32- Fim ou apenas o começo?

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Meu pai chegou em casa assustado, mas de algum modo ele se aquietou. Ele veio até mim, me deu um abraço e um beijo, olhei para ele esquisito, quantos anos ele não faz isso? Ao que me parece  a porção que Daya me deu funcionou.

Vovô e vovó também vieram alegrementes me abraçar.

Eles pareciam estranhos como se estivessem confusos. Eu tentei parecer o mais normal possível, não queria levantar suspeitas, eles sabiam que algo tinha mudado, mas não entendiam o quê.

Fui lá fora na esperança de encontrar  Cauã. E lá estava ele. Quando me viu abriu um sorriso, pensei "esse é meu deus grego." Corri para abraça-lo. Ele me pegou, me girou no ar e me beijou loucamente, ferozmente, como se precisasse daquilo para viver. Eu abracei e o beijei muito. Como senti falta do toque dos seus lábios, das nossas línguas se cruzando, do calor que passava entre nós; era tudo tão lindo, tão mágico.

—Senti tanto sua falta, amor.— Falei

— Eu também senti muito a sua falta, minha sereiazinha. — Ele falou ainda me abraçando. — Tenho uma novidade. Falei com o seu pai.

— E então? Como foi? — Perguntei mega curiosa.

— Ele falou, falou e acabou deixando a gente namorar.

— Mentira, ahh. — Agarrei em seu pescoço e o beijei muito.

— Calma, amor. — Ele falou rindo. — Olha, eu vou falar com meu pai, tá. Entre, Jajá eu volto.

Dei mais alguns beijos nele e entrei.

A noite, vovó fez um jantar especial. Todos se juntaram a mesa. Meu pai estava mais feliz que nunca. Todavia ele vivia sem ânimo, era Katânia sugando sua alegria. De agora em diante, eu farei de tudo para ver ele assim, feliz sempre.

                              ***

Tudo que é bom dura pouco.

Após algumas semanas chegou a hora deu ir embora. Cauã pediu a meu pai para darmos um último passeio na cachoeira.

Fomos no bugue como da primeira vez. Ele não parava de dizer o quanto ia sentir minha falta, e que iria me esperar. Eu, claro, dizia o mesmo.

Quando chegamos na cachoeira, sentamos numa pedra, bem perto da água. Ele sentou por trás de mim, me agarrando bem forte, e beijando meu pescoço.

— Não imagino como vai ser agora sem você. Vai ser tudo tão diferente, meus dias serão mais escuros, sem ânimo. — Falou.

— Eu sei bem como vai ser. Vai ser chato, e eu vou morrer de saudades. — Falei enquanto apertava uma de suas mãos.

— Não gosto desse tipo de despedida, sabe. Parece que não vamos mais nos ver.

— Não diga isso. — Falei me virando para ele. — É claro que vamos nos ver novamente. Pode demorar um pouco, mas nosso sentimento não vai mudar, pelo contrário. Vai crescer mais e mais. E pode ter certeza de que quando isso acontece, nada vai nos separar mais.

— Você está certa, sereiazinha. Nada vai nos separar.

Ficamos ali por algumas horas. Falando sobre tudo, dos nossos planos, do nosso futuro, e até da família que um dia formaremos.

Antes de sairmos, eu fui até a água e toquei nela com meus dedos, fazendo  vai e vem. Pude sentir a energia dela. Pensei em como todos estavam e uma imagem surgiu flutuando sobre a água. Era uma imagem em tempo real do reino das sereias. Tudo estava bem. Todos estavam felizes. Um sentimento de saudades bateu em meu peito.

Mas eu sei que algum dia eu voltarei.

A Última Sereia  (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora