25- Trocando palavras

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Acordei um pouco atônita. Estou num lugar escuro, onde o único feixe de luz é de uma pequena janela na lateral de uma parede.

Pisco os olhos varias vezes para me acostumar com o ambiente, e percebo que a minha frente tem um portão com grades encravadas de baixo para cima e da esquerda para a direita. Vou até a grade e verifico se tem fechadura, mas não tem. Deve está sobre algum feitiço que a faz abrir e fechar.

Me sinto um pouco fraca e resolvo me senta um pouco. Não há mais o que fazer. Eu não podia ter deixado-a vencer. Agora ela vai acabar com todos nós, sem exceção.

Um pequeno barulho enterompe meus pensamentos e fico em alerta. Vem vindo alguém.

- Olá, priminha. Agora eu sei que você realmente é minha prima. Que coincidência não ? - Joana chegou falando. Nojo dessa cara se sonsa dela.

- Nossa! Grande descoberta você fez agora. - Falei revirando os olhos. - Onde está sua mãe ?

- Voltou para o banana do seu pai não desconfiar. Você sabe que ele é um idiota, né? - Falou com ironia.

- Claro que eu sei. Para deixar ser enganado por sua mãe, só pode ser um idiota mesmo.

Ela riu, riu muito. Não sei de onde ela tirou tanta graça para rir daquele jeito. Parecia até uma foca batendo palma.

- Do que você está rindo? - Perguntei.

- Estava me lembrando de quando mamãe pediu para mim conquistar Cauã. Ela sabia que ia rola algo entre vocês e mandou eu pegar logo ele para mim. Infelizmente não deu certo. Ele terminou comigo antes de você chegar.

- Então foi ela que mandou? Por isso ela vivia me perseguindo, querendo colocar pensamentos na minha mente. - Falei com raiva.

- E ela também mandou eu ir atrás de vocês no dia que vocês foram a cachoeira. Ela até deu a dica de te chamar de vadia.

- Você percebe que está fazendo mal a outras pessoas ? Não está vendo que sua mãe está de manipulando? - Falei com destreza. Tenho que tentar abrir os olhos dela. - Quem são aquelas pessoa da casa que Cauã à deixou naquele dia?

- São meus avós paternos. Minha mãe me deixou la para eles me criar. Eu nem sabia quem ela era. Ela só me procurou a dois anos atrás, querendo que eu me relaciona-se com Cauã.

- Viu? Todos esses anos ela te abandonou. Só te procurou por que precisava de você para que o plano dela desse certo. Ela está te manipulando. Você acha mesmo que ela vai ligar para você caso consiga a coroa? Acha mesmo que ela vai te fazer princesa ?

Ela ficou em silêncio. Bastante pensativa. E é isso que eu quero. Faze-la entender que katania está só usando ela para depois descarta-la. Se eu conseguir trazer ela para o nosso lado, será bem mais fácil derrotar Katania; pois ela deve saber o ponto fraco de Katania e é lá que devemos atacar.

- Não importa o que eu acho. - Finalmente ela respondeu. - Se minha mãe está feliz...Eu também estou.

- Mas...

- E não ha nada...- Ela me interrompeu. - Nada que você possa fazer para me fazer mudar de ideia. Estou feliz assim e ela também. Isso é o que importa.

- Mas você tem que entender. Ganhará muito mais se ficar do nosso lado.

- Não ganharei o amor da minha mãe. Você sabe o que é isso? Crescer sem uma mãe por perto? Você tinha uma família feliz. E eu? Eu tinha desprezo e nada mais. - Ela gritou e sua voz ficou embaçada.

- Sim, é verdade. Eu tinha uma família feliz. E graças à sua mãe essa família se desfez. Ela matou a minha mãe, a sua tia. Graças a ela meu pai me odeia. - Tentei falar calma, mas acabei gritando também.

- Quer saber? Fique aí sozinha. Não estou afim de escutar seus problemas.

E saiu. Me deixando sozinha outra fez naquela escuridão. Me deu uma certa pena dela. Deve ser horrível crescer sem a mãe por perto. Mas de uma coisa eu sei... Tenho que trazê-lá para o nosso lado. Custe o que custar.

A Última Sereia  (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora