C A P Í T U L O 28

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Degradação, um poder da desordem

          ― O que você está fazendo aqui? ― perguntei alto, muito assustada

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          ― O que você está fazendo aqui? ― perguntei alto, muito assustada. ― Sai daqui! Estou me vestindo.

          Eu diria que sua expressão carregava a mesma indiferença, mas seus olhos estavam muito escuros, e a pulsação dos músculos acima de seu maxilar era visível. Será que ele estava nervoso? Mal tive tempo de processar o que acontecia, só o vi se abaixar e passar o braço ao redor das minhas pernas.

          De repente, passei a ver tudo invertido, pendurada em seu ombro.

          ― O que você está fazendo, Anton? Me solta! ― gritei.

          Quando ele saiu do provador, entrei em pânico e comecei a balançar as pernas, já que eu não podia usar os braços que ainda me cobriam os seios. Ele me segurou mais forte, e continuou andando tranquilamente pela loja, entre as atendentes e algumas clientes que nos olhavam confusas e perplexas com a cena.

          ― Estou falando sério! ― berrei. ― Me solta agora ou eu vou te morder!

          Com coisa que dada a posição em que eu estava, conseguiria essa proeza, pior, com coisa que conseguiria intimidá-lo. Mas eu precisava fazer alguma coisa!

          ― Tente repetir essa ameaça quando estivermos sozinhos, fada ― proferiu calmo e com um tom tão sombrio, que estremeci.

          O que será que ele quis dizer com isso? Não sei por que, mas subitamente meu desespero aumentou. E ver a entrada da Maison ficando para trás, com uma Ophélie apavorada olhando para nós, só piorou a situação.

          ― Socorro! Estou sendo sequestrada por esse louco! Me ajudem... ― choraminguei.

          ― Vá lá dentro e pegue as coisas dela ― falou ele para o James, que também parecia incrédulo com o que via.

          ― Me solta! ― gritei novamente.

          Como se nada demais estivesse acontecendo, e ignorando completamente os olhares horrorizados das pessoas que andavam pela calçada, Anton caminhou até um luxuoso carro esporte parado atrás do sedã de James, e abrindo a porta do passageiro, me colocou lá dento.

          ― Você é um grosso! O que pensa que está fazendo? Seu baba... ― Ele simplesmente fechou a porta na minha cara.

          Eu estava tão constrangida, e com tanto ódio que me sentia tremer da cabeça aos pés. Meu corpo queimava como se fosse o próprio fogo, e os meus olhos ardiam, mas nem lágrimas tinham porque elas pareciam evaporar antes mesmo de se formarem. O controle das minhas emoções, o qual eu havia treinado de maneira tão obstinada, tinha sido destruído e estraçalhado. As minhas inscrições já se projetavam pela minha pele, e pareciam retalhar cada pedacinho dela.

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