— O que você acha de viajar?
Meu pai perguntou animado. Ele quer levar meus avós para a casa de praia que temos. Além disso, ele quer fazer uma "festa" para comemorar a gravidez de Katânia. Obviamente eu não quero e nem vou. Tenho que ajudar Coral. E ainda não engoli essa estória dela estar grávida. Vai ficar mais difícil de mim vingar por que ela carrega um irmão meu dentro do ventre e, querendo ou não, ele é sangue do meu sangue.
— Podem ir, eu vou ficar aqui. — Falei.
— E vai ficar aqui sozinha? — Questionou.
— Claro que não. Eu vou ficar com...— Ele não me deixou terminar e caiu na risada. — Qual a graça?
— Se você acha que vai ficar com aquele rapaz aqui sozinha está muito enganada. Ele vai com a gente. Vai ser nosso motorista.
Não sei se isso é bom ou ruim; só sei que quanto menos gente ficar aqui, melhor vai ser pra mim. Vou ter tempo suficiente para achar Daya e bolarmos um plano de como destruir Katânia sem machucar o bebê.
— Eu não disse que ia ficar com ele. Você não me deixou terminar. Eu aí dizendo que ia ficar com Deus. — Falei dando um sorriso amarelo.
— Tudo bem então. Já que você quer ficar aqui sozinha, que assim seja. — Percebi que ele ficou um pouco desanimado, mas faço isso para o bem dele.
***
No outro dia eles foram logo cedo. Vão passar dois dias lá. Espero que seja tempo suficiente para realizar a minha missão.
As escondidas me despedi de Cauã dando muitos e muitos beijos nele. Aquela noite especial só serviu para aumentar nosso amor; e prometemos que íamos ficar pensando um no outro o tempo todo.
Depois me despedi dos meus avós. Vovó está melhor que nunca. Nem parece que há alguns dias atrás estava numa cama de hospital em coma.
Abracei meu pai com força. Queria contar a ele sobre a verdadeira identidade de Katânia e dizer que foi ela que matou minha mãe. Mas claro, ele nunca que vai acreditar e do jeito que ele não acredita em mim, é mais fácil Katânia colocar na cabeça dele que eu estou maluca e que é melhor me internar no manicômio. Pedi para que ele tomasse cuidado e ele disse o mesmo.
Já com Katânia, nem olhei direito para ela, apenas dei um sorrisinho falso e ela vez o mesmo.
Depois que todos saíram, me certifiquei que não tinha mais ninguém aqui. Corri para o meu quarto e me teletransportei.
A água está super gelada, nunca senti ela assim, como se algo de errado estivesse acontecendo.
— Iara, finalmente você chegou. — Coral falou me abraçando, fazendo com que a água se espremesse em nossas barrigas e congelanduas.
— Nossa que frio. O que está acontecendo com a água? Ela é sempre tão quentinha e agora está um gelo só. — Falei passando a mao nos meus braços numa tentativa inútil de esquenta-los.
— A rainha está muito fraca. Temos e encontrar-la o mais rápido possível.
— Você já descobriu o caminho?
— Ainda não tenho certeza, mas posso assegurar que o caminho é bem difícil e cheio de armadilhas. Temos que estar preparadas para tudo que puder acontecer.
— Pode deixar. Estarei atenta a tudo. Vamos salvar minha tia e principalmente a rainha que esse rio precisa. — Falei sorrindo. Estou muito confiante que tudo vai da certo e vamos conseguir tirar Daya da caverna.
— É pôr ali. — Coral apontou para um caminho à direita cheio de corais rosas, onde tinha uma espécie de arco de pedra.
Quando passamos por ele, a visão mudou-se completamente por que entramos no mundo das sereias, mais especificamente na floresta de algas.
— Se seguimos esse caminho reto, conseguiremos achar a caverna. Cuidado com as armadilhas e nunca fique longe de mim. — Eu pudia sentir Coral nervosa e desidi pegar na mão dela e entramos no meio da floresta.
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A Última Sereia (Completo)
FantasíaIara nunca acreditou em desejos,muito menos em sereias, até que o dia do seu décimo sétimo aniversário. Ela apostou com sua amiga, Bia, que ela desejaria ser sereia e nada iria acontecer, mas ela logo descobre que estava errada. Assim que acorda no...