My mouth. - Jikook

Set fire to the snow.

Assim que Jimin entra na sala do diretor, seu corpo trava. Ele já não via sua mãe e seu pai por tanto tempo, e vê-los agora -contando que o menor foi expulso da casa de seus pais faziam poucos anos- era considerado a treva. Os olhos do menor travam no rosto do diretor Wilson, que não sabe como reagir a tal situação, ele não tem controle do que fazer, portanto apenas passa a língua nos lábios, com um olhar piedoso sobre o pequeno garoto.

Jimin se senta na cadeira, e então a mulher que o acompanhava sai da sala, fechando a porta atras de si, deixando apenas os quatro ali, o diretor sentado em frente à sua mesa, e Jimin, acompanhado por seus pais, lado a lado. Jimin, em nenhum momento, ousa levantar seu olhar para focar em seus pais por mais de quatro segundos. O olhar dos mais velhos eram frios demais para que o pequeno garoto pudesse suportar calado.

—Muito bem... Park Jimin, eu chamei seus pais para uma reunião fechada, por acontecimentos que estão me deixando um tanto incomodado, e precisa de uma justificativa sua, já que nenhuma justificativa médica foi entregue a mim.— o diretor diz, fazendo com que Jimin assentisse, e então olhasse para o diretor.

—Prossiga, por favor, diretor.— Jimin diz num tom soprado, ouvindo alguns cochichos vindo de seus pais.

—O motivo pelo qual lhe chamei aqui, Park Jimin, é a respeito do grande número de faltas que ocorreram. Eu tenho total consciência de que não é por algo vinculado a sua saúde, já que não há nenhum atestado comprovando tal assunto; e como você é emancipado, e mora sozinho, eu preciso saber se tem algo grave acontecendo no seu pessoal que está a afetar o seu rendimento escolar.— o diretor diz, com um vocabulário impecável, que Jimin tinha quase total certeza que era apenas para impressionar os pais de Jimin. Nítido.

—Talvez seja falta de casa, sente falta de casa, Jimin?— Sra. Park diz, olhando para Jimin, que apenas a olha sem nenhuma feição planejada, mas que sem querer, saiu como se fosse algo asqueroso.

—Eu posso me retirar, diretor? Não me sinto muito bem.— Jimin diz, sentindo seu coração acelerar com toda a pressão posta sob si naquele momento, o olhar dos pais, o olhar do diretor, e a vontade do garoto de chorar.

—Sabe o que é, diretor? Ele foi mocinha desde pequeno assim. Sempre quis ser mocinha, não vê o modo como ele se veste? Ele é fraco.— Sr. Park diz, sem nenhum filtro, diz sem pestanejar, fazendo com que o diretor ficasse sem uma reação fixa. Sr. Park olha para Jimin, e então prossegue. —Mas agora você terá que ficar, e ouvir. Agora a mocinha não pode fugir mais.— o homem diz direcionando seu olhar para Jimin, que morde o lábio inferior com força.

—Não sou uma menina, eu sou um menino. O modo como eu me visto não importa, eu me sinto bem assim.— Jimin diz com uma voz baixa, e então o diretor observa toda a situação, sem sem meter na situação em nenhum momento.

—Você se veste como menina porque é sem vergonha. Isso não tem cabimento.— Sr. Park diz, num tom mais alto, fazendo com que Jimin se encolhesse na cadeira, e o diretor -finalmente- intervisse.

—Vamos conversar num tom de voz confortável para todos, por favor.— Wilson diz, e o pai de Jimin continua a observá-lo.

—Eu tenho ficado deprimido demais, diretor. A vontade de ficar na cama me prende todos os dias, a falta de esperança nisso tudo me sufoca, uma súbita onda de animação me faz ter vontade de sair de casa e falar com quem... e falar com quem eu quero me traz animação, mas é tudo rápido demais. É como uma dor que você insiste em dizer que vai passar, mas no fundo, bem lá no fundo, você sabe que não vai passar.— Jimin diz, olhando para o diretor, tentando impedir a si mesmo para que as lágrimas não escorram por seu rosto. O diretor assente, com uma feição nitidamente preocupada, olhando para o menor.