C A P Í T U L O 42

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Uma noite mágica

          Anton segurou o meu braço e começou a me arrastar

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          Anton segurou o meu braço e começou a me arrastar. Eu não fazia ideia do que estava acontecendo. Ele estava com raiva? Ele iria me matar? Por que estávamos saindo da tenda? Algumas lembranças começaram a deixar a bagunça da minha mente ainda maior. A perna da vampira quebrada, todas as coisas que ela disse...

          ― Não! ― falei alto puxando o meu braço, balançando a cabeça negativamente. ― Eu não vou com você.

          Seus olhos me perfuravam quando ele parou.

          ― Avigayil está nos aguardando para o ritual, mas se está desistindo, terá de avisar a ela ― advertiu secamente indicando mais à frente onde ela nos esperava ao lado de Eleonora, Vincent e dos meus pais.

          O ritual, ele estava me levando para o ritual... Mesmo depois de todas as confusões daquela noite, Avigayil ainda o faria. Saber disso era quase como um bálsamo após a tempestade.

          Certo, nós tínhamos que fazer isso. Endireitei-me, me forçando a afugentar qualquer pensamento desagradável. Lançando um último olhar para ele, anuí e dei um passo à frente. Caminhamos um ao lado do outro, passando pelos seguranças que circundavam a tenda, até Avigayil. Eu tinha sorte por ter a leveza inerente a uma fada, caso contrário, meus saltos afundariam na grama enquanto seguíamos pela trilha demarcada por murtas e tuias.

          O céu estava perfeito apesar de não haver estrelas, a lua cheia que brilhava esplendorosamente na noite pesada e escura, deixava tudo ainda mais belo e misterioso. O ar soprava suave, porém, frio, trazendo de todos os cantos o agradável cheiro das orquídeas perfumadas daquele jardim. Abracei os braços e inspirei fundo aproveitando a excêntrica fragrância noturna, uma mistura doce e, ao mesmo tempo, selvagem.

          Já estávamos distantes da tenda em que acontecia a festa quando percebi que nos encontrávamos rodeados por altas cercas-vivas. O caminho de murtas dera lugar a outro guiado por velas, e estas, nos levavam a um grande círculo projetado pelas suas chamas fulgurantes, no qual estava montado um altar de pedra. Após nos posicionar em frente a ele, Avigayil dera a volta ficando do outro lado, enquanto meus pais, Eleonora e Vincent pararam um pouco mais atrás, a uma certa distância, cada um ao lado de seus respectivos filhos.

          Ao proferir algumas palavras mágicas, Avigayil fizera se revelar sobre a mesa de rocha, o contrato ainda enrolado, duas antigas taças de ouro e uma bainha de veludo vermelho, onde jazia em cima uma adaga de cabo trabalhado e lâmina reluzente muito fina. Ela desenrolou o contrato sobre a pedra, suspirou fundo e abriu um sorriso terno nos lábios.

          ― Preciso da sua mão direita ― pediu estendendo a mão para mim. Eu não sabia o que ela pretendia, mas só de ver aquela adaga ao lado dela, já não gostei muito da ideia. ― Confie em mim, minha linda, não há o que temer.

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