[LIVRO 1] Este é o primeiro livro da Série Vórtex.
[Romance/Fantasia]
Um contrato foi selado pelos Deuses e dois destinos foram traçados. Após dois mil e seiscentos anos, nasce com a rainha das fadas, a oportunidade de cumpri-lo.
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Entrei meio receosa, olhando em todas as direções como se isso pudesse amenizar o meu nervosismo, o que não ajudou muito. Aquele lugar era grandioso, e extraordinariamente impecável, frio e sombrio. Não conseguiria pensar em um local que se adequasse mais ao seu dono, do que aquele. Eu podia sentir o Anton em todos os detalhes. Desde a iluminação sutil, às cores que iam do preto ao cinza e branco, até os materiais, como o vidro, ferro, couro e veludo.
Sobre a minha cabeça pairava um lustre gigantesco de metal retorcido, que terminava em pontas muito finas e que se estendiam para todos os lados. Já à minha frente, havia um enorme painel de vidro que cobria os dois andares que parecia existir ali, e através dele, era possível ver a piscina com iluminação interna totalmente exposta ao céu. De um lado ficava uma sala com sofás e poltronas de designs simples, mas modernos e elegantes. Já do outro lado, havia uma escada, e para além dela, ficava uma longa mesa de vidro escuro com cadeiras de encosto alto.
Era tudo amplo e aberto, não havia divisórias, e a maioria das paredes para o exterior eram de vidro, permitindo uma deslumbrante visão do céu e do topos de alguns prédios. Já o chão, era tão preto, tão exageradamente polido e brilhoso, que tive medo de que desse para ver o reflexo da minha calcinha através dele.
― Está atrasada ― reverberou a voz grave me trazendo de volta dos meus devaneios. ― O Sr. Skarsgard não tolera atrasos. Para a sua sorte, você parece possuir todos os atributos que ele tem procurado nas últimas semanas.
― Como? ― Fitei aquele senhor totalmente confusa, seu semblante imparcial não me revelava nada.
― Ele a aguarda no piso superior. Suba as escadas e siga pelo corredor do lado direito até a última porta. ― Dito isso, ele se virou e saiu sem ao menos me dar tempo de fazer qualquer pergunta.
Eu devia estar muito bêbada ainda, porque não havia entendido nada daquilo, mas pelo menos sabia onde o Anton estava. Indo em direção à escada, a subi, e tão logo passei a seguir pelo caminho que me fora instruído. À medida que eu me aproximava do local, meu coração se acelerava e seguia o ritmo da música barulhenta que vinha daquela direção, a qual se avolumava à cada passo meu.
O meu estômago se contraiu, e aquela onda de calor quase insuportável me subiu pela coluna. Eu ainda nem o tinha visto, e já estava muito perto de um ataque de pânico. Será que ele realmente me esperava como o senhor havia falado? O que será que ele estava fazendo entremeio àquele caos sonoro?
Ao me colocar em frente à porta, pensei em bater, mas sabia que o som que reverberava do outro lado não permitiria nem os melhores ouvidos de vampiro, ouvir. Então, exalei fundo e segurei a maçaneta que desceu surpreendentemente fácil, a porta se abriu, e o ar que soprou lá de dentro era abafado, pesado.
