[LIVRO 1] Este é o primeiro livro da Série Vórtex.
[Romance/Fantasia]
Um contrato foi selado pelos Deuses e dois destinos foram traçados. Após dois mil e seiscentos anos, nasce com a rainha das fadas, a oportunidade de cumpri-lo.
...
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Lá fora o calor e o brilho da manhã envolviam os carros que fluíam pela pista, e as pessoas que se movimentavam apressadas pela calçada. Nos afastamos da avenida principal, e seguimos por uma ruazinha pitoresca, repleta de restaurantes à beira rua, pequenos empórios, e casarões requintados para uso comercial.
Estávamos quase chegando.
― O que aconteceu com seu carro? ― Olhei para Ava, me perguntando como que ela sabia sobre isso. ― Eu o vi na garagem ontem, quando fui ajudar Sophia a descer as compras enquanto te esperava tomar banho.
― Foi só uma batida ― respondi sem dar muita importância.
― Quando? Você se machucou? Por que não me disse nada? ― Seu tom tinha se alterado sutilmente.
Mesmo depois de tantos anos, e embora respeitasse, Ava nunca se conformara em não estar tão presente na minha vida. Fato esse que, dada as últimas semanas, me fez entender que todo seu empenho com aquele casamento, não se tratava de um mero passo importante na vida de sua filha, mas sim, uma forma dela se reaproximar de mim.
― Isso já faz três semanas, mãe. Estou bem, e fora os amassados do carro, não aconteceu nada demais. ― Seus olhos se apertaram como se não estivesse satisfeita com a minha resposta.
― E quem bateu em você, fugiu? Podemos fazer uma busca pelas câmeras da cidade, e entrar com um processo alegando...
― Mãe ― a interrompi ―, eu fui a culpada, e já está tudo certo. Não se preocupe.
― Hum... ― Ela voltou a se concentrar na direção, parecendo pensar. ― Seu pai e eu podemos te dar um carro novo de presente...
― Eu não quero ― a cortei novamente. Ava sabia bem que eu dispensava os presentes ou ajuda que ela e meu pai quisessem me dar.
Desde quando saíra da casa da minha avó, me mantive sozinha, sempre fazendo o que podia para não depender deles. No início foi difícil para aceitarem, mas com o tempo perceberam que apesar da nossa relação complicada, não era orgulho ou ressentimento da minha parte, era uma questão de autoafirmação.
Ela deu um sorriso fraco como se estivesse sido derrotada antes mesmo de começar uma batalha.
― Tudo bem ― disse estacionando em frente a Maison de Mariée. ― Preparada?
Exalei fundo, me liberando do cinto de segurança.
Não, eu não estava preparada para nada que dizia respeito àquele casamento, mesmo faltando só uma semana para ele. Na verdade, acho que nunca estaria. Após o meu último encontro com o Anton, eu simplesmente não conseguia mais deixar de pensar em suas loucuras, e no que havia acontecido. Cheguei à conclusão de que não iria sobreviver por muito tempo.