? Porquê você fez isso? Eu te amo tanto, filha. Sofri por não está ao seu lado durante todos esses anos. Só fiz isso pensando em você. Pensando no seu bem estar. Agora eu estraguei tudo e não posso fazer mais nada. Só esperar minha morte, aqui do seu lado. — Ela falava aos prantos, agarrando a filha.

Daya despertou e perguntou o que havia acontecido. Expliquei que Joana havia me salvado e acabou morrendo.  Ela se levantou aos poucos e nadou bem devagar para perto da irmã.

— Viu o que você fez? Matou a você e a sua filha. — Daya falou quando chegou ao lado de Katânia.

— Saia daqui. Me deixe morrer só com minha filha. A morte não demorará a me buscar.

Ela ajeitou o corpo de Joana, e deitou-se ao lado dela. E no seu último suspiro ela disse:

— Perdoem-me!

Daya caiu no chão ao lado dela. Pegou a sua mão e disse:

— É claro que perdoou. Vá em paz, minha irmã.

Ela se levantou e fomos ao encontro dela. Nos abraçamos e ficamos um longo tempo assim.

— Acabou! De um jeito triste, mas acabou. — Coral falou.

Daya ordenou aos titões que carregassem os corpos de Joana e Katânia até o castelo.

— Agora nos vamos libertar os súditos,e a paz reinará novamente. — Daya disse, enquanto íamos em direção ao castelo.

Eu não queria que tudo isso tivesse acontecido, mas não está nos nossos planos. Nada acontece do jeito que queremos ou planejamos.




A Última Sereia  (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora